Dia 39

A Fifi morreu há precisamente um ano. Há quem diga que não há amor como o primeiro. No caso dos gatos, quase que posso assegurar que é verdade. A Fifi foi (é) a gata do meu coração. Os outros de quem cuido e de quem eu gosto não são nem nunca serão a Fifi. Falta-nos qualquer coisa. Ela quase que me obrigava a deitar na cama quando chegava à casa para me dar beijos. Era assim tipo um melaço pegado. Tínhamos uma ligação que achava impossível entre um humano e um felino. Foi uma gata única. Como o Zorbas, gata boa, gata nobre.  


Em tempo de isolamento, constatei que o Pedro se abraça mais ao James do que a nós. Têm uma ligação que também achava impossível entre uma criança e um gato. O meu mais novo não gosta de abraçar pessoas ou de ser abraçado durante muito tempo mas não o larga. Até se torna aborrecido, o moço. Ele faz gato sapato do bicho. Abraça o James minutos seguidos, de olhos fechados;  fala com ele; dá-lhe colo, faz-lhe festinhas a toda a hora; transporta-o para todo o lado; brinca com ele, etc. É muito bonito mas enfim, desconcertante, reconheço. Parece que prefere o animal aos seus pares. Mas damos o desconto porque enfim, nestes dias bizarros, anda tudo bizarro, certo? A Mary escreveu "o mundo ao contrário" e é mesmo isso. 

Comentários

Carolina disse…
Essa foto está mesmo do coração!
Diria que há tempos e gatos para criarmos esse laços fortes. Não é com todos. Tenho tido gatos desde criança e têm sido poucos aqueles que me preenchem dessa forma.