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A mostrar mensagens de fevereiro, 2022

Livro 8 - "Último Olhar"

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 "Último Olhar" - Miguel Sousa Tavares.  Uma colega disse-me muito bem do livro. Numa ida às compras, os meus olhos cruzaram-se com o título e, de uma forma  compulsiva, trouxe-o comigo. Fiz mal, mas já lá vamos... O livro conta a história de Pablo, sobrevivente da guerra civil espanhola, de um campo de refugiado em França e de um campo de concentração nazi. Conta-nos também a história de uma médica espanhola, que o conhece, no contexto pandémico do covid 19.  As primeiras 150 páginas são sobre a infância do Pablo em Espanha, a guerra, os campos de concentração e essa parte é boa. Depois, fala-nos da Inês, do romance dela com um médico italiano. Começa a ser chato e tudo cheio de clichés. Depois aparece o covid e, ó senhoras, que tédio. Já não aguento o tema, nem aquilo que é dito, porque já o lemos e vimos durante  meses. É um livro que não traz nada de novo. É aborrecido e nalguns momentos, fez-me revirar olhos. Li o livro todo, mais para chegar ao fim do que pela história.

Da morte

Às vezes, esqueço-me que morreu. Penso que está em casa, à espera que eu chegue para lhe fazer companhia, para ouvi-la dizer "babe" , "Tella Marie" ou ainda "é o que é ". Esqueço-me para não me lembrar que já não está cá. Esqueço-me porque é mais fácil não me lembrar. Esqueço-me que apanhei um avião a uma quinta-feira para me juntar a ela e que a encontrei relativamente bem, dentro do quadro clínico dela. Esqueço-me para me esquecer que nessa quinta, a abracei a chorar, a saber que estava quase a chegar ao fim. Também rimos e conversámos muito, como se não fosse morrer em breve, a tentarmos fintar a morte ou a empurrá-la para longe. Esqueço-me para não me lembrar que começou a partir no dia seguinte, na sexta-feira, e que morreu no sábado. [ Estava à minha espera. Queria dizer-me adeus. Queríamos estar juntas uma última vez e sermos nós as duas nessa dinâmica de sermos as duas. Disso não quero esquecer, dessa certeza que tenho que aguentou que eu chegasse

Livro 3 do Pedro

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"Os livros que devoraram o meu pai" - Afonso Cruz  Apresentou hoje o livro à turma. Diz que estava super nervoso, com a voz a falhar e muito ansioso.  Leu o livro duas vezes e relemos juntos algumas passagens na sexta-feira. Falámos sobre o que líamos.  Achou o livro bonito, difícil e não gostou do fim. 

Livro 7 - " Minha Sombria Vanessa" -

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"Minha Sombria Vanessa" - Kate Elizabeth Russell Andava já há algum tempo na minha lista de livros a ler. Tinha ido lá parar depois de ler a review de um amigo que lhe deu 5 estrelas no Goodreads.  É a história da Vanessa, jovem adolescente de 15 anos, que tem um caso com o professor, de 50 anos. A autora intercala episódios no passado onde acompanhamos a história da jovem Vanessa, sob o jugo do poder psicológico do professor, e o presente, onde vemos uma mulher desequilibrada e traumatizada, mas que se recusa a assumir que foi vítima de abuso sexual. Paralelamente, há várias denúncias na comunicação social sobre casos de assédio do professor ao longo dos tempos. A forma como os casos de abuso foram silenciados e a forma como as vítimas são encardas nas redes sociais e pela comunicação social, 20 anos depois dos abusos, remetem para o movimento norte-americano #metoo.  [Quando tinha 20 anos, escrevi uma carta a uma amiga (!) a falar-lhe do meu livro de verão: Lolita de Nabak

post editado

Escrevi um post sobre a amizade, a ausência e a dor. Sobre duas amigas que não estão cá. Uma está do outro lado do Oceano e a outra, morta. Apaguei tudo.  Estou triste. Há uma semana que me sinto desamparada, de saudade e de dor. Cheguei a Lisboa e chove. Tudo demasiado triste. 

Livro 6 - "Lá, onde o vento chora"

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"Lá,  onde o vento chora"  - Delia Owens. Trouxe este livro da biblioteca porque dois conhecidos lhe deram 5 estrelas no Goodreads há meses. Quando as reviews das pessoas que sigo são interessantes ou quando lhes dão 5 estrelas, coloco o livro numa lista de livros a ler. Chegou o momento de esvaziar a lista.  É a história de uma criança que é abandonada pela família considerada "white trash" pela sociedade, e que vive num pântano - terra para onde os renegados vão. A menina cresce e sobrevive numa solidão dolorosa, estando no entanto em perfeita simbiose com a natureza.  As descrições da fauna e da flora são deliciosas. Conseguimos ver, cheirar e sentir o pântano. Estão tão bem (d)escritas que nunca se tornam aborrecidas. Gostei também muito da personagem e da sua força. Houve momentos em que me comovi. O fim é surpreendente e só queremos saber o desfecho. Dei-lhe 4 estrelas, mas podiam ser 4,5.  (Só não lhe dou 5 porque falta um pouco mais de densidade psicológica

Escolhas

O meu mais velho anda stressado com a escolha que terá de fazer no próximo ano letivo. Sempre quis ir para Ciências, mas a nota do 1°período na disciplina de CN foi baixa (3). Diz ele, e com alguma razão, que se está com dificuldades em chegar ao nível 4 no 9°ano, seria ainda mais difícil ter um 13 ou 14 no secundário. A dificuldade dos testes e da matéria fez com que olhasse para a área de Economia com outros olhos. A par de CN, também gosta muito da disciplina de História e em Economia, poderia ter essa opção... Está a fazer os psicotécnicos da escola. Hoje teve uma entrevista com a psicóloga, mas saiu de lá ainda mais confuso. Os testes - e isso vale o que vale - apontam para Ciências, mas ele só quer que lhe adiante 200 euros para investir na bolsa. Anda a seguir os mercados, a ler sobre o tema e a achar que pode duplicar os 200 euros numa semana. (Não tarda nada, vota IL...) Não há um dia em que não mostre uma certa ansiedade quanto ao futuro e quanto às escolhas. Já lhe disse que