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A mostrar mensagens de novembro, 2020

Dia 3

Hoje, enquanto pude claro, que sou uma pessoa que acho tudo isso exagerado [e ao escrever isso, estou a apontar para toda a situação atual] mas que cumpre, fui ter com uma amiga. Deu-me um livro traduzido por ela. Não o confessei mas fiquei super contente. Primeiro porque receber um livro alegra-me só por si e depois porque é um livro que lhe pertence também, que não pariu mas que ajudou a crescer. Partilhou comigo, assim toma lá, dá cá a sua marca.  Entusiasmo-me com pouco ou alegro-me com muito, depende da perspetiva das pessoas. Vamos deixar assim a coisa, a fluir, com cada um a pensar nesta última ideia, hein? É coisa pouca que também não vos vai ocupar muito tempo, certo?  18h45, ui, a conversa está boa mas chegou a hora dum drink, que nem tudo pode ser reflexões sérias ou ainda  sociedade recoletoras, agropastoris, celtas e o diabo a quatro. Sim, o estudo de hgp continuou, ******-se! 

Dia 2

Dediquei-me à leitura. Li mais hoje do que nas últimas semanas. Novembro tem sido um mês mau. Estive a ler, sentada no sofá,  em frente à lareira e fui transportada para o Brasil. Embrulha confinamento! Pelo meio, houve estudo "a sério" com o miúdo e 4 perguntas: o que te deixa realmente feliz? O que te entristece? O que te assusta verdadeiramente?  O que te surpreende mesmo ? Estar em casa com as portas fechadas mesmo que só umas horas, obriga-nos a abrir umas ou outras janelas. Hoje abri a janela da língua, com o seu ritmo próprio e variações com o açougue, o doniestela, o "te disse que tem", e a janela das emoções.  Nem sempre temos de abrir uma garrafa.  Mentira, temos também de o fazer.

Dia 1

O confinamento a partir das 13h já começou há duas semanas mas só ontem é que senti a cena. Achei então que devia retomar o meu #diariodocovid, mudando-lhe o nome, atualizando-o, tornando-o mais jovens e desempoeirado. Vai daí, surgiu a ideia do diario de um semi confinamento . Nada de especial, eu sei, mas já nos conhecemos há uns tempos, e entre nós, a expetativa é baixa, reciprocamente falando, claro, que não estou aqui para ofender ninguém. O que aconteceu ontem, no dia 1? Um vinho branco francês Chardonnay , oh lá lá mes chers , que me caiu para lá de Paris, ah oui, oui e que me obrigou, le malandro, a uma paragem no sofá para pôr a vida em perspetiva, claro. Tive também de sacrificar a tarde de estudo com o meu mai'novo que estava todo lançado com o clima temperado mediterrâneo,continental e o diabo a quatro. Ele agradeceu e olhou-me com aqueles olhos ainda tão inocentes a dizer-me "Obrigada mãe. Prometo que amanhã estudamos a sério e muito".   Quis sair. Ir para qu

Fim do isolamento

Aguentou 4 dias a almoçar/jantar sozinho no quarto, isolado mesmo de todos nós.  Ao fim da 4a noite, veio de máscara para a sala ver a nossa série mas ao 3° dia, já me tinha pedido um abraço, que teve, obviamente. Na noite seguinte, jantou connosco numa mesa à parte.   Ao 6°dia, estava na sala sem máscara e nem sempre com o distanciamento correto Ao 7°dia fez o exame ao Covid e ao 8° dia, deu negativo.  Ao 10° dia, estava farto das aulas online e do ecrã do PC. Ao 13° dia, eu já só o queria isolado de mim umas horas, de tão chato, irrequieto e impaciente que estava.  Ao 14° dia voltou à escola, feliz e contente. Regressou a dizer que tinha sido muito fixe e que tinha tido saudades da sala de aula. Ai daquele que diga que as escolas têm de fechar. Não podem, que os miúdos ficam doidos (e nós também)!

Mood

Não sei se é da estação do ano, período de hibernação, do trabalho em roda viva com 13 turmas e 4 direções de turma, do acréscimo de trabalho devido ao covid em que me sinto também uma coisa entre um delegado de saúde e um funcionário público, do covid, das máscaras, da surdez por causa das máscaras, do afastamento social em que só há casa-trabalho e trabalho-casa com muita muita comida ou do camandro mas estou em baixo, muito em baixo, sem ler, correr ou ver séries. Zero. Rien de rien. Gostava de ter uma relação normal e saudável com a comida mas não consigo.  Há dias em que me vou deitar às 21h30 para ver se chego rapidamente ao dia de amanhã e vejo esta merda toda passada. Nada me motiva. Os meus filhos andam na bolha deles e eu nem quero saber. Estão horas no Fortnite ou no tik tok. Digo que é mau mas não faço nada. Deixo andar. Vou arrepender-me, eu sei mas não consigo agora. Acordo antes das 6h00 e começo logo com a cabeça a mil: os e-mails por responder, os testes, as fichas, as

Tentei ter "a" conversa sobre...

....sexo! Tentando resguardar a sua privacidade - eu sei que não faz muito sentido dizer uma coisa dessas num blog aberto -  quero só aqui dizer que ele não foi capaz de me encarar, tendo virado as costas e fechado os olhos o tempo todo. [Quis apenas abrir a porta à temática para que ele percebesse que estou aqui sempre, para o ouvir, aconselhar ou tirar dúvidas, mesmo quando ele acha que sou um empecilho. Também sugeri que víssemos o "Sex Education" juntos mas ele recusou terminantemente!]

Chegou a nossa vez

O Tiago está em isolamento profilático ou quarentena, sei lá, que estes termos andam à deriva e eu ainda não sei bem usá-los.  Está isolado no quarto, com horários desfasados dos nossos para comer. Ainda contente por ter espaço mas não lhe dou 2 dias para pedir para estar connosco, na sala, de máscara na boca. 

Livro 10 - Tiago

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Começou a ler o livro "Histórias da Terra e do Mar", livro de leitura obrigatória para a disciplina de português, em agosto, na ilha. A cada página lida ou melhor, a cada parágrafo lido, era ouvi-lo dizer "oh pá,  que seca!" e ouvir a Carolina a sussurrar "coitada, ele tem razão."  Acabou-o há 15 dias. Foi uma luta difícil.

Ainda dos 13 anos do meu mais velho

A festa de anos do meu mais velho meteu almoço com 4 amigos, sendo que uma é amiga "especial". A minha única cena era não o envergonhar, sem querer. É que eu, às vezes, enfim, descaio assim facilmente para momentos que geram um certo embaraço... Felizmente, recebi da Carolina dois grandes conselhos: "na dúvida, não digas nada" e "não dês nas vistas". Podem também anotá-los num sítio qualquer, just in case.  Bem, segui à risca o que ela me disse mas mesmo assim, ao que parece, e de acordo com o meu adolescente, falei num tom ríspido ao dizer-lhes para guardarem os telemóveis porque era o momento do bolo... Os julgamentos dos filhos são um exagero mas enfim [reviranço de olhos], há que relativizar, sorrir e acenar!

Friday night

Comprámos os bilhetes para ver o Jorge Palma há umas semanas. A vontade de ir é nula e nada tem a ver com o Covid.  É que só me apetece tomar banho, vestir o pijama, sentar-me no sofá, com os meus, debaixo da mantinha e ver uma série até adormecer em frente à televisão.   ( Já há muito tempo que não há glamour às sexta à noite, apenas aquela vidinha básica que, enfim,  me reconforta. ) Não vou para nova, eu sei.

Fogo, o meu filho fez 13 anos!

A sério, 13 anos! Como é que aquele rapaz já coube nos meus braços? Pensava nisso hoje ao tentar dar-lhe colinho. O meu Tiago numa historia: para uma aula de Cidadania, teve de levar um objeto afetivo que poderia dar a uma pessoa em dificuldade para o ajudar a ultrapassar esse momento. Escolheu uma foto da nossa gata Fifi. Desatou a chorar durante o discurso racionalmente preprado na véspera porque a emoção leva sempre a melhor nele. É sensível o meu rapaz, apesar dos 13 anos e da idade parva que daí advém. Será talvez essa uma das duas melhores qualidades que tem.  [A outro é acordar feliz, com sorriso nos lábios, o que chega a irritar o irmão que lhe disse há semanas ao pequeno-almoço: "Estás sempre alegre ao acordar. É enervante tanta felicidade."]