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Os livros de 2023

 Li 51 livros, embora o Goodreads diga que foram 52. Não conto aqui aquele que deixei a meio por não ter gostado nem um pouco: As Cinzas de Ângela. Por que razão faço a contagem dos livros lidos?  Bem, alguns dizem que é exibicionismo, mas não é. Preciso sempre de listas para organizar a minha desorganização interior e porque tenho medo de perder o fio à meada. Houve tempos e não tão longínquos quanto isso, em que li um livro por ano. Houve anos em que não li nada? Não me lembro... (ou estou em negação.) Li 33 livros escritos por mulheres. Quero cada vez mais ler livros escritos por escritoras. Quero também cada vez mais ler autores portugueses. Foram 14. Li apenas um livro físico: a BD do Astérix. Tudo o resto foi em suporte digital. Desde que tenho kobo, há 1 ano, leio muito mais porque ele está sempre comigo. A par do telemóvel,  é o objeto que me acompanha para todo o lado.  Repeti autores ao longo do ano: li dois do Saramago, quatro da Annie Ernaux, dois da Isabella Figueiredo e d

O blog em 2023

 Não lhe dei muita importância, embora não saiba viver sem ele, nem quero. Falei muito de livros, talvez demasiado. Senti que não tinha inspiração ou, se calhar, 2023 tenha sido demasiado  normal, não tendo havido nada a declarar.  Em 2023, teve 36 mil visualizações. Clicarem 36 000 vezes neste blog para lerem alguma coisa nem sempre importante, ir à procura de informação sobre determinado assunto ou por engano. Há muitos clicks dos EUA e houve três da Índia. O top 3 dos posts mais clicados foram:  1.  "o rapaz tem uma balanite" (que está no pódio há alguns anos) ou quem nunca usou o Dr. Google para saber coisas sobre uma doença. Lamentavelmente, saíram daqui a pensar "que post da treta!".  2. "Ceregumil" ou a prova de que as mães andam todas à procura do mesmo para fortalecer os filhos. (Mães,  sim, que os pais não são disso...). Saíram daqui mais ou menos informadas porque o post tem muitos comentários (foi escrito nos tempos gloriosos da blogosfera.) 3.

2023

2023...  [Não me ocorre grande coisa a dizer sobre 2023 porque foi um ano normal , daqueles que vivemos sem sobressaltos ou euforias. Ou este post é mera falta de inspiração. Nunca saberemos.] Há sempre coisas que arrreliam ou preocupam, mas não me recordo delas ou melhor, não chegam para fazer o meu 2023. Houve coisas boas, mas que somando, não fazem a totalidade de 2023. Há 3 ou 4 coisas a dizer talvez.  As minhas duas idas para Coimbra para me despedir da minha avó,  que não reconheci no leito da morte. Senti a Morte a rondar-lhe a cama. A minha avó viva com a morte a crescer dentro dela. Impressionou-me muito. Mais do que o falecimento dela. Teve uma morte lenta, sem monitorizações, fazendo jus ao estilo de vida que teve outrora. Uma pessoa que nasceu em 1925 teve um ritmo de vida e de morte  diferente do nosso, mais lento. No segundo que antecedeu a sua morte, o que terá pensado? Sentiu que partia? Lembrou-se dos filhos ? Dos netos? De mim, em particular? Estas são as perguntas às

Feliz Natal

Caras e caros leitores de blogs, vós que estais em vias de extinção, mas que vos mantendes fiéis a este blogue por razões que só o altíssimo saberá, venho desejar-vos uma noite quente, rodeada de gente que faz parte de quem sois. [Deve ser da idade, pois gosto cada vez mais da ideia de estar à mesa, no natal, com aqueles que amo. Alguns não estarão comigo hoje, mas cada vez mais me lembro e sinto o Peixoto, "na hora de pôr a mesa, éramos 5..."] Feliz Natal.

Livro 51 - " O Silêncio das Mulheres"

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 "O Silêncio das Mulheres" de Pat Barker A Tânia Ganho, tradutora do livro, fez uma publicação muito elogiosa sobre o livro. Uma espécie de visão feminina da Guerra de Troia. Uma Ilíada feminina. Fiquei curiosa. A história é contada por uma Rainha, que se torna concubina, troféu e escrava de Aquiles, depois da sua cidade ter sido tomada pelos Gregos.  Na Ilíada, as mulheres são secundárias e completamente desvalorizadas e neste livro, há um olhar feminino sobre a guerra e a forma como as mulheres são violentadas. Não desgostei e o livro até prende. A história da Ilíada seduz-me sempre, mas ficou aquém das minhas expetativas. (No mesmo género, mas em melhor, prefiro "A Odisseia de Penélope" de Margaret Atwood.) 3 estrelas.  

Tella 2.0

Já me queixei aqui várias vezes da minha falta de audição . Não ouvir é limitativo e estava cada vez mais surda. Voltei novamente ao médico depois de muita insistência do pessoal cá de casa, que já se aborrecia de estar sempre aos gritos e a repetir coisas. Ou de não as repetir porque "deixa estar, não é nada!". Fui operada, na segunda-feira, ao ouvido direito (o esquerdo também tem de ser operado, mas não será no imediato) e embora ainda tenha um penso no ouvido, oiço. Ouviram? Estou a ouvir tudo perfeitamente bem! Incrível. 

Livro 50

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 "Leme" - Madalena Sá Fernandes É um livro auto-biográfico. A narradora conta como foi crescer no meio de violência doméstica, com o padrasto e a mãe. Tenta avançar com a sua vida deixando retido no livro os gritos, a tristeza e a violência. Essa premissa fez-me lembrar um livro que me inquietou, me perturbou, mas que achei fascinante: "O Consentimento" de Vanessa Springora . (Ide ler!) O "Leme" não chega a ser incómodo porque, embora tenha gostado, fica-se, por vezes, pela superficialidade. Nao vai ao fundo das questãoes nem do seu âmago. Não interroga. É mais um exposição de factos duros. Obriga-nos ainda assim a pensar sobre o sofrimento de uma criança sujeito a isso tudo e aos traumas que aí ficarão.  4 estrelas (ou 3,5)

Sobre várias coisas

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Sobre várias coisas, que podem ser o calendário do Advento, a minha cirurgia, os meus filhos a seguirem os modelos que têm ou a vida a acontecer.  Hoje, fui operada ao ouvido direito. Tenho uma coisa chamada otosclerose. Correu tudo bem e está tudo bem. Tinha de estar às 6h20 no hospital. Saí de madrugada com os miúdos na cama e sem me lembrar do calendário... Quando tive forças para agarrar no telemóvel,  tinha um vídeo deles a abrir o calendário do advento do dia 18, que eles próprios fizeram. Que bom. Ri-me.  Este ano, as atividades são "não atividades". Não há bolachas, nem mensagens, apenas temas para falarmos ao jantar tipo "qQual foi a melhor atividade do advento?" Ou "Qual é a tua mais antiga recordação?"  Há também mensagens tipo " hoje é o dia de ter um boa nota no teste de matemática"ou "Hoje nenhuma bola entra na baliza".  A dia 18 segue em anexo na foto! 

Livro 49 - "Revolução "

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 "Revolução" de Hugo Gonçalves  É um livro que fala sobre uma família, com três filhos - um conservador,  um comunista e um sem rumo - num Portugal virado do avesso no pós 25 de Abril. Retrata bem o período vivido após a euforia da revoluçã. As personagens são crediveis e interessantes.  Gostei. 4 estrelas.  [A capa do livro é linda.]

Árvore genealógica

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Ponto da situação: 7 gerações de mulheres e homens, que nasceram, viveram e morreram.  Do lado paterno, eles foram para o Brasil, mas nem sempre voltaram. Elas não sabiam ler nem escrever. Do lado paterno, os homens sabiam ler do lado do meu avô, mas não do lado da minha avó. Elas não têm direito a apelido. Elas têm filhos até mais não, coitadas.  Comecei a fazer pesquisas do lado materno. Temos raízes em Vila Real (Sedielos e Santa Marta de Penaguião, que nem sabia que existiam no mapa!), Amarante, Cinfães e Ponte de Lima.  As mulheres do lado do meu avô sabem escrever ou assinar os seus nomes, pelo menos. Os homens também. Muitos foram para o Brasil e regressaram sempre. Há filhos de pais incógnitos. Há uma professora primária a destacar. Elas têm o apelido das mães e eles têm o apelido dos pais. Elas têm filhos até mais não. Do lado da minha avó materna, ainda não comecei a pesquisar, mas já entrei em contacto com o centro de arquivos da GNR para ter acesso ao processo de um bisavô

Look who's back

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Os meus leitores mais fiéis e antigos devem lembrar-se do nosso entusiasmo com as atividades do Calendário do Advento. Como os miúdos ainda falam desses momentos, resolvemos voltar a ele, numa de tradição familiar, de saudade de tempos idos, de atividades parvas para gozarmos uns com os outros. Sem compromissos, iniciamos hoje o nosso calendário com a atividade "Montar a árvore de Natal", mas estive para escrever "Estudar matemática durante 7 horas!" É de realçar que o Tiago está super entusiasmado (como sempre e com tudo, menos com o estudo!) e que o Pedro alinhou, com "aquele ar de desdém e vergonha por estar a alinhar numa coisa infantil, mas ainda assim a gostar até porque ficou admirado por ter um papel lá dentro como outrora."

Do Tiago

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Foi finalmente operado para lhe retiraram uma espécie de berlinde grande que tinha no pulso, um quisto sinuvial que o acompanhava há três anos e meio.  Correu tudo bem e ainda está a dormir por causa da anestesia.  Foi uma coisa simples que demorou apenas uma hora e meia a ser removida. E mesmo assim, uma pessoa fica preocupada.  A maternidade e os seus mil encantos!  [Edit: chorei a rir com o Tiago a acordar da anestesia, ainda meio bêbado da coisa.]

Livro 48 - "Cai a noite em Caracas"

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 "Cai a noite em Caracas" - Karina Sainz Borgo Com este livro, ficamos a conhecer a violência  e a corrupção que existe na Venezuela. Pouco mais há a acrescentar.  3 estrelas. 

Livro 47 -"O Lírio Branco"

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"O Lírio Branco"- Fabcaro e Conrad O último Astérix é uma sátira ao positivismo e às frases feitas dos coatchs da vida moderna.  Gostei mais ou menos, mas dei-lhe um 4 porque há "ainda e sempre" aquela tal ligação aos irredutíveis gauleses... 

Livro 3 do Pedro

 "História da Terra e do Mar" - Sophia É o livro obrigatório da disciplina de Português. Abençoada escola que os obriga  incentiva a ler.  Não gostou e chegou a dizer que o livro do ano passado, a adaptação da Odisseia do Frederico Lourenço, foi muito mais interessante. 

16 anos*

O meu filho mais velho fez 16 anos esta semana. Está a crescer bem e tenho cada vez mais orgulho nele.   [*não esquecer que este blog já foi um babyblog e sobreviveu.]

Livro 46 - " O vento conhece o meu nome"

 "O vento conhece o meu nome" - Isabel Allende. A Isabel Allende é aquela autora que leio sempre porque sei que vou passar um bom momento. Este último romance é, no entanto, mau. Não gostei de nada e arrastei a leitura durante mais de um mês porque nunca me agarrou. Li-o por obrigação e por respeito à escritora. Se fosse outra (ou outro), teria desistido.  2 estrelas. 

Sobre o chorar

 Se há coisa que me custa muito fazer é não chorar perante os meus filhos.  Não estou a dizer que não choro na presença deles. Já me viram chorar mil vezes e em várias circunstâncias.  Referi-me a chorar com eles, quando eles também estão a chorar.  O meu mais novo anda triste e zangado. Quando chora, só me apetece abraçá-lo e chorar também. Não o faço, no entanto, porque acho que é o meu dever mostrar-lhe que sou um rochedo, mas que ele pode fazê-lo, pois eu estarei ali, de pé, a dar-lhes mimos, a ouvi-lo, a dar conselhos.  Tento conter as lágrimas deles, talvez.  O meu mais velho acabou um teste de matemática lavado em lágrimas. Veio ter comigo como raramente o vi, creio. Tinha estudado muito, mas o teste correu-lhe mal porque só se apercebeu a 10 minutos do fim que tinha a calculadora programada em graus (ou lá o que é). Ali, ele a chorar compulsivamente e eu a aguentar as minhas lágrimas porque a pena dele passou a ser minha também, mas a aguentar-me porque a mãe tem de o reconfort

Desafio

O novo desafio da maternidade começou devagar há umas semanas. Se calhar, os sinais já vinham de muito antes: os tiques que, de vez em quando, apareciam nos momentos com mais stress e que se iam embora passado algum tempo, por exemplo. Ou a insegurança em miúdo, talvez. Agora, a coisa é mais séria: o meu filho está com dores na alma. Sente-se "triste e irritado", "Incompreendido e pressionado" e "sozinho". É duro ouvir alguns desabafos do meu filho. Quando os meus  filhos têm dores de cabeça, opto pelo Benuron.  Quando os meus filhos estão com febre, opto pelo Brufen. Quando lhe dói a alma, o que se faz?

Árvore geneálogica - o regresso

- O que andas a fazer, Tella ? - perguntam vocês.  Voltei a uma das coisas que mais gosto de fazer: ir à procura de pessoas perdidas na linha do tempo. Regressei à minha árvore genealógica. Na última entrada deste blog sobre o tema,  em 2021, escrevi " [...] São nomes sem histórias e a vida sem história vale de pouco, ou mesmo de nada. No fundo, as suas histórias passaram ao lado da  História. São anónimos a quem nem a vidinha sabemos para ser contada". Sim, estava um pouco em baixo e pessimista. Não conseguia avançar à distância nas minhas investigações. Estava bloqueada com vários nomes e a tentar controlar o vício. Nas véspera, tinha ficado até as 4h00 da manhã a ler assentos de casamento e batismo. Acordei daí a nada para dar aulas às 8h00. É um vício, uma espécie de obsessão.  O vício voltou ao descobrir um grupo no FB de genealogia francês. O algoritmo está sempre a mostrar-me coisas do antigamente... Que fascínio! Os franceses estão muito à frente na digitalização dos

Do Pedro

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Anda numa fase complicada, mas são sms deste género que não me fazem desanimar.  ( Post para recordar nos dias mais difíceis. ) 

Livro 45: "+ Vida, + Saúde, + Tempo"

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"+Vida, + Saúde,+ Tempo" - Manuel Pinto Coelho O autor, médico polémico que põe em causa algumas práticas medicinais e bastante convencido, explica como conseguir chegar aos 120 anos. Não sei se quero chegar lá sem os meus ao meu redor, mas pelo sim, pelo não, fui lendo (devagarinho) algumas coisas. Nao li tudo. Não li as partes cientificas, tipo o adn mitocondrial, cromossomas, núcleo das células,  etc, etc, etc. Não tenho qualquer tipo de interesse nisso e dá-me sono. Prefiro passar diretamente às dicas. Interessa-me mais saber o que comer, beber ou fazer para ter mais zinco ou magnésio ou blablabla do que perceber o funcionamento do meu corpo tintim por tintim . ( Fui googlar e deixo o link para os curiosos. De nada, malta!) 3 estrelas. 

O Pereira

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No outro dia, lembrei-me do " Afirma Pereira ". Prestei-lhe homenagem, pedindo uma limonada. Ide ler para perceber...  

Livro 44 -"O Lugar das árvores tristes"

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 "O Lugar das Árvores Tristes " - Lena Rufino Depois de ouvir a autora no podcast "Vale a Pena", decidi ler o livro porque a achei simpática, porque quero ler mais mulheres portuguesas e porque mencionou que a personagem principal gosta de andar em cemitérios. Pois, eu também gosto de deambular pelos cemitérios a ler os nomes dos desconhecidos defuntos, de olhar para as suas fotos e de fazer contas aos anos que tinham quando morreram. Gosto de ler as mensagens das viúvas. Há dizeres muito bonitos. Há mais vida para além da "eterna saudade". Gosto dos jazigos e das campas rasas. Quanto mais antigo, melhor.  No Alto de Sao João,  há jazigos tao velhos que deixam a descoberto o caixão. Sinto um certo frisson em olhar lá para dentro, algo entre a apreensão em ser apanhada a ser voyeuse e o medo recalcado pelo vídeo do Mickael Jackson. A sério.  No Castelo de Sesimbra, há um cemitério muito pequeno e humilde onde me perdi a ler tudo. Há muitas crianças sepulta

Um blog

Ainda há blogs que sobrevivem, que são muito bons e que são escritos com muita regularidade. O da Maria do Rosário Pedreira é i mperdível porque nos apresenta livros diferentes, que fogem da moda.  Fica a dica para quem continua a movimentar-se nas águas calmas da blogoesfera. 

Livro 43 - " As Pequenas Memórias"

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 "As pequenas Memórias" - José Saramago Livro recomendado por uma colega, que tem os mesmos gostos literários que eu.  É a voz do Saramago que nos conduz pelas suas memórias ou como ele próprio diz "as pequenas memórias de quando fui pequeno, simplesmente ". Entre a Azinhaga e Lisboa (e numa zona de Lisboa onde moro, ainda por cima!), entre os 2 e 16 anos, ouvimos o Saramago a contar-nos histórias engraçadas e emotivas.  Li, talvez, a melhor descrição que alguma vez alguém fez sobre um avô. Li, talvez, uma das melhores passagens sobre uma avó (...e disseste, com a serenidade dos teus 90 anos e o fogo de uma adolescente nunca perdida: 《 O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer.》Assim mesmo. Eu estava lá".)  É um Saramago diferente, mas sempre excelente. O mestre. 5 estrelas. 

Livro 2 do Pedro

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Tinha de ler um livro nas férias. Não lhe dei o livro de leitura obrigatória do 8°ano porque sei que esse terá de o ler.  Leu "O Mundo em que vivi" da Ilse Llosa e não gostou nada. Não sentiu nenhuma empatia pelas personagens, nem na morte do avô ou do pai. Diz ele que só no fim, quando aparecem os nazis, é que ficou mais interessante. 

2023/2024

Estou pronta para começar. Já tenho o meu horário (e tenho vontade de chorar quando o vejo...) e as primeiras aulas já estão preparadas. Tenho um novo desafio: dar português ao 2º ciclo, para além do francês e da Cidadania ao 3º ciclo, claro. Quem  tem três disciplinas, quatro níveis e mil horas que se junte a mim e reze à nossa senhora das storas a pedir paciência e força!   O Pedro não está com vontade de começar. Tudo normal até aqui. Teve um ataque de choro na semana passada a dizer que não queria ir e que nem ia gostar da escola porque não tem amigos (ele que é super popular na escola por causa do desporto...). Prevejo um ano complicado para ele porque está no 8º ano e porque está naquela fase do armário. Quem tem um filho difícil naquela fase do armário que se junte a mim e reze à nossa senhora da paciência de mãe a pedir coragem! O Tiago também não está com vontade de começar. Ainda tem metade de "Os Maias" para ler...Este ano é muito importante porque fará exame de E

Livro 42 - "Caderno de Memórias Coloniais"

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"Caderno de Memórias Coloniais" - Isabela Figueiredo A autora retrata aquilo que viu e sentiu quando vivia em Lourenço Marques, Moçambique. São memórias cruas, sem nenhum romantismo colonialista. É a sua verdade e, convenhamos, a Verdade. Lemos aquilo que os colonos, personalizados aqui no papel do seu pai, fizeram aos negros e em África. É muito muito bom. A ler, senhoras e senhores leitoras e leitores deste modesto blog. A sério. 5 estrelas, claro.  [A última edição deste livro tem uma introdução da moçamibicana Paulina Chiziane, que aconselho a ler somente depois.]

Quando é que sabes que não vais para nova?

Quando vários colegas novos não conseguem tratar-me por tu, apesar da insistência. Quando esta colega está de licença de maternidade. 

Livro 41 - "Onde Crescem os Limoeiros"

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 "Onde Crescem os Limoeiros " - Zoulfa Katouch Escolhi este livro pela capa. É linda, em tons de azuis (eu sei que a p/b, não dá para ver bem, mas é.) Pela capa, intuí que era uma história que tinha a ver com o Médio Oriente.  Não me enganei quanto a isso. É uma história que tem como pano de fundo a Síria. Há muito sofrimento e muitas mortes. É a história completamente previsível de uma miúda de 18 anos, no meio das atrocidades da revolução, que trabalha num hospital,  que se apaixona e que decide atravessar o Mediterrâneo. É chato porque relata, de forma lenta e repetitiva, factos. Ora eu quero mais do que isso...  Nem consegui sentir empatia pelas personagens ou pelas vítimas.  Zero. Parecia um romance de cordel, um filme mau de sábado à tarde. Ou um livro para miúdas, ou talvez nem isso porque a realidade do Médio Oriente é demasiado diferente da nossa. As adolescentes querem a Colleen Hoover... Confesso que passei assim umas páginas porque não dava.  A capa do livro, por

Das férias

As férias, as verdadeiras, aquelas que me dão energia para um ano de trabalho, acabaram no dia em que deixámos a ilha, no dia 12. Foi tudo o que sempre é. Momentos verdadeiramente bons que gravei na memória e que o tempo baralhará, de certeza. "Foi antes do covid ou depois, perguntarei, que  jogámos ao zeroinho ou um". Deitada ao sol, com protetor solar, mas nem sempre de chapéu e sentindo que o sol está a marcar mais uns vincos no meu rosto. Serão no futuro um grande arrependimento, mas no momento, há um desligamento tão grande com a vida fora dali, que nem isso me ocorre. As manchas crescem, as rugas provocadas pelo sol também, mas são uma tatuagem de tempos absolutamente únicos. A ilha é pacifista com tudo. O tempo pausa e tu respiras à margem de tudo e de todos. Cada um faz o que quer, menos os meus filhos quando os obriguei a ler diariamente, claro. Os outros dias foram divididos em vários sítios, ora a 4, ora a 4-1, que o Pedro já tem mais do que fazer de que estar semp

Livro 40 - "As primas"

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 " As primas" - Aurora Venturini Livro com boa cotação e bastante aclamado, mas eu não o apreciei muito.  É um livro com mulheres abandonadas, violentadas, alheadas e deficientes e onde os poucos homens que aparecem são quase sempre predadores.  A voz da Yuna narra a sua história e simultaneamente a da irmã e a das primas. A voz dela, sempre presente, sempre a falar, por vezes a repetir-se, sem pausas cansou-me. Por vezes também me aborreceu. Ficou muito aquém da expetativa.    3 estrelas. 

Livro.39 - "Amor Estragado"

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 "Amor Estragado" - Ana Bárbara Pedrosa Tenho lido críticas muito boas sobre o livro e quis ver se tinham razão. E têm.  Este livro trata de uma história dramática de uma família de 4 irmãos, em Vizela. A história é contada por dois deles. É um livro duro, com uma linguagem também ela dura e crua, mas fluida. Nesse livro, temos os sentimentos que unem e separam as famílias: desgostos, inveja, amor, proteção, amparo, vergonha... O livro tem por base violência doméstica (aliás o livro começa com "matei a minha mulher" , um pouco ao género da "Canção Doce" da Leila Slimani) e alcoolismo.  Houve momentos em que tive de desviar os olhos e pousar o kobo para respirar, tanto aquilo me afligiu, mas continuei sempre a leitura sem parar porque o livro é muito muito bom. Lê-se de uma só vez. 5 estrelas e altamente recomendado. 

Quando é que sabes que tens filhos crescidos?

Quando estamos todos na mesma praia, mas um deles está muito longe de nós, para poder estar com a namorada... Quando estás na festa da aldeia e te apercebes que os teus dois filhos estão a beber álcool às escondidas, atrás da capela, com a grupeta toda...

Livro 38 - "Olhai os Lírios do Campo"

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 "Olhai os Lírios do Campo" - Érico Veríssimo Quando estava a ler "O Continente ", um pai de um ex-aluno viu-me a sair do colégio com o livro na mão. Abordou-me para falar do Veríssimo e aconselhou-me este "Olhai os Lírios do Campo". É a história de um jovem humilde, que consegue formar-se em medicina e que casa com uma mulher rica para ter a posição social que sempre ambicionou.  Dito assim, soa a cliché e parece pouco interessante, mas não, é um livro muito bom. O autor consegue revelar o que vai dentro da alma das personagens. Identificamo-nos nalguns momentos com elas : o bem, o mal, a cobardia, o sonho desejado, a humilhação, as decisões tomadas, o "e se eu tivesse feito outras escolhas?"  O livro é sobre aquilo que realmente importa: a felicidade que está nas pequenas coisas e no bem que se faz. Gostei muito e dou-lhe 5 estrelas porque sou fã do escritor, mas sei que é um 4,5. 

Aida em tempos de Festa

Quando alguém próximo da família ficava doente ao ponto de ser internada, a Aida dizia sempre "só espero que não morra para não nos estragar a Festa." Há uns anos, antes do covid, foi internada. Disse-me "só espero morrer depois da Festa". A Festa da aldeia, em honra da Santa cá do sítio, é um acontecimento. Para ela, era mais importante que o Natal.  Em miúda, era quando o meu avô matava o borrego para a chanfana. Era quando via o meu pai muito feliz por regressar a Portugal para a Festa. Era quando o meu avô dava a cada neto 100 escudos (aquela nota do Pessoa) para comprar rifas depois da procissão. Era quando se comia pão de ló com queijo em família às tantas da madrugada, depois de ouvir o concerto de Marco Paulo ou Clemente. Era quando a minha avó fazia broa no forno e fazia uma pequena para comermos ainda quente com manteiga. Era quando a Aida, cansada por ter a casa cheia, ficava feliz. "Só espero que ninguém morra para não nos estragar a festa". No

Livro 37 - "As Intermitências da Morte"

 "As intermitências da Morte" - José Saramago Na ilha, falámos sobre Saramago e constatei que não tinha lido alguns livros dele. Comecei por este. "No dia seguinte, ninguém morreu." A  partir daí,  o autor conta-nos, com uma subtil ironia,  a história de um país onde a morte desapareceu e uma história com a morte personificada.  5 estrelas. 

Livro 36 - "A Biblioteca da Meia-Noite"

 "A Biblioteca da Meia-Noite" - Matt Haig Livro muito bem cotado, mas revelou-se uma desilusão.  É a história de uma mulher que decide por fim à vida. Quando está entre a vida e a morte, entra numa biblioteca que lhe permite viver várias vidas possíveis se tivesse feita outras escolhas.  É um livro comum e previsível, com uma linguagem pobre. Pareceu-me um livro de auto-ajuda disfarçado de romance.  É daqueles livros que não me acrescentou grande coisa e que me fez questionar "Isto é literatura? O que é a literatura?". Dei-lhe 3 estrelas, mas são 2,5.   Edit: um dia depois, passei a nota para 2.

Livro 35 - "Três Mulheres no Beiral"

 "Três Mulheres no Beiral" - Susana Piedade Trouxe o livro de férias seguindo dois criterios importantes: uma escritora e ainda por cima  portuguesa e ser uma finalista do prémio Leya. Sou uma Maria vai com todos no que aos prémios diz respeito... ( Num grupo de leitura do FB, diziam bem do livro, mas verdade seja dita, num grupo com 30 mil pessoas, há gostos para tudo...) É um livro sobre  uma mulher de 80 anos-  Piedade -  e da sua família. A avó Piedade vive na baixa portuense, numa casa já velha, mas cheia de recordações e de saudades. Abriga  dores e alegrias. Vamos descobrindo aos poucos a história da familia.  " Um lar, no verdadeira sentido da palavra, nao se fazia de pedra e cal, mas de amor, pessoas, historias e lembranças que lhe davam sentido e se tornaram as fundações mais importantes (...). " O livro é triste, mas muito bonito. A escrita é poética, sem ser rebuscada ou pretensiosa. É um livro comovente.  Recomendo a leitura. Vale muito a pena.  5 estre

Livro 34 - Stoner"

 "Stoner" - John Williams Estive para desistir do livro por volta da página 70. Troquei-o pelas "Cinzas de Ângela", mas como não estava a entrar na história, voltei ao projeto inicial.  "Stoner" é um livro lento, contido quase ao nivel das emoções e das palavras, que narra a história de vida de William Stoner. Filho de pais agricultores, vai para a universidade onde se apaixona pela literatura. Tornar-se-á, nessa mesma universidade,  professor de estudos literários. O livro é contido porque nos mostra a vida infeliz do Stoner , da sua inercia e passividade perante os outros e o mundo que o rodeia. Satisfaz-se com o que tem: uma vida triste, com uma mulher que lhe rouba pouco a pouco espaço,  identidade, e bem-estar e com o meio académico de intrigas. O livro é isso, mas a complexidade psicológica das personagens e o modo como o livro é contado que faz dele, ao meu ver, um muito bom livro.  5 estrelas, mas são 4,5.

Livro 33 - " Afirma Pereira"

 "Afirma Pereira" - António Tabucchi Há livros que vamos adiando sem saber bem a razão. Este foi um deles. Tenho-o em casa há pelo menos 20 anos. Comprei-o quando foi publicado pelo Público: a coleção mil folhas.  Depois de ouvir já não sei quem a falar do livro no podcast "Vale a Pena", fiquei com vontade de o ler. Trouxe a versão digital comigo nas férias. A história decorre em 1938 em Lisboa. Pereira é responsável pela página cultural de um jornal e está alheado do contexto político de Portugal e do resto da Europa. Homem só, sem amigos, colegas e família, conhece um jovem que o faz mudar aos poucos ... O Pereira é simplesmente maravilhoso. Nutri por ele um carinho muito grande. Tocou-me a sua sensibilidade e a sua simpatia. A história e a evolução da personagem conquistaram-me, mas o processo de escrita não lhe fica atrás. Tudo por causa de uma escrita limpa, simples e da utilização constante do verbo afirmar.  É um livro simples altamente recomendado.  5 estrel

Livro 32 - "Niketche - Uma História de Poligamia"

 "Niketche - Uma História de Poligamia" - Paulina Chiziane Há dias, lembrei-me desta autora, que nunca tinha lido apesar de já ter ganho o Prémio Camões. Decidi então trazê-la comigo nas férias.  Neste livro, Rami, a personagem principal, descobre que o marido tem várias mulheres e vários filhos. A partir dessa descoberta, tece um conjunto de reflexões sobre a condição da mulher moçambicana, que está fortemente ligada às tradições e convenções de uma sociedade patriarcal. À luz da sociedade europeia,  fiquei frequentemente perplexa com o que li, mas encantada com o lirismo da escrita. O livro é poesia pura, mmas peca por ser demasiado repetitivo.  4 estrelas. 

Livro 31 - "No jardim do Ogre"

 "No Jardim do Ogre" -Leila Slimani Que livro!  A personagem principal, Adèle, é escrava do seu impulso sexual. É uma compulsão que se sobrepõe à maternidade e ao seu matrimónio. É uma espécie de Madame Bovary. Na verdade, este livro é sobre a solidão. A Leila Slimani consegue pôr no papel a ânsia, a fraqueza de um vício e a solidão de uma mulher como ninguém. Tudo é palpável. O melhor livro dela que já li. 5 estrelas. 

Livro 30 - " Tudo é rio"

 "Tudo é rio" - Carla Madeira Best-seller no Brasil, ouvi falar dele no podcast "Vale a Pena" com a própria autora como convidada. Fiquei curiosa.  É a história de duas mulheres e de um homem, de um desamor, de uma dor e da dúvida em torno da questão "Há crimes que podem ser perdoados?" O livro é daqueles que se lê em dois dias. Viramos páginas (ou deslizamos páginas) uma atrás da outra. É de leitura fácil, mas com momentos muito poéticos e outros com uma linguagem crua quase chocante.  Não sei se gostei do livro. Acho que a prostituição está demasiado romantizada ou aligeirada, não sei. Há comportamentos mal explicados. Não gostei do fim.  3 estrelas.  Edit: 2 estrelas. [ Não consigo anexar fotos nos posts escritos na ilha. Não há rede Internet suficiente aqui.]

Livro 29 - "A Leste do Eden"

 " A Leste do Eden" - John Steinbeck Há muitos anos, devia ter uns 6 ou 7 anos porque o meu mano ainda não tinha nascido, a minha mãe gravou numa VHS o filme "A l'est du Paradis" com o James Dean a falar francês,  claro. Ela viu e reviu aquela cassete vezes sem conta. Não me lembro de nada. Tenho somente a ideia que é um filme a preto e branco.  O livro assenta no episódio bíblico do Caim e Abel. É-nos contada a história de dois irmãos, que se dão mal e dos filhos gémeos de um desse mano, que também não se dão bem. É uma luta constante entre o bem e o mal. São personagens reais, com defeitos que habitam em todos nós.  4 estrelas.

Férias 2023

Começaram ontem e serão aproveitadas até ao fim.

Do contentamento

O meu mais velho trabalhou durante o mês de Julho. Foi monitor  na escola, acompanhando as crianças à praia e fazendo atividades com eles durante a tarde.  Recebeu hoje o seu primeiro ordenado. 

Para contrastar com o post anterior

No domingo, o meu mais novo  acordou-me às 8h20 para irmos ver, juntos, a seleção portuguesa no mundial feminino de futebol.  Lembrei-me então da frase proferida há uns anos  e sorri. 

Vergonha alheia

  Aquele momento em que te envergonhas dos teus filhos porque estão aos berros, a urrar e a bater com o comando na mesa ou no teclado, enquanto jogam FIFA.  Uns anormais.  E, no entanto, continuo a amá-los.  [A maternidade terá sempre incongruências.]

Livro 28 -" Chuva de Papel"

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 "Chuva de Papel" - Martha Batalha Quando ouvi dizer que a Martha Batalha tinha um novo livro, fui logo à procura dele. "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão " da autora foi um dos livros que mais gostei de ler durante o segundo confinamento.  Este livro fala de um jornalista no final da sua vida. Foi um repórter com sucesso em tempos idos, mas que está agora completamente decadente.  Com uma linguagem carioca absolutamente deliciosa, o livro aborda o feminismo, os jornais, a violência no Rio e a vida, na verdade. Ficou , no entanto, aquém das expetativas, embora se leia bem.  3 estrelas.

Livro 27 -"Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas"

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 "Mulheres não são chatas,  mulheres estão exaustas " - Ruth Manus Ouvi falar da escritora e jornalista no podcast "Vale a Pena", mas foi a Filipa que ma relembrou ao ler um outro livro dela. São reflexões simples e até óbvias sobre a luta que a Mulher enfrenta diariamente para ser quem quiser ser. Desafia os estereótipos impostos por fatores culturais e sociais. Na verdade, não li nada que não soubesse nem nada surpreendente. Sublinhei, ainda assim, várias frases. A autora compilou uma série de pensamentos e episódios, alguns pelos quais já todas passámos, e vê-los escritos, para além de me obrigar a estar mais atenta às outras, deu-me vontade de os gritar aos mundo. Sim, o óbvio ainda tem de ser dito. Que cansaço.   3 estrelas e recomendo

Livro 26 - "La Carte Postale"

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" La Carte Postale" - Anne Berest Este livro foi muito falado na França e está sempre a ser comentado nas várias redes sociais. Infelizmente ainda não foi traduzido em português, mas está traduzido em inglês para quem é mais anglófono. Digo já isso porque é um livro que recomendo. É um livro sobre os judeus durante a segunda guerra, mas também sobre os descendentes dos sobreviventes numa França continuamente antissemita.  A partir de um postal que recebe em 2003 e onde apenas alguém escreveu os nomes de 4 familiares desaparecidos nos campos de concentração, a autora vai à procura da história da sua família e do autor do postal. Quer saber o que aconteceu para homenagear as vítimas, os seus familiares, mas também para tentar perceber como foram as relações entre a  sua avó -  única sobrevivente da família - e a sua mãe, nascida já no fim da guerra. Percebendo esta relação, percebe a dinâmica que teve com a sua mãe e a sua relação com a palavra "judeu". Através da i

Livro 25 - "Salvar o Fogo"

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 "Salvar o Fogo" de Itamar Vieira Junior. Como tinha gostado muito do Torto Arado do mesmo autor, resolvi ler o seu segundo romance. A narrativa centra-se no interior rural brasileiro, onde ficamos a conhecer a história da Luzia, mulher negra que tem uma força incrível, e da sua família. É uma história marcada pela pobreza e pela violência, numa aldeia que vive à sombra de um mosteiro.  Não achei nada do outro mundo. Dei-lhe 3 estrelas.

Do futsal

Nestes dois últimos fins de semana, a equipa desportiva do Pedro entrou em dois torneios de futsal. No da semana passada, foi uma organização mais pequena, com 5 clubes e que durou um dia. Foram campeões e ele recebeu o prémio de melhor guarda-redes.  Neste fim de semana, três escalões do Clube rumaram a Lamego. Fui sozinha na sexta à tarde (um aparte:  Lamego fica tãooo longe!) para o ver jogar e conhecer a cidade, que é muito bonita, e comer muito! Foram 3 dias de competição. No sábado, o meu filho fez 6 jogos numa cidade abafada onde os termómetros chegaram a marcar 38 graus. Uma loucura.  Perderam uns jogos, ganharam outros e empataram um. Divertiram-se imenso a jogar, mas também nas piscinas, nos quartos coletivos e nas pausas. Uniram-se ainda mais.  Saí de Lamego no domingo às 15h, e depois das 50 mil horas a conduzir para casa, vi em direto no canal YouTube do torneio o meu filho a receber mais uma vez o prémio de melhor guarda-redes. Vi, do sofá,  o abraço gigante que deu ao pa

L'école est finie!

Cá em casa, sobrevivemos a mais um ano letivo. Brindemos! 

Livro 24 -" Germinal"

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 Germinal - Emile Zola Tinha um certo receio de ler este livro. Os clássicos assustam-me. É preciso tempo e paciência para eles. Foi um dos primeiros livros a colocar no kobo, mas só agora me senti pronta para ele. (Em França, este livro é de leitura obrigatória no secundário.) Escrito nos finais do século XIX, Zola conta-nos a vida miserável dos mineiros e da greve que fizeram durante dois meses e meio para ter aumentos salariais para nao morrer à fome. Temos uma obra-prima que aborda as condições de trabalho (como foi possível sobreviverem assim?), a fome, os corpos anémicos, a podridão da burguesia, os banhos na mesma água, os corpos negros de carvão, a miséria, a subjugação da mulher ao homem, a subjugação do operário, o trabalhar para morrer à fome, a promiscuidade com muita gente a dormir no mesmo quarto, a promiscuidade em ter filhos apenas para ser mão de obra e pôr comida em casa, a promiscuidade em saciar a vontade de fornicar como animais, a lei da selva para sobreviver. Há