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Leitura 7/2024

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 "Um dedo borrado de tinta - História de quem não pôde aprender a ler" - Catarina Gomes   (Deixo uma foto a cores porque a capa perde muito no kobo.) Em 2021, li Coisas de loucas da mesma autora e foi um dos livros que mais me marcou nesse ano. Ia resgatar pessoas que tinham sido internadas em hospitais psiquiátricos no início do século XX. Este ano, publicou este livro. Conta a história de pessoas, que ainda existem, que não sabem ler. Este é o livro que gostaria de ter escrito. Foi a primeira vez que tal ideia me passou pela cabeça. É um livro onde me revejo em todas as palavras e ideias.  É um livro comovente que vai à linha do tempo recontar o que aconteceu. Lemos aquelas histórias e percebo que são as minhas avós, as minhas bisavós. "Todos nós descendemos, a partir de certa altura, de pessoas que não sabiam ler, se quisermos, de analfabetos". A história da minha avó Aida é idêntica aquilo que li: ainda vai à escola onde aprendeu as únicas letras "a,e,i,o,
Há um episódio do Sexo e a Cidade que me marcou. Como já o vi há uns 20 anos, não me recordo muito bem, mas sei que a Samantha está na praia a vomitar e a Carry está a segurar-lhe o cabelo, depois de uma noite de copos. Aquilo foi para mim uma grande revelação sobe amizade. Ser amiga é ser leal e estar sempre ali, em todos os casos. Não conhecia a palavra "sororidade" na altura, mas percebi-a. Ontem, éramos 4. Uma sentiu-se mal e, imediatamente, as outras 3 rodearam-na. Uma agarrou-lhe no cabelo, a outra na ponta do cachecol e a terceira fez-lhe festas nas costas. Se não fosse tão deprimimente ver uma pessoa a vomitar no meio da rua, poderia dizer que foi um belo quadro sobre amizade.

Leitura de 2024/6

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 "Eu sei porque canta o pássaro na gaiola" - Maya Angelou Descobri a escritora num documentário sobre ativistas negras. Gostei tanto que quis conhecê-la através dos livro. A vontade foi tanta que acabei por ler a versão brasileira, uma vez que não existe a versão digital em pt-pt.  É um livro autobiográfico, onde relata a sua juventude numa América rural, racista e violenta. Gostei muito.  4 estrelas.

Por cá...

Fui ver a exposição na Gulbenkian sobre " As Mulheres do meu País " porque quis encontrar em cada rosto fotografado uma antepassada minha.  Vi em cada mulher iletrada e pobre, naqueles olhares duros, naquelas rugas vincadas, naquele aspeto de várias vidas vividas e sofridas aos vinte e poucos anos, um pouco de cada uma. Embora não seja uma exposição do outro mundo, gostei muito de encontrar as Preciosas, as Rosas, as Joaquinas e as Marias que andam a povoar a minha cabeça.

Quando sabes que tens filhos (muito) crescidos?

Quando inscreves um deles para os exames nacionais do 11º ano. (Vou ali beber um chá de camomila e respirar para dentro de um saco de plástico...)

São imposições, senhor, são imposições!

Milagre! Milagre! O Tiago já leu dois livros este ano: "Os Maias" do Eça cuja leitura se arrastou ao longo de vários meses e "Frei Luís de Sousa " do Garrett.  Obigada, escola. 

Leitura de 2024/5

 "A Natureza da Mordida" - Carla Madeira.  Voltei a esta autora para lhe dar uma segunda oportunidade ou para tentar perceber por que razão as pessoas continuam a aclamar o que escreve.  Se não se lembram do que disse sobre "Tudo é um Rio", clique aqui. É a história de duas mulheres de gerações diferentes, que se conhecem num café e que se tornam amigas. Percebemos de imediato que são mulheres com histórias de amor que as fizeram sofrer. " - O que você não tem mais que te entristece tanto?" .   Ao longo de vários encontros, as histórias vão sendo desvendadas. Em ambas os casos, a dor definiu-se porque " Ele se foi do pior jeito que alguém pode ir: ficando." Não gostei do desfecho de uma das histórias. Ou até das duas. A senhora escreve bem, com frases curtas, poéticas e também clichés. Não sei se gostei qb ou se embirro com a escritora por causa da leviandade com que abordou certos temas no outro livro. . Dei-lhe 4 estrelas, mas se calhar são 3,5

Viagem

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Em viagem, a nossa dinâmica familiar é excelente. Toleramos melhor os defeitos dos outros, tornamo-nos mais abertos ao que o outro diz ou pensa, ouvimos mais o outro, vemos com olhos diferentes os varios ângulos da cidade onde estamos e parecemos mais felizes do que somos. Ou mais em sintonia. Fechamo-nos numa bolha a 4 a ver o mundo que nos rodeia, rindo muito e conversando mais ainda.  Acredito que ir será sempre a nossa bóia quando tudo der errado.