Os Nossos Pequenos Príncipes

 "Um Cão no meio do Caminho" - Isabela Figueiredo   Gostei muito deste livro, que fala de solidão e de sofrimento. A personagem masculina emocionou-me muito. A sua história, a sua liberdade e sua relação com os animais comoveram-me. É um homem ferido, que não sabe como viver a vida, sabendo no entanto como não a quer viver. É uma escrita poética, mas viva. É um homem perdido, que se vai (re)encontrar com uma vizinha, também ela só. Fotografei várias páginas para enviar à Carolina. É um livro que lhe assenta bem, tal como me assentou a mim e tal como assentará em cada um de vós. Não enviei nenhuma nem publico aqui nada porque espero, sinceramente, que o leiam.  Ide ler. Vale cada palavra.  5 estrelas.  (Até agora, o melhor livro de 2022 e o melhor lido em 2023.) ( Tinha gostado muito do livro "A Gorda" , mas este é muito superior.)

O meu mais novo foi chamado pela Federação para um treino de captação para a seleção sub 13. Não é (ainda) a seleção nacional - não existe Seleção sub13 - mas é distrital. Se for escolhido, defrontará as outras seleções distritais e a vencedora representará Portugal num campeonato qualquer de futsal.  Ainda estamos na fase de captação: foram escolhidos 22 crianças. Destas, só 15 ficarão. Simultaneamente, fomos novamente contactados pelos coordenadores de equipas grandes que querem que ele assine já. Declinamos mais uma vez, deixando, no entanto, a porta aberta para... daqui a dois anos. Logo se verá. Ele está felicíssimo. O pai cá de casa, mister dele, tanto quanto ele ou mais. Eu também, mas estou sempre a lembrá-lo que a escola está em 2º lugar, depois da família, e que o futsal vem depois. Não vê a coisa como eu. Entendo, mas tem de haver alguém a pôr água na fervura, a baixar as expetativas, caso a coisa não vá avante. ( Hoje, um colega meu disse-me que parecia que não acreditava n

 "Misericórdia" - Lídia Jorge Li mais um livro escrito por uma mulher, e desta vez, portuguesa.  "Misericórdia " é um livro cuja ação decorre num lar. Acompanhamos as deambulações e o dia a dia da personagem principal, assim como as relações que se tecem entre as  pessoas que coabitam com ela. É um livro bonito e bem escrito. Muito bem escrito, diga-se, e muito poético, carregado de nostalgia.  Com a mesma temática, prefiri   este . Tocou-me mais.  Dei-lhe 4 estrelas, mas devia ser 3,5. 

 O Pedro faz 13 anos.  13 anos. Nem acredito nesse número. 13 anos. Treze. O meu mais novo, o meu "pequenino". Vou saltar todos os clichés melosos sobre este filho de 13 anos. Já os escrevi imensas vezes e na verdade, têm mais que fazer do que estar a ler essas lamechices todas.  Passei por aqui para assinalar a data, que este já foi um babyblog e há que respeitar tempos idos. Aproveito o post para pedir um momento de silêncio: um filho com 13 anos hoje e um outro com 15 merecem este recolhimento.  Que os deuses da blogoesfera, já quase todos extintos, coitados, me ajudem a saber lidar com tanta estupidez , hormona , tantos adolescentes debaixo do mesmo teto.

 "Trois" - Valérie Perrin Como tinha gostado do " A Breve Vida das Flores", mas sem o achar assim algo do outro mundo, resolvi ler este último romance dela, que encontrei naqueles chats de partilha de  leitura. O livro ainda não está traduzido cá.  É a história de três amigos, ao longo de 30 anos, numa aldeia francesa. A história não é contada cronologicamente. Há avanços e recuos no tempo e na narrativa. Há segredos que nos são revelados gradualmente, dando aqui e ali algumas reviravoltas. Usou quase a mesa estrutura da "Breve Vida...".  É um livro que se lê rápidamente, que nos faz mergulhar na vida das 3 crianças com gosto. Depois, na vida adulta, há um desancanto na leitura (Não há sempre um certo desencanto na vida adulta, certo?). Há alguns clichés e alguns temas da moda que, enfim, me fizeram revirar olhos. Não spoilarei. O livro está sempre muito bem acompanhado de uma banda sonora. (Há muitas referências às músicas que fazem parte da minha infânc

Todas temos aquelas colegas ou conhecidas que dizem "paguei ginásio durante X tempo, mas nunca ia!".  Tornei-me nelas. 

Descobri a aplicação da Vinted  (graças a este blog ) e vi uma luz no fundo do túnel.  Objetivo de 2023 : dar uma segunda vida às roupas (novas) que temos e que nunca usámos, mas que guardávamos porque não se deita fora algo bom e novo.

"Regarde les lumières mon amour " da Annie Ernaux. (O livro não está traduzido.) Em apenas 50 páginas,  a escritora faz considerações sobre o que observa quando vai às compras, num Auchan. Observa as pessoas, as promoções,  quem lá trabalha,  os horários,  o que se vende, etc.  Vê com outros olhos "parce que voir pour écrire,  c'est voir autrement". Através do seu olhar, hoje nas compras, também olhei para as coisas de outra forma. Ir às compras daqui em diante será levar também comigo a Annie.  Gostei. 3 estrelas.

Ano novo, contagem nova no que aos livros diz respeito. Recomecemos então com este "A trilogia de Copenhaga" da autora dinamarquesa Tove Ditlevson.  Li, no Ípsilon, várias crónicas sobre os melhores livros editados em Portugal em 2022. Estava nos 10 primeiros livros de 2 dos 5 críticos. Quis ler e surpreendentemente percebi que seria fácil arranjá-lo para o Kobo. Hei-de ler mais livros das tais listas porque também já os arranjei .  Adiante.  "A Trilogia de Copenhaga" é um livro autobiográfico, dividido em 3 partes: a infância, a juventude e as relações tóxicas. Na primeira parte, fala-nos da sua vivência enquanto criança num bairro pobre de Copenhaga, entre os finais dos anos 20 e início dos anos 30 do século XX. Gostei muito da descrição das emoções da criança e da sua relação com a mãe. Foi palpável, quase. Na segunda parte - a que menos gostei - fala-nos da sua juventude, sempre na pobreza e na ignorância e da sua paixão pela poesia e pela escrita. Fala-nos da

 Li 43 livros. Diz-me o Goodreads que li 12524 páginas. A minha média de classificação é de 3,9. O meu top de leituras de 2022 é:  - "O Tempo e o Vento - O Continente " de Erico Verissimo.  Que obra!  - "Retalhos da Vida de um Médico "  de Fernando Namora Poderia acrescentar mais um para compor este top, mas seria injusto porque estou indecisa entre vários. Ficamos então assim.  Fui 3 vezes ao cinema, mas vi muitos filmes em casa. Vimos no mês passado o filme "Do Oeste nada de novo" na Netflix e achei-o imperdível. Ide ver! Vi muitas séries. Não sei contabilizar. A série espanhola "Valéria" ou a série canadiana "Supermães" são o meu gulty pleasure. Só servem para entreter sem pensar em nada, ao contrario da série alemã "Dark" que nos obrigou a pôr na pausa para pensarmos sobre o que víamos. Fui apenas 1 vez ao teatro. Saí a pensar que iria, de certeza, mais vezes a partir dali. Não fui.  Fui a 4 concertos.  Corri 182 km.  Este