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2019 mais ou menos revisto

2019 foi um ano em que vivemos muito os 4 para os 4, numa espécie de bolha onde nos bastamos uns aos outros. Há quem diga que vamos estranhar quando eles não quiserem estar nessa bolha e que nos vamos sentir sozinhos, até porque estamos agora muito distanciados dos amigos e familiares. Talvez mas não quero pensar nisso agora. Farei o balanço na devida altura.  Assim de repente, retenho duas coisas marcantes: a viagem a Londres (porque foi a nossa primeira viagem de avião a 4 e porque adoro a nossa dinâmica familiar quando estamos fora de casa) e a morte da Fifi que ainda não foi ultrapassada pelo Pedro. Nós os três já conseguimos falar dela a sorrir, mas ele não, ainda o faz a chorar e recusa-se ver qualquer fotografia dela. Vim poucas vezes à terra porque a casa esteve em obras e sobretudo porque deixou definitivamente de ser minha quando passou a ser nossa no papel. Há coisas que...  Pensei em demitir-me. Estive quase a fazê-lo. Até cheguei a enviar SMS ao pai cá de casa com a minha

Do Natal (para reler no próximo Natal )

1) Trocámos prendas pela primeira vez. Depois do ataque de choro do meu mais velho o ano passado, que nunca recebia prendas no Natal, percebi que tinha sido demasiado radical. Como recebem mesada e têm de gerir o seu dinheiro, também eles ofereceram prendas aos pais e avós. Recebi dos meus filhos uma massagem marcada num SPA e o último livro da Ana Margarida de Carvalho.  O Tiago ofereceu uma garrafa de vinho tinto ao pai cá de casa. Levei-os à garrafeira onde vou de vezes em quando e eles ficaram pasmados com o valor de certos vinhos. O Tiago sugeriu "Pêra Manca" mas quando viu o preço, desatou a rir. "Só trouxe 25 euros!". O Pedro, mais modesto, foi ao chinês comprar uma moldura e imprimi uma foto deles os dois. Ambos compraram uma caixa de chocolates para o avô com uma foto deles os dois e a avó recebeu um colar (bem piroso). Receberam apenas uma prenda cada: a PS4, com 3 comandos e o Fifa 2020.  Estavam no entanto mais felizes por oferecer do que em

Livro 42

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"A minha avó pede desculpas" - Frederik Backman. O livro foi recomendado por uma amiga que o traduziu. É a história de uma menina - Elsa - cuja melhor amiga é a avó, mulher completamente doida mas que conta histórias maravilhosas. Quando a avó morre, a Elsa tem de entregar cartas às pessoas do prédio. A neta fica a conhecer a avó e a sua vida antes de nascer. Fica(mos) também a conhecer as pessoas que habitam no prédio e o elo de ligação entre todos.  Houve momentos cheios de ternura e de afeto mas também houve momentos aborrecidos. 4 estrelas.

Calendário do Advento 2019

Dia 24: ir a uma aldeia de Natal. [Quando abrimos a última janela do calendário, o Pedro, feliz, exclamou "mais um ano de calendário do advento feito.  Foi bem bom."]

Calendário do Advento

Dia 23: fazer desenhos alusivos ao Natal e colocá-los nas caixas de correio.  [Foi uma maravilha fazer essa atividade na aldeia.]

Calendário do Advento 2019

Dia 22: abraçar amigos e familares

Calendário do Advento 2019

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Dia 21: escrever uma história de Natal [Cada um ditou uma ou duas frases e eu escrevi. (Querem ler a história aos avós na noite de Natal.)

Calendário do Advento 2019

Dia 20: tirar uma foto em frente a uma igreja iluminada. 

Calendário do Advento 2019

Dia 19: ir ao cinema. [Queria ver o Frozen 2 mas os 3 votaram num outro filme. Como castigo divino, só pode, a tempestade Elsa deu ares da sua graça e recusei-me a sair de casa, à noite, num dia de temporal. Karma is a bitch. ]

Calendário do Advento 2019

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Dia 18: Fazer um enfeite de Natal para a entrada do prédio. 

Calendário do Advento 2019

Dia 17: escrever uma palavra a vermelho e pendurá-la na árvore.  [família - amor - felicidade - união]

Run Tella, run

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Voltei hoje ao ginásio depois de uma longa ausência.  Como não tenho tido horário para as minhas aulas de grupo, vim hoje antes de mais umas reuniões fazer cardio. Há quilos a abater, memória muscular a recuperar e dois trails dentro de pouco tempo. Estou aqui há 15 minutos e estou a morrer. Ui, que vai ser difícil mas se fosse fácil, não tinha tanta piada. Ou não. Pfff.

Calendário do Advento 2019

Dia 16: Vamos alimentar animais de rua. [Demos comida aos gatos que estão abandonados no parque de estacionamento onde deixamos o carro.]

Calendário do Advento 2019

Dia 15: manter todas as velas da casa acessas.

Calendário do Advento 2019

Dia 14: ver um filme de natal, debaixo da manta e a comer pipocas.

Livro 41 - 2019

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"Era Bom queTrocássemos Umas Ideias sobre o Assunto" - Mário de Carvalho Uma escrita limpa e sarcástica. Um narrador irónico e simpático que interage muito bem connosco. Uma história simples.  3 estrelas. 

Calendário do Advento 2019

Dia 13: fazer um piquenique na sala, junto à árvore. 

Calendário do Advento 2019

Dia 12: Fazer flocos de neve para colocar nas janelas.

Calendário do Advento - 2019

Dia 11: ver um filme de Natal.  [Vimos o "Klaus", disponível na Netflix. ]

Calendário do Advento 2019

Dia 10: Tirar fotos juntos da nossa árvore de Natal. 

Calendário do Advento 2019

Dia 9: jantar à luz de velas. [Adoro!]

Calendário do Advento 2019

Dia 8: Tirar uma foto nas máquinas de rua.

Calendário do Advento-2019

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Dia 7: dormir na sala perto da árvore de Natal

Calendário do Advento 2019

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Dia 6: iluminar uma porta ou uma janela. (Ficou bem piroso, sim senhor mas eles disseram que estava "bem giro".)

Calendário do Advento 2019

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Dia 5: Deixar um bilhete de Natal na casa dos vizinhos.

Calendário do Advento 2019

Dia 4: enviar um vídeo de Natal com afeto. (Enviámos um vídeo ao pai cá de casa que estava em Paris. O Tiago quis enviar um ao seu primo/afilhado e o Pedro à prima. )

Calendário do Advento 2019

Dia 3: Fazer uma lista de 3 prendas (Tiago: Playstation 4 e MP3, dos bons) (Pedro: FIFA 2020 e bilhetes para os 4 para New York) (Pai de casa: viagem no Carnaval) ( Eu: Uns novos Adidas ultra boost para correr mais e melhor, "O Gesto que fazemos para proteger a cabeça " de Ana Margarida de Carvalho e uma massagem marcada num sítio catita .)

Calendário do Advento 2019

Dia 2: Jantar com música de Natal.

Calendário do Advento 2019

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Dia 1: montar a árvore de Natal

Run Tella, run

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Inscrições feitas em dois trails* para ver se me foco na corrida, que esta coisa de ter uma prova marcada obriga-me a ser mais disciplinada....e ir correr.  São duas provas que me dizem muito: uma será em casa, na minha Lousã, nas aldeias de xisto e a segunda será no dia de anos da Carolina. Nada melhor que correr com ela no seu dia de anos.

Livro 40 - 2019

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O Tiago tem de ler a adaptação da Odisseia pelo Frederico Lourenço. Também decidi ler o livro. Está bem adaptado para os miúdos: tem uma inguagem fluída e dá a conhecer a obra de Homero aos mais jovens.  (O Tiago ainda não o acabou. Terá de o concluir até janeiro mas já disse que não gosta muito...)

Ainda sobre os 12 anos dele - I

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No dia de anos, teve jogo. Antes de começar, as duas equipas com o árbitro no meio vão ao centro do campo fazer uma espécie de vénia à bancada. Nesse momento, o Pedro e eu levantámos a cartolina para que ele pudesse ver uma das nossas surpresas. Naquele momento solene, ele levanta os braços, tipo campeão, feliz da vida e a gargalhar imenso. O Pedro e eu, ficámos super contentes. 

O meu filho mais velho faz 12 anos.

Acordei a pensar nele, naqueles primeiros dias e meses calmos (o meu Tiago só mamava e dormia) apesar dos sentimentos à flor da pele, da intensidade do amor e do medo que era ter um recém-nascido. Tenho saudades desses tempos em que tinha tempo para estar sentada no sofá com ele ao colo durante horas a observá-lo, a pensar que era o bebé mais lindo do mundo, a ouvir Mozart, a dar mama sem nenhum problema, felizmente. Num desses dias, liguei a televisão e o Manuel Freire apareceu a cantar "eles não sabem que o sonho" e eu achei (e acho ainda) que era o universo a recompensar-nos. A intensidade da interpretação e eu ali, com um recém-nascido nos braços, foram mais do que suficientes para me agarrar ao meu filho e chorar como se não houvesse amanhã. Cada filho tem uma música e essa é a do Tiago, claro. Os primeiros meses já lá vão mas estão guardados dentro de mim.  Passados 12 anos, já muito dessa ligação mágica se perdeu. Ele cresceu e nem sempre concordo com.o que faz e diz,

Run Tella, run

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Melhor que setembro mas ainda muito muito fraquinho... Dito isso, deixa-me tirar o rabo gordo da cama e ir correr para tentar superar outubro. (Sou uma pessoa inconstante: corro quase 70 km num mês ou 20 ou 10km  noutro; leio 5 livros num mês ou nenhum no outro; como saudavelmente e dentro da linha num dia ou enche-me de porcarias até ficar enjoada no outro; vejo séries em catadupa numa semana ou nem sei quais as estreias da Netflix numa outra; vou diariamente ao ginásio em busca do corpo perdido aos 20 anos ou me esqueço de lá ir durante semanas recuperando o corpo de sempre; acordo de madrugada e limpo e organizo tudo ou deixo papéis e tralhas acumularem-se ao meu redor durante semanas. Por alguma razão, no meu local de trabalho, sou conhecida pela "stôra bipolar". Até os meus alunos sabem que sou inconsistente e inconstante.)

Quando é que sabes que tens filhos crescidos? XXXVIII

Quando os dois regressam à casa sozinhos e de autocarro, passando no barbeiro retro do bairro para cortarem o cabelo. 

Calendário do Advento - prontos

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O Tiago foi às compras com o pai e trouxe o calendário do Advento. Foi ele que o quis trazer. Mostrou ao mano que ficou feliz e piscou-me o olho, como quem diz "vou alinhar por ele". Na verdade, acho que ele ainda quer alinhar, ainda vai querer abrir diariamente as janelas e descobrir as atividades a fazer. No fundo, no fundo, também vai delirar com algumas atividades, mesmo que diga que é a fingir pelo maninho. É que não se foge às tradições familiares. 

Livro 39 - 2019

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"Perguntem à Sarah Gross" - João Pinto Coelho Demorei muito tempo a ler este livro: um mês e meio. O arranque do ano letivo foi difícil e tenho andado cheia de trabalho. O livro foi ficando esquecido e não merece ser esquecido. Mea cula feito! É um livro que aborda o holocausto e como todos os livros sobre a Shoah, é difícil de ler. Mas tem de ser lido porque há coisas que nunca devemos esquecer. Este livro ajuda a perpetuar a memória de quem foi exterminado.  [Continuo a não saber como foi possível aquela desumanização. Como? ] "Depois das ultimas 24 horas, mesmo depois do relato detalhado que acabara de ouvir, continuaria sem saber como se sofria em Auschwitz. Como era o frio, a fome ou o medo. Talvez um dia o glossário da humanidade acrescentasse essas entradas novas". "Acho que só se sobrevive aos campos na hora em que se morre."

Amanhã é dia de eleições

Votar é obviamente uma coisa muito séria. Adoro o dia de eleições.  Gosto mesmo de ir à escola, ver pessoas de todo o género a participarem na sociedade e escolherem livremente as pessoas com quem se identificam. Votar para mim é como ir a uma festa. O dia de eleição devia meter convívio na rua, copos, ideias debatidas, pancadas nas costas como quem diz "não concordo mas ainda bem que o psso dizer livremente ", bailarico e tudo. Votar é festa, sim. Devíamos estar todos agarrados à televisão a partir das 20h e abraçados uns aos outros, independentemente do quadrante político, na tasca da rua, a ver quem vai melhorar (ou não) as nossas vidas. Trata-se apenas do nosso futuro...Nunca percebi como se podem concentrar mais pessoas a ver um jogo da bola do que do resultado das eleições. Há toda uma coisa democrática que falhou depois do 25 de abril. Mesmo. Por norma, leio sempre o que os partidos da esquerda (nunca votei à direita e não sei se um dia o farei) dizem sobre educação e

Run Tella, run (ou não!)

Setembro 2019 = 0 km corridos. Citando os meus filhos, "mãe, quando tu eras corredora..."

Paralelismos

Ainda sobre o post anterior e também sobre o dia de hoje: muitas vezes parece que trabalho na tipografia do Ramires em 1968.

Série em família

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Acabámos de ver o "How I meet your mother" com os miúdos e instalou-se a pergunta óbvia: "E agora, que série para ver a 4, ao final do dia?" A propósito da notícia do Público que dizia que a segunda temporada da série portuguesa "Conta-me como foi" seria transmitida em dezembro, 10 anos depois da primeira, achamos que a devíamos (re)ver com os nossos filhos.  Tem sido ótimo rever a série porque agora estou mais atentas aos pormenores (é de facto uma grande série, tendo em conta o panorama português) e os miúdos aprendem como era ser criança antes dos telemóveis, da TV e da Liberdade. A não perder!

Quando sabes que há ainda uma adolescente dentro de ti

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Até estremeci quando vi que o autor de um dos meus livros preferidos me fez não 1, mas 2 likes nas minhas fotos!

Quando é que sabes que tens filhos crescidos? XXXVII

Quando o teu filho mais velho sai da escola sozinho e apanha pela primeira vez um autocarro (sem nunca ter andado de autocarro em Lisboa* sozinho ou acompanhado) para ir para casa e desfrutar da sua única tarde livre. [E chegou são e salvo, sem se perder.] *Só andamos de autocarro em Londres, num registo de turistas.

2019/20

Começou hoje o ano letivo para o Tiago e para mim.  Ele está no 3°ciclo onde também estou. Partilhamos o mesmo pavilhão e muitas vezes o mesmo andar. Passei a ser professora dos colegas dele da primária e até de um grande amigo dele, que por vários motivos, não ficou na turma do Tiago. Muito mau. O miúdo já esteve cá em casa, já jantou, já dormiu cá, sempre me tratou pelo nome e na nossa primeira aula, quase nem conseguíamos olhar um para o outro.  Para o Tiago, a situação também não é a melhor. Ele não aprecia o facto de estar próxima dele na escola nem que seja prof dos colegas. Ele sabe que a mãe nem sempre joga com o baralho todo e não sei se sente confortável a saber que os colegas também o vão saber.  Pronto, por mim, acabávamosģ já este ano letivo.

Gatos, outra vez.

A Lara chegou no dia 3 de junho e a nossa vida piorou.  Desde muito cedo, percebi que tinha de a devolver. Já escrevi sobre isso aqui . Acordava todos os dias a pensar "é hoje" mas depois ficava com pena da gata e com vergonha do meu lado negro. Durante este tempo todo, ela nunca fez cocó na caixa. Era nos cantos da casa. No início, nem xixi. A minha vida, como referi, era limpar a casa e pensar "caralho mais a puta da gata" e verbalizar coisas como "A gata é mesmo estupida. Nem gosto dela".   Para além disso, o James continuava a ter um comportamento violento para ela e ela escondia-se em todo o lado. Ela também despertou o lado obscuro do James.  Houve um dia em que disse "não passa de hoje". Falei com a senhora da associação via Messenger  a perguntar-lhe quando a podia devolver. Ficou marcado para sábado, entre as 10h e as 11h.  Tinha apenas de lhe ligar para ela ir ter ao gatil. No sábado, liguei, liguei e nada. Não atendeu. Já

Quando é que sabes que tens filhos crescidos? XXXVI

Os meus filhos foram sozinhos para a praia, de transportes públicos. Foram com duas amigas, uma com 13 anos e outra com 19 (mas que às vezes parece ter 16...).  Hesitei antes de os deixar ir. Afinal o Pedro tem apenas 9 anos, mas recordei-me que eu (e quase toda a minha geração) foi à praia de transportes  (Amadora- Costa) e sempre com o meu mano 7 anos mais novo (e sem telemóveis!).  Assim foram, excitados por mais uma aventura. 

Férias - 2ª parte

A segunda quinzena está sempre ligada à Festa da minha aldeia. Juntamo-nos, familiares e amigos, em torno de uma festa popular, regada com (demasiado) álcool. Os 4 dias de festa foram, como sempre, divertidos. Durante estes 4 dias, a nossa vida fica suspensa, com horários completamente trocados.  Quando a festa acabou, senti um desassossego, uma vontade de sair dali. Pela primeira vez, tivemos de partilhar a casa com os sogros e confesso que me fez muita confusão. Não correu mal, não é nada disso mas são vivências e horários diferentes que me causam uma certa ansiedade. Não estou para fretes nas férias. Por isso, saímos muito mais cedo do que o previsto e fomos os 4 para o Alentejo litoral acampar. Foi bom porque foi um momento mesmo em família e porque os miúdos adoraram o contacto com a natureza.  "Somos sempre felizes nas férias" é a frase que caracteriza, ano após ano, o verão. 

Livro 38 - 2019

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A EE de uma aluna com algumas dificuldades ofereceu-me o livro "Mágoas da Escola" de Daniel Pennac. Estranhamente, ou não, só o comecei a ler no dia 1 de setembro, a data da rentrée.  O autor, que outrora fora um aluno com muitas dificuldades e que não percebia nada de nada, fala sobre a sua profissão: professor. Tece reflexões sobre práticas pedagógicas, sobre a Educação e sobre alunos com dificuldades e sobre as suas emoções. É interessante qb, embora tenha registado uma outra coisa a fazer em sala de aula e tenha sublinhado muita coisa.  Fala com paixão do papel do professor e do papel que desempenha para salvar os alunos.   3 estrelas.

A primeira quinzena - Armona

As férias chegaram ao fim já há uns dias.  Retenho sobretudo a primeira quinzena, na ilha, os 5, numa rotina já mil vezes ensaiada e por isso imbatível.  Não tivemos aqueles finais de dia na praia brutais por causa do vento nem tivemos a água quente. Nada disso. Tivemos porém coisas espetaculares e, como escreveu a Carolina, simples: as gargalhadas, os silêncios, as conversas, a alegria dos meus filhos, as leituras, o bolo de Olhão, o cinema ao ar livre com o ET (melhor filme para aquele sítio), as máscaras e fatos de Carnaval do César, os filmes que eles realizaram, o Afonso que nos acompanhou ao cais na hora da partida e que ficou até o fim connosco, os delírios de ficar a viver lá e abrir um negócio, a Nónó, a Bardajona-mor e a outra que deixou de ser bardajona, o grupo no parque até a meia-noite, a conquilha, as poucas corridas na praia, que foram difíceis e nem sempre prazerosas, a serenidade que aquela praia me dá, o respirar fundo, olhar e pensar "é a melhor praia do m
Aos 41 anos, levei um raspanete forte e feio da minha mãe. Com razão qb, ela gritou, desabafou, ralhou comigo. Pfff, as palavras e o tom ainda ecoam nos meus ouvidos. Ouvi em silêncio, com um nó na garganta, como se tivesse 8 anos. Depois disso, precisei de ficar em silêncio, metida para dentro, para aguentar o dito nó. Uma mãe, bolas, com razão ou sem ela, consegue: 1) abalar os alicerces dos filhos ;  2) fazer com que os filhos se sintam os piores filhos do mundo;  3) fazer com que qualquer filho se sinta pequeno e nem tenha vontade de ripostar ;  4) não deixar os filhos dormir à noite;  5) desenvolver nos filhos um sentimento de culpa. As mães, sem nenhuma exceção, são seres do outro mundo.  Tenho de ter em conta esta reprimenda quando der uma aos meus filhos para que eles não fiquem assim coiso durante uns dias.
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Quando o próprio autor me dá um like na apreciação que fiz ao seu livro. Até me senti intimidada. Mesmo, do género, "vai na volta escrevi só clichés e coisas tolas".

Férias

Chegaram ao fim. Regressei contrariada, com uma ligeira neura a pensar na rua da minha escola. Hoje, a caminho de casa, suspirei ene vezes. Nem acredito que já acabaram e que vai tudo recomeçar. [Até joguei no Euromilhões no sábado, coisa completamente insólita em mim. ]

Livro 37 - 2019

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Li há uns anos um livro absolutamente genial: "O Pintor debaixo do Lava-loiças" do Afonso Cruz. Andei desde então à procura daquele autor sublime, que escreve diretamente ao coração e cuja prosa é mais do que poética. Andei um pouco à deriva, sem o encontrar nos seus livros. Felizmente, neste livro "Princípio de Karenina", voltei a encontrá-lo. Escreve de uma forma sublime. A narrativa é bonita, pois é um pai que escreve à sua filha e que lhe conta a sua (interessante e cativante) história, mas é a sua escrita que é muito muito bonita. Cada frase tem de ser sublinhada porque parece que foi escrita  para mim, para o meu eu.  5 estrelas. É imperdível. Mesmo. 
Ó Tella, mas este blog é só livros? Estás armada numa espécie-de-crítica-literária-do-ípsilon? Hein? Não, queridas leitoras. Este blog seguirá o rumo de sempre, ou seja, falar de tudo e de nada, de coisas banais mas sobre as quais gosto de falar. Só não sei quando. Até lá, ide ler um livro. Bale?

Livro 36 -2019

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"Indignação" - Philip Roth É a história de um jovem - Marcus Messner- que vai para uma universidade longe da casa para fugir do pai que vive amedrontado com a hipótese de algo vir a acontecer ao seu filho e para quem "a forma terrível, incompreensível, como as opções de uma pessoa, mesmo as mais banais, fortuitas e até cómicas, têm o resultado mais desproporcional". Contado na primeira pessoa, através de uma linguagem tensa, ficamos a conhecer a moralidade dos EUA nos anos 50 e a indignação que cresce na personagem principal por quererem que ele faça parte do rebanho.  Aspeto negativo: não se percebe bem a mudança de atitude do pai e a personagem feminina com quem descobre a sexualidade é muito superficial. Ainda assim, 4 estrelas porque nos obriga a refletir sobre algumas coisas.

Livro 35 - 2019

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"Timbuktu" de Auster mereceu apenas 3 estrelas e bem puxadinhas, vá, porque só lá para o fim é que vi qualquer coisa.

Livro 34 - 2019

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Um colega que agora vive em Madrid falou-me bem do livro. Uma outra colega também e emprestou-mo. "Pátria" é um livro que fala sobre a ETA e sobre duas famílias, que foram ambas vítimas dos terroristas bascos, cada uma à sua maneira. É uma história bem contada, com saltos temporais muito bem feitos mas em termos literários, vá, deixa um pouco a desejar. Lê-se bem e rapidamente porque a história prende mas falta-lhe qualquer coisa. O ponto negativo é o autor escrever muitas vezes coisas como "estava triste/desilidido", "ansioso/excitado, ...". Achei um pouco infeliz/pobre !  Dei-lhe 4 estrelas. Vale a pena ler. [O livro relembrou-me das nossas travessias França-Portugal durante as quais os meus pais NUNCA passavam a fronteira basca à noite por causa dos atentados. Houve um ano, numa área de serviço, chegou a polícia militar, fortemente armada e mandou-nos embora por causa de uma bomba. Eu tinha uns 9 anos, mais ou menos, e lembro-me da minha

Livro 33 - 2019

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No ano passado, trouxe de férias o livro  "Não se pode morar nos olhos de um gato" da Ana Margarida de Carvalho. Apesar da linguagem rebuscada (o primeiro capítulo de 50 páginas é dificílimo de ler e nem sempre percebi o que lia. Foi por pouco que não o encostei), foi um livro 5 estrelas.  Este ano, trouxe outro livro da mesma autora: "O Que Importa a Fúria do Mar". O primeiro capítulo é estranho e deu a sensação de estar a ler não sei bem o quê e lá para o meio, até se percebe  o primeiro capítulo.  Mais ou menos, vá. Deve ser hábito da autora deixar os leitores perdidos no início da narrativa. Ultrapassadas as 20 primeiras páginas, encontramos a história de uma jornalista que entrevista um dos últimos sobreviventes do Tarrafal. Paralelamente, é-nos contada a história dela.  Houve momentos em que ri e outros em que chorei.  É uma história arrebatadora. 

Livro 32 - 2019

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José Riço Direitinho escreveu um dos livros portugueses que muito me marcou: "O Breviário das Más Inclinações". É um livro que junta aquilo que considero essencial para um livro ser algo sublime: forma e conteúdo. Através de uma escrita fabulosa, com propriedade vocabular, conta a vivência de José Risso num mundo rural e supersticioso. É imperdível.  Desde então, ando à procura desse autor nos seus próprios livros. Trouxe de férias "O Relógio de Cárcere". Estava à espera de um bom livro e encontrei um livro assim mediano [mas bem escrito, claro.] Ai, as expetativas pá.

Livro 31 - 2019

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Em Abril, a Mary leu o livro "A Estrada Subterrânea" e gostei do que escreveu sobre ele. Trouxe o livro comigo para as férias. O livro fala sobre os escravos nos EUA e sobre a crueldade das pessoas (brancas).  Muitas vezes, tive de fechar o livro, fechar os olhos e respirar fundo para continuar a ler. A violência descrita é incomensurável. Obrigatório ler, sem dúvida. 

Livro 30 - 2019

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"A Mancha Humana" é um livro notável.  Para além da história incrível e muito bem contada que tem muito a ver com a nossa liberdade individual, temos o retrato da sociedade norte-americana, com os contrastes brancos/negros, com o seu (falso?) puritanismo exagerado, o seu politicamente correto e os traumas do Vietname.  Recomendadíssimo. 

Férias

Yap, chegou a nossa vez. 

Fumei o meu último cigarro no dia 25/07

No outro dia, fui sair com colegas e fumei 2 cigarros. Uma colega, que só fuma quando sai, disse-me "A partir do momento em que os filhos estão criados, devemos transgredir o socialmente correto e quebrar as regras. O importante é saber que só o podemos fazer quando saímos."  O primeiro  cigarro soube-me pela vida. Juro que naquele momento também achei que devíamos infringir até as nossas próprias convicções para pôr em primeiro lugar o nosso prazer. Fui uma vendida, eu sei. Quando lhe cravei o segundo, soube horrivelmente mal. Apaguei-o de imediato e nunca mais senti vontade de fumar. 

Livro 29 - 2019

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" A Morte de Ivan Ilich" - Tolstoi A minha primeiríssima incursão nos clássicos russos. Muito bem escrito, com rigor, aquele rigor que só as pessoas de Leste têm, creio. [A minha comadre é de Leste e é exatamente assim.] Acompanhamos os últimos meses de Ivan, num sofrimento atroz para morrer. Mostra-nos um homem que sempre fez o que devia ter sido feito e há por isso uma pergunta latente ao longo do conto de 80 páginas. A vida; o que se vive e a maneira como se vive; para quê? Porquê?
Fumei o meu último cigarro no dia 3 de agosto de 2015, no mesmo dia em que comecei a correr. Nunca mais senti vontade de fumar até agora. Há uma semana que só penso nisso. Apetece-me um. Só um. Resisto a ideia e vou comer qualquer coisa para compensar ou aliviar. Devia ir correr, eu sei, mas não me apetece. (Este mês corri apenas 16 km e no anterior foram apenas 13.) Hoje, cravei um a uma colega. Ela ficou a olhar para mim e disse-me taxativamente "'tás parva? Claro que não". Quase que tive medo.

Quando não vais para nova também te tornas parva?

Numa loja de soutiens, uma vendedora tenta impingir-me um artigo pouco prático.  Ela [que pensa que será jovem e gira para sempre e que somos e seremos sempre assim] : Mas eu também tenho e fica-me bem e e é super confortavel. Eu [que não vou para nova e que sinto isso muito na pele] :  Aos 20 tudo nos fica bem. Quando tiver a minha idade, logo verá quem tem razão. Não quero, obrigada. Ya... Foleiro, je sais.

Livro 28 - 2019

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"Arquipélago" de Joel Neto é um livro 5 estrelas. Em cada frase, descobri os recantos da Ilha Terceira nos Açores: as variáveis climáticas com um céu plúmbeo ou com um sol primaveril, as paisagens maravilhosamente descritas, os manjares de La Salete cujos paladares eram descritos como autênticos orgasmos, as suas gentes, sobretudo os velhos vestidos de preto, as suas falas e as suas tradições. Temos depois o resto da narrativa, que também é surpreendente, embora seja normal : uma história de amor, recomeços e mistérios.  Depois de o ler, tive uma certeza. Vamos voltar a encher uma caixa com moedas de 1 e 2 euros para conhecer a ilha Terceira e a freguesia de Terra Chã. 
Há muitos anos, muitos mesmo, não bebia vinho. Depois, aos poucos, fui bebericando apenas vinho branco ou verde. Passaram-se mais uns anos e fui bebendo também vinho tinto, mas só alentejanos. Tomei-lhe o gosto e deixei os brancos e verdes.  Quando comecei a saboreá-lo verdadeiramente, a apreciar mais um em detrimento de outro, aventurei-me pelos vinhos do Douro. Descobri um novo mundo e também descobri que tinha sido uma tonta ao limitar os vinhos de acordo com as zonas geográficas.  Comecei a ler os rótulos das garrafas compradas para saber o nome das castas. Antes de comprar um vinho, vejo quais as castas que o compõe. Deixei de beber vinhos melhores em copos banais. Agora, qualquer vinho é bebido num copo especial. Voltei a beber vinho branco e verde. Se não houver vinho bom, mas mesmo bom, bebo água, na boa.  Enfim, o vinho passou a fazer parte da minha Santíssima Trindade, juntamente com queijo e pão.  Perguntar-me-ão por que razão um post sobre vinhos a esta hora, c

Livro 27 - 2019

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A partir da biografia da Marie Curie, a autora tece comentários sobre a (sua) vida e o seu luto. É intessante conhecer a vida da cientista, que teve de se afirmar num mundo masculino no início do século  XIX e a autora tem considerações pertinentes sobre várias coisas, embora nada muito profundo. 

Adenda ao post anterior

7) Não fiques admirada por ainda te divertires tanto com ele. 

O pai cá de casa fez anos, yeeeah!

O pai cá de casa fez anos. Fomos comemorar e beber copo(s) num sítio giro, moderno e tal. Factos a ter em conta para as próximas saídas: 1) Não fiques admirada por serem os mais velhos e grisalhos do sítio; 2) Não fiques admirada por alguns gajos novos (vá, foram dois, na verdade) se meterem...com o pai cá de casa; 3) Não fiques admirada por serem os únicos portugueses; 4) Não fiques admirada por te pedirem 9 euros por um mojito; 5) Não fiques admirada por estares com uma grande dor de cabeça no dia seguinte; 6) Não fiques admirada por pensar, no dia seguinte ao olhar-te ao espelho, "aaah, se eu tivesse ficado no sofá a ver HBO ou Netflix, estaria com melhor ar".

Momento(s)

Aquele momento que tem o efeito 2 em 1 porque é o momento triste em que tens irremediavelmente de comprar calças número 40 porque nada te serve mas que se torna também o momento motivacional em que acordas dois dias seguidos muito cedo para ir correr 5 e 6 km respectivamente.* *Não é grande coisa para já mas quero que seja um início de qualquer coisa. 

Livro 26 - 2019

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Gostei muito do livro. É daqueles romances que lemos num ápice. Fala das expetativas que os pais colocam nos filhos, desejando que estes tenham a vida que eles sonharam para eles mas que nunca conseguiram alcançar. Mostra de forma dolorosa como os pais conseguem destruir os filhos. 

Livro 25 - 2019

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O meu primeiro livro do Paul Auster. Gostei bastanteg: bizarro e intrigante.

O Mister

Acabou a época desportiva do Tiago. Fechou com o torneio de 4 dias na Adrep. Fui apenas ter com ele na sexta-feira e estive sempre completamente envolvida. Aliás, hoje acordei com o cântico  "Eu vou ficar / louca da cabeça / nada me interessa/ a F está a jogar ". O treinador do Tiago é um homem que fez um trabalho notável, que desenvolveu sobretudo o sentimento de coesão, de camaradagem e de respeito entre as crianças.  É um homem para quem os miúdos estão acima dos resultados; que tem um jogador autista que entra em todos os jogos nas duas partes; que diz sempre aos atletas "divirtam-se" antes de entrar num jogo; que tem um menino refugiado a quem oferece chuteiras da Adidas; que deve ter mel porque os miúdos querem sempre ir no carro dele para os jogos, fazendo com que haja lágrimas de alguns se não houver lugar para eles; que fez um discurso com a voz embargada, no último jogo do torneio e da época, depois de perder nos penalties, que deixou a equipa e a ban

POST 2000!

Qualquer blogguer que se preze faz um post especial quando atinge um número redondo como este, oferecendo brindes ou fazendo "alertas giveway".  Bem, mas qualquer blogguer que se preze tenta ser original e não seguir a carneirada. Por isso, resolvi não alinhar nessa coisa de dar prendas às leitoras mas brindar-vos com os  posts mais coiso de sempre.  Prontos? Então, vamos a isso. Post dois em um :já revirei os olhos 10 vezes"   & "quando achas que não envelheceste assim tanto quanto isso, pumba" Pergunto-me como é que alguém conseguiu lê-lo sem vomitar. Lembro-me que o escrevi cega de amor e a pensar que era a coisa mais bonita de sempre. Errado.  Post "caí no fundo do poço" Já aqui vos falei dos meus 33 anos e do sofrimento que foi sobreviver a eles, certo? Aí está a prova. Post "fazes tanto drama para nada" Achei que seriam os últimos dias da minha avó e afinal, ela continua cá, firme e nos olhos dela cheios de c

Da amizade

O meu filho tem um gang* chamado "Gang do 4A". O gang é composto por 5 miúdos que fizeram a preprimária e primária juntos e que ficaram também na mesma turma no 5° e 6°ano. Em fevereiro, um dos elementos foi para Moçambique. Todos as semanas, houve videochamadas e já no fim do ano letivo, jogos online juntos em que falam uns com os outros. O D. foi para África mas era comum ouvi-lo no quarto do Tiago.  O D. chegou na segunda e fica hoje em casa connosco até amanhã. O reencontro entre eles foi muito bonito, com um abraço que me emocionou. [O Pedro apostou comigo que o mano ia chorar mas perdeu.] O Tiago está mesmo naquela fase em que os amigos começam a ser muito importantes, quase tanto como nós.  * É um gang beto, de meninos do colégio privado mas ainda assim, um gang, como eles defendem. 

Livro 24 - 2019

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Não gostei nada da história. Fiquei desiludida com a narrativa. Ainda assim, teve duas estrelas porque o Afonso Cruz tem uma prosa poética e temos sempre vontade de sublinhar frases e ideias que ele escreve. 

Fim do 2º ciclo

O Tiago acabou o segundo ciclo com boas notas. Não vou negar que fico contente e orgulhosa pelos resultados obtidos,  que foram a consequência de muitas e muitas (demasiadas?) horas de estudo. Tem bases de estudo, o que é bastante importante para o inferno do 3º ciclo. Pfff, nem quero pensar nisso... Bem, mas este post não é sobre notas ou números, que não reduzo os meus filhos a números numa pauta no que diz respeito à aprendizagem. Este post é sobre aquilo que se disse e escreveu sobre o meu filho. "Aluno autónomo, esforçado, participativo que gosta de aprender" . Depois acrescentaram uma coisa que vale ouro: "Criança feliz".

Livro 23 - 2019

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Nesta conferência , Dulce Maria Cardoso disse que um dos seus autores preferidos é o J.M. Coetzee porque os seus livros juntam ética e estética. Fixei o nome para o ler porque ela falava dele como eu falo dela: com uma grande admiração. "A Desgraça " é um bom livro. Gostei bastante. Fala de forma seca e direta de várias coisas: do envelhecimento, de uma sociedade decadente e violenta do pós-apartheid, das diferenças entre "eles e nós ", dos animais e da incapacidade de comunicar. 

Quando Maomé não vai à montanha, vai a montanha à Maomé

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O escalão do mais novo está em Aveiro num torneio de futsal desde quinta-feira. Fiquei em casa. Mas vi o jogo em direto contra o Vigo juntamente com outra mãe que ficou por cá também. Vimos através dum quadrado mas nao faz mal. Deu para festejar os golos, as defesas e sussurar um " 'da-se" quando os espanhóis marcaram. Coração de mãe garda-redes sofre muito. Quando o jogo é visto com algumas paragens pelo meio, em casa, custa ainda mais.  [By the way, 2-2]

Livro 22 - 2019

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Nunca tinha ouvido falar do livro. Na biblioteca, os meus olhos cruzaram-se com ele e como gosto da escrita feminista da Margarida Atwood, folheei-o. Bastou ler a introdução para o trazer para casa. É a narrativa da história da Penélope, esposa de Ulisses, que fica 20 anos à espera do marido e das 12 servas enforcadas por terem sido violadas sem o consentimento do amo... Gostei do livro e da Penélope que afinal, enfim, era tratada como mais do que uma mulher fiel e astuta que consegue enganar os usurpadores. Tem defeitos e qualidades como nós todas. É humana e não aquele arquétipo de mulher fiel e boazinha, coitadinha. E ainda bem. Ah, e o livro tem piada. 

AZP

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Recebemos ontem este postal. Aqueceu-nos o coração. 

Livro 21 - 2019

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" Crónica dos Bons Malandros" é aquele livro dos anos 80 que já toda a gente leu menos eu, por isso vamos a isso, até porque dizem que tem muita piada e que se lê muito bem . Foi com esse pensamento que o fui requisitar à biblioteca. Lê-se bem é certo, na medida em que se lê rapidamente, pois é daqueles romances sem grande densidade e com uma escrita fluída e sem pretensiosimo. É uma história engraçadinha, vá, com um desfecho inesperado, o que salva o livro, creio.  Quanto ao sentido de humor, enfim, o problema deve ser meu que tenho falta dele, só pode, pois só cheguei a esboçar 4 ou 5 vezes um ligeiro sorriso. 

Quando é que sabes que tens filhos crescidos - XXXV

Quando o teu filho mias velho acaba de ver a série Casa de Papel  ou então quando vemos juntos este filme  ("O Rapaz que Prendeu o Vento" da Netflix )  e ele, incomodado com a pobreza no Malawi, acaba o filme comovido e a perceber que a personagem principal é uma inspiração, dizendo "devias mostrar este filme aos teus alunos porque aprendemos a dar valor às coisas". 

Livro 20 - 2019

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"A Gorda" é um livro muito bem escrito, com uma linguagem crua e impiedosa. Acho que vale a pena, embora algumas pessoas com quem falei não tenham gostado muito.

Um texto sobre gatos e a lição que retiro destes dias.

Acredito que no dia em que a Fifi morreu, a sua alma felina fez uma visita ao James. Ter-lhe-á  sussurrado ao ouvido qualquer coisa como " Eu sempre fui a boss, a rainha do pedaço, a manda-chuva. A partir de agora, és tu o boss." Deve ser por isso que o James, gato pacholas, come-e-dorme cá de casa, fofinho e amigo, recebeu a Lara muito mal. Investe contra ela. Ela, coitadinha, habituada a viver num gatil desde sempre, assusta-se e borra-se toda de medo, literalmente. Digamos que a lixivia e a esfregona passaram a ser demasiadas usadas.As noites, meus deus, que reboliço! Ela mia, bufa e grita, fazendo-nos despertar de hora a hora em pânico.  O pai cá de casa e eu fomos tendo paciência, ralhando sobretudo com o James, que fica perplexo a olhar para nós tipo " então mas mas mas...".  A paciência esgota-se muito rapidamente quando passamos a vida a limpar cocós e xixis e quando dormimos mal. Começamos então a tecer comentários pouco elogiosos à gata.  Estávamos

Livro 19 - 2019

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Várias coisas sobre o livro "Meio Sol Amarelo". 1) Quando o Pedro era bebé e não engordava; quando se pensou que tinha uma doença que poderia não o fazer chegar aos 25 anos;  quando se mantinha sem percentil;  quando vomitava a todas as refeições, para tentar afugentar receios e dar uma de "tenho tudo sob controlo e até faço piadas", dizia que se o meu Pedro fosse negro, seria do Biafra.  Quando a nossa Fifi perdeu um rim e estava esquelética, lembro-me de ter dito "parece que veio do Biafra".  2) Este livro fala precisamente da guerra do Biafra, país que declarou independência à Nigéria nos anos 60 e que só teve 3 anos de existència. Fala do colonialismo, das marcas que o império britânico teve nas pessoas, da arrogância dos brancos, da guerra e da fome. E do amor também. 3) Embora sempre tenha ouvido falado do Biafra, não sabia nada de concreto. Lá está, dizes as coisas sem saber bem o contexto ou a origem. Depois de ler o romance, fui

Eis a Lara

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A ideia de substituir a Fifi não me agradou, como se pudéssemos substituir um gato por outro! Por mim, ficaríamos só com o James e ponto final. Mas o James, desde a morte da Fifi, passou a miar e a fazer as coisas dela. O pai cá de casa insistiu que podíamos arranjar um  companheiro para o James. Os miúdos também. Continuei na minha:  não quero mais gatos.  Hoje vi uma publicação da MEG e quando vi a foto da gata, não hesitei um segundo. Aquela gata que te hipnotiza, madame felina, imperial e cheia de si, fez com que se fizesse um clic cá dentro. Marquei uma visita ao gatil e a Lara já cá mora. 

Livro 18 - 2019

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Gostei bastante do livro. É uma história  que nos prende logo e as personagens são mais do que parecem, assim como as suas vidas perfeitas.
O meu Pedro passou ontem por uma situação triste e injusta, que o deixou completamente de rastos, fazendo com que desatasse a chorar no meio de estranhos. No irmão, isso pode acontecer com alguma facilidade mas com o Pedro, não. Ele é orgulhoso e resiliente. É difícil alguma coisa o abalar.  Tentei conter a sua tristeza e ajudá-lo a lidar com a frustração, sem no entanto desvalorizar o que sentia. Fui mostrando outras perspetivas. Em vão. Estava inconsolável. Aos poucos, fui começando a sentir dentro de mim uma fúria tão grande, uma espécie de animal a cavalgar, que se estava a transformar num monstro que sabia que tinha de domar mas que não me apetecia domar. Foi estranho sentir isso. No último segundo, creio, consegui controlá-lo e continuei a desempenhar o papel de mãe que tenta apaziguar e pôr água na fervura em vez da mãe que empola mais as situações. Acho que fiz bem, tendo em conta o meu filho. Mas o monstro está cá dentro e não sai daqui. Está contorcer-se dentro de mi