Livro 19 - 2019

Várias coisas sobre o livro "Meio Sol Amarelo".

1) Quando o Pedro era bebé e não engordava; quando se pensou que tinha uma doença que poderia não o fazer chegar aos 25 anos;  quando se mantinha sem percentil;  quando vomitava a todas as refeições, para tentar afugentar receios e dar uma de "tenho tudo sob controlo e até faço piadas", dizia que se o meu Pedro fosse negro, seria do Biafra. 
Quando a nossa Fifi perdeu um rim e estava esquelética, lembro-me de ter dito "parece que veio do Biafra". 

2) Este livro fala precisamente da guerra do Biafra, país que declarou independência à Nigéria nos anos 60 e que só teve 3 anos de existència. Fala do colonialismo, das marcas que o império britânico teve nas pessoas, da arrogância dos brancos, da guerra e da fome. E do amor também.

3) Embora sempre tenha ouvido falado do Biafra, não sabia nada de concreto. Lá está, dizes as coisas sem saber bem o contexto ou a origem. Depois de ler o romance, fui investigando, aka googlando, coisas sobre o Biafra e vi imagens chocantes de crianças a morrerem a fome, com as suas barrigas inchadas. E assim, de repente,  as minhas comparações de outrora com os biafrenses envergonharam-me. 

" Na Nigéria, a fome foi uma arma de guerra. A fome vergou o Biafra (...). A fome chamou a atenção do mundo e suscitou protestos e manifestações em Londres. (...) [A fome] fez com que pais do mundo inteiro mandassem os filhos comer. (...) A fome ajudou a carreira de vários fotógrafos. E a fome fez com que a Cruz Vermelha considerasse o Biafra a pior situação de emergência desde a Segunda Guerra Mundial."

4) Custou-me entrar nas primeiras 150 paginas do romance e fui arrastando a leitura até aí mas depois disso, não consegui parar. 

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