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A mostrar mensagens de outubro, 2023

Sobre o chorar

 Se há coisa que me custa muito fazer é não chorar perante os meus filhos.  Não estou a dizer que não choro na presença deles. Já me viram chorar mil vezes e em várias circunstâncias.  Referi-me a chorar com eles, quando eles também estão a chorar.  O meu mais novo anda triste e zangado. Quando chora, só me apetece abraçá-lo e chorar também. Não o faço, no entanto, porque acho que é o meu dever mostrar-lhe que sou um rochedo, mas que ele pode fazê-lo, pois eu estarei ali, de pé, a dar-lhes mimos, a ouvi-lo, a dar conselhos.  Tento conter as lágrimas deles, talvez.  O meu mais velho acabou um teste de matemática lavado em lágrimas. Veio ter comigo como raramente o vi, creio. Tinha estudado muito, mas o teste correu-lhe mal porque só se apercebeu a 10 minutos do fim que tinha a calculadora programada em graus (ou lá o que é). Ali, ele a chorar compulsivamente e eu a aguentar as minhas lágrimas porque a pena dele passou a ser minha também, mas a aguentar-me porque a mãe tem de o reconfort

Desafio

O novo desafio da maternidade começou devagar há umas semanas. Se calhar, os sinais já vinham de muito antes: os tiques que, de vez em quando, apareciam nos momentos com mais stress e que se iam embora passado algum tempo, por exemplo. Ou a insegurança em miúdo, talvez. Agora, a coisa é mais séria: o meu filho está com dores na alma. Sente-se "triste e irritado", "Incompreendido e pressionado" e "sozinho". É duro ouvir alguns desabafos do meu filho. Quando os meus  filhos têm dores de cabeça, opto pelo Benuron.  Quando os meus filhos estão com febre, opto pelo Brufen. Quando lhe dói a alma, o que se faz?

Árvore geneálogica - o regresso

- O que andas a fazer, Tella ? - perguntam vocês.  Voltei a uma das coisas que mais gosto de fazer: ir à procura de pessoas perdidas na linha do tempo. Regressei à minha árvore genealógica. Na última entrada deste blog sobre o tema,  em 2021, escrevi " [...] São nomes sem histórias e a vida sem história vale de pouco, ou mesmo de nada. No fundo, as suas histórias passaram ao lado da  História. São anónimos a quem nem a vidinha sabemos para ser contada". Sim, estava um pouco em baixo e pessimista. Não conseguia avançar à distância nas minhas investigações. Estava bloqueada com vários nomes e a tentar controlar o vício. Nas véspera, tinha ficado até as 4h00 da manhã a ler assentos de casamento e batismo. Acordei daí a nada para dar aulas às 8h00. É um vício, uma espécie de obsessão.  O vício voltou ao descobrir um grupo no FB de genealogia francês. O algoritmo está sempre a mostrar-me coisas do antigamente... Que fascínio! Os franceses estão muito à frente na digitalização dos