Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2022

Livro 19 - "A Longa Viagem"

Imagem
 "A Longa Viagem" de Jorge Semprun Neste grande livro, o autor faz o relato da sua viagem, enquanto deportado, de França para um campo de concentração na Alemanha durante a segunda guerra mundial. Conta-nos como venceu a morte, como outros morreram naquele vagão frio. O livro começa assim :" Há neste amontoado de corpos no vagão, esta dor lancinante no joelho direito. Os dias, as noites. Num esforço tento contar os dias, tento contar as noites. Quatro dias, cinco noites." O relato é contado 16 anos depois de ocorrido e mistura-se com várias lembranças do autor: a sua chegada à França (é refugiado espanhol, "soldado vermelho"); momentos de sobrevivência dentro do campo de concentração; colegas na guerra e nos campos;  quando é preso pelos SS; o momento da libertação; os homens famintos aquando da libertação; o regresso à vida; momentos anos depois da libertação em que qualquer som o faz mergulhar novamente nos campos. E a viagem, a dura viagem durante a qua

Relato do futsal - continuação do post anterior

AVISO: antes de ler este post, leia o post anterior. Algumas rectificações: - O torneio tinha 12 equipas e não 16; - Não foi a organização que não quis uma final Benfica vs. Benfica. Foi o Benfica B, que jogou a meia-final connosco, que se retirou do torneio e assim subimos automaticamente à final.  - Perdemos 7-0. Os adversários jogaram muito. Tínhamos como objetivo marcar pelo menos um golo. Para isso, arriscaram sempre muito  e o Pedro subiu muito lá acima, para a posição de guarda-redes avançado. Sofremos dois ou três golos de baliza aberta. Isso irritou muito o meu filho, que cumpria as indicações dos treinadores contrariado. Sentia-se culpado quando sofria assim um golo. Foi ele que menos gozou o jogo. Achava que podiam ganhar e claro, não sabe perder quando assim pensa. Está convencido ou é determinado? Fica assim a coisa no ar. [Que neura, senhores, que mau feitio! ] - Encerramos a época desportiva do Pedro.  - Na quinta-feira, vai o Tiago para um torneio lá para o Norte também

Relato de futsal

O meu mais novo está há 4 dias num torneio de futsal no Norte. O meu mais velho e eu, viemos ter com ele (e com o pai cá de casa, que por acaso é treinador dele), na sexta ao final do dia. São 16 equipas a disputar o torneio. Ontem, os nossos jogaram contra o Benfica B na meia-final. Foi um jogo intenso. Eu estava tão nervosa que considerei sair do pavilhão a meio.  Os nossos miúdos estavam super cansados e ansiosos. O Pedro sofreu um golo ao minuto 5 e desatou a chorar. Quis ser substituído, mas o colega dele, mais inseguro e nervoso, não queria entrar nem o mister o queria tirar. Pausa no jogo pedido pela nossa equipa técnica. Dizem que nesse minuto de desconto, o mister-pai cá de casa fez um discurso moralizador. Voltaram a entrar e wow, que transformação! E que nervos! Avisei o meu filho mais velho que ia dizer palavrões. Aguenta filho, que foi esta a mãe que te calhou.  O torneio passa-se num super pavilhão com 4 jogos a decorrer sempre ao mesmo tempo e de repente temos centenas e

Depois das aulas

 Pela primeira vez, inscrevemos os nossos filhos em atividades de verão. Nunca senti necessidade de o fazer porque havia sempre uma casa junto à praia com piscina e a presença dos avós. De repente, a casa foi-se e eu comecei a pensar que eles não podiam ficar os dias todos em casa agarrados aos telemóveis e à PS.  O meu mais novo está numas férias desportivas cujo objetivo é fomentar a ideia do que podem ir onde querem de bicicleta.  Sabem onde foram hoje?  Foram à Costa da Caparica. Foram do centro de Lisboa para a praia da Costa (tendo atravessado o Tejo de barco, com a bicicleta). Incrível,  não acham? Demoraram uma hora e meia para lá chegar. Deram uns mergulhos,  secaram, foram fazer paintball em São João e depois regressaram. Tudo de bicicleta.  Estou fã. Ele também. 

Livro 18 - "A Deusa Sentada"

Imagem
 "A Deusa Sentada" - Helena Marques Há muitos anos, 17-18 talvez,  li "O Último Cais" da autora. Gostei muito do livro, que fala sobre as mulheres de uma família do século XIX, na Madeira, mulheres duplamente presas: nos casamentos e na ilha... Na quarta-feira, quando fui à biblioteca, vi um livro da Helena Marques e resolvi trazer porque sim. Este  fala de duas primas que vão passar uma semana para Malta para tentar descobrir a história de um antepassado que saiu da ilha de Malta para ir viver para a Madeira. Podia ser um bom livro,  mas não o é.  É péssimo e cheio de clichés e frases feitas.  É um tédio. A única coisa positiva é a descoberta de Malta e dei por mim a ir googlar imagens, restaurantes, comidas e preços de voos para a capital.  Duas estrelas.  [Que saudades de ler um livro daqueles que nos cativa , que nos prende, que nos transporta... ]

Livro 17 - " A Casa Grande de Romarigães"

Imagem
 "A Casa Grande de Romarigães" - Aquilino Ribeiro Sempre ouvi falar de Aquilino Ribeiro,  mas nunca tinha lido nada dele. Já tinha pensado que devia lê-lo, que não fazia muito sentido ler autores estrangeiros sem conhecer os nossos. Assim, numa ida à biblioteca da escola, trouxe este.  É a história da Casa Grande, solar situado num Minho rural e analfabeto, crente e supersticioso e das várias gerações de fidalgos que por lá passam. Há momentos engraçados, mas não fiquei fã.  Deste romance, há a reter uma coisa sobretudo: é um livro escrito num excelente português. Tão excelente, que tive dificuldades em ler. Tropecei em muitas palavras cujo significado desconhecia e nem pelo contexto chegava lá.De duas em duas frases, quase. Uma canseira. Usei muito (mas mesmo muito) o Priberam. Isso tirou encanto à leitura. Ainda por cima, nem sei se retive na cabeça 5% das palavras consultadas...  Dei-lhe 3 estrelas, mas recomendo a leitura, sobretudo para perceberem como o Aquilino é mestr

L'école est finie

Mães e pais deste blogue, brindai ao último dia do ano letivo! Sobrevivemos, pá! (Se ainda tendes os filhos na primária,  aguentai mais uns dias! Coragem! )

Fazer amigos

Temos saído nesta época festiva lisboeta com várias pessoas. Encontramo-nos na praça, junto à barraca do clube de futsal do miúdo mais novo.  Não temos muitos amigos por minha causa. Sou uma pessoa anti-social e introvertida por natureza. Para além disso, às vezes, as pessoas aborrecem-me e eu também acho que aborreço os demais. Mas, de repente,  gosto de estar com alguns daqueles pais, cujos filhos andam no futsal com o Pedro, em tudo diferente de nós, mas todos com sentido de humor. Vejamos: Há a família conservadora e católica, profundamente generosa e interessante. E quase queque também. Sou fã deles.  Há a família liberal, super instruída e positiva, com gostos semelhantes aos meus no que diz respeito à leitura. Há a família comunista, militante a séria,  que nos perguntou já se tínhamos comprado a nossa EP e que consegue encaixar a palavra "coletivo" ou "coletividade" em várias ocasiões.  Há a família tipicamente lisboeta, nascida e criada nos bairros típicos

Livro 16 - "Crónicas do Mal de Amor "

Imagem
"Crónicas do Mal de Amor" - Elena Ferrante Ofereceram-me o livro há 3 ou 4 anos. São 3 pequenos romances (de 100 páginas), que já foram publicados separadamente, mas que agora estão reunidos neste livro. Quando o recebi, comecei logo a ler, mas nada me cativou e encostei-o à prateleira.  Há pouco tempo, uma conhecida estava a acabar o livro e a comentar comigo que não tinha gostado nada da primeira história, mas que as duas seguintes eram muito boas. Depois disso, enviou-me uma sms a falar do livro e não resisti. Retomei a leitura.  A primeira é má.  Não gostei  A segunda história ou romance chama-se "Os Dias do Abamdono". Conta a história de uma mulher, com dois filhos, que é abandonada pelo marido. É uma leitura perturbadora, claustrofóbica e forte. A mulher fica à deriva. Cai num abismo grande. Perdeu a sua identidade, ao perder aquele homem. Quem era sem ele? Era igual a ele? Não consegue viver sem ele? Nunca foi ela?  Nunca teve voz sem ele? Os temas subjacente

Fim do 3°ciclo

O meu mais velho acabou o 3°ciclo e sobreviveu. É uma etapa difícil e exigente: muitos professores, muitas disciplinas, muitos testes e muitos trabalhos. Num momento en que as suas cabeças começam a dispersar, o 3° ciclo não consegue contê-los, mantê-los focados. Ajuda a dispersar mais ainda com tanta coisa.  Acho que os confinamentos, momentos onde a escola foi muito mais light e menos rígida, ajudaram a que as notas se mantivessem mais altas do que merecia. Foi sempre um aluno de 4 a tudo, do 7° ao 9° ano, com exceção de E.F e Cidadania. Aqui, chegou ao 5's.  Durante 3 anos, teve sempre as mesmas notas. Foi e é um aluno regular.  Vai para Economia, embora sempre tenha dito que queria ir para Ciências. Acho que se vai arrepender mas veremos como será. Eu estou um pouco ansiosa com a sua escolha, mas há um momento em que temos de sair de cena e deixá-los fazer o que querem  Este é um deles, parece-me.

Quando é que sabes que tens filhos crescidos?

Quando vais para a cama cedo e acordas as 2h15 da manhã para ir buscar o teu mais velho às 3h00!

Livro 1 -Tiago

Dizia-lhe que era uma vergonha não ter lido nenhum livro este ano. Ele lá se desculpou com os testes, os treinos, mas nem ele acreditou nas suas palavras. "Mãe, é uma seca ler. Prefiro ver netflix ou estar no telemóvel." Com aquele ar tão característico dos miúdos de 14 anos, ouviu o meu discurso de mãe chata sobre a importância da leitura. De repente, interrompe-me para me dizer "Mãe,  li um livro: O Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente. E foi muito fixe." Se não for a escola a impor a leitura, eu não consigo fazê-lo. Já não consigo obrigá-lo. Pode ser que volte dentro de alguns anos ao prazer da leitura. 

Livro 4 do Pedro

Imagem
"Os Piratas" - Manuel António Pina  Leu na sala de aula, com a turma. Gostou sobretudo quando faziam "os barulhos e os gestos." A forma como a leitura foi feita veio confirmar uma das certezas do Pedro sobre os seus professores: "a st'ra de Português é muito fixe! "