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2021 no blog

 Eu Tella Marie assume-me somente aqui blogger. Gosto de ler blogs e gosto de escrever no meu. Gosto mesmo mesmo muito e adoraria saber escrever bem e sobre coisas fascinantes. Mas é o que temos e é o que é.   Por aqui passaram 38 706 pessoas ao longo de 2021. Deixaram 84 comentários. No dia 26 de julho,  o blog devia estar em promoção nalgum canto da internet porque teve quase 2000 pessoas a visitá-lo. Fico sempre na dúvida: será mesmo assim? Haverá tanta gente a passar por cá? Não será um erro do site? Enfim, aceito as vossas leituras e agradeço.  Este ano, os posts mais lidos são os da balanite de 2009 e das diferenças e descobertas de ter 2 filhos de 2010. Nem são os mais giros. Nem os mais engraçados. Continuo a achar os meus diáriosde covid bem mais interessantes. Mas pronto, são opiniões. 

Os livros de 2021

Já falei do meu top 3 no post anterior, mas vamos aos números e dados. Livro com menos páginas: Asterix e O Grifo, com 48 páginas. Livro com mais páginas: Les Misérables de Victor Hugo com 1468 páginas.  (Foi o meu grande desafio literário. Nunca tinha lido um livro tão difícil e interessante mas também tão minucioso e por vezes aborrecido. Transporto comigo o Jean Vallejean.) O livro mais popular, de acordo com o Goodreads: Les Misérables (somos 1.662.296 de pessoas na App...) O livro menos popular: O Milagre Segundo Salomé de José Rodrigues Miguéis  (8 pessoas...). Não deixa de ser cómico pensar que comparei a primeira parte deste livro ao Misérables... O livro lido com melhor pontuação na supracitada aplicação: "Torto Arado" de Itamar Vieira Júnior, com 4,62 pontos em 5. Deixei apenas um livro a meio.  No total, li 13 372 páginas.  Cada página lida é agora a certeza que seria incapaz de deixar de ler, como já me aconteceu. Em 2008, escrevi no blog que tinha lido apenas um

2021 num só fôlego

Em 2021, estivemos confinados na casa dos sogros, na Aroeira. Foi muito bom.  Em 2021, a casa dos sogros foi vendida e senti uma grande tristeza. Nunca tinha sentido nenhum apego às casas, até aquele momento. Ainda hoje falo do que perdemos com aquela casa. Já todos reviram olhos quando falo dela. Parece uma relação mal resolvida.  Em 2021, uma amiga teve cancro e multipliquei as minhas horas para poder estar com ela. Tive de optar entre certas certas coisas. Deixei de correr para correr atrás do que realmente importa: a amizade. Deixei de ver séries ou de perder tempo nas redes sociais. Deixei os meus filhos a organizarem tudo em casa. Passaram no teste. Nunca estive tão perto do cancro e posso agora juntar a minha voz a quem já passou por isso para dizer que é uma grande merda, mesmo. Entretanto, a ressonância não mostra nenhuma célula cancerígena mas os indicadores indicam qualquer coisa. Uma merda.  Em 2021, a nossa casa da ilha foi vendida e deixámos de poder alugá-la. Para mim, f

Livro 39

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"Astérix e o Grifo"  Não queria comprar a BD porque não é do Goscinny e Uderzo. Já não é "o" Astérix. O pai cá de casa não ligou à conversa e comprou-o. Ainda bem.  É uma aventura gira, com piada. Ri-me com muitas tiradas. Gostei mais deste do que o anterior.  Nada a fazer, sou uma fã do Obélix e do Astérix. Dei-lhe 4 estrelas. 

Livro 38

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"Deus, Pátria, Famíla" - Hugo Gonçalves  Não sei classificar o livro. Romance histórico? Policial? Distopia? Talvez seja tudo isso, aquele 3 em 1 e siga.  É um livro que conta a história de mulheres que aparecem  mortas numa Lisboa cheia de refugiados da 2a guerra mundial. Paralelamente, Salazar é morto e um outro pai da pátria assume o poder, alinhando-se com o os Nazis. Temos portanto de tudo: investigação criminal, caracterização de um Portugal pobre, inculto e refém da manipulação política,  perseguição dos judeus e a história do antissemitismo em Portugal e a entrada na guerra.  Gostei do livro,  sobretudo porque retrata muito bem o obscurantismo, o fanatismo e o perigo que representam.  Gostei bastante, embora ache que tem páginas a mais e parece que o fim é despachado demasiado rapidamente.  4 estrelas. 

Quem nunca?

Dia 25, das 14h às 18h: almoço à grande, com peixe  assado num forno a lenha, com respetivas batatas e couves cozida + queijo +broa + arroz doce + bolo rei + panetone + vinho Houve uma caminhada de 6 km a seguir e uma certeza absoluta : "não como mais nada hoje". E  uma hora depois, já tinha marchado bolo-rei, arroz doce, figos com nozes e queijo mas com chá...

Já é natal outra vez

Este ano, não senti o mês de dezembro como habitualmente. De repente cheguei ao dia 24 e sem me aperceber e sem viver o mês. A ausência do calendário do Advento que nos faz celebrar o dia 24 desde o dia 1 de dezembro terá a sua dose de culpa, mas pronto, assunto encerrado. Dito isto, um feliz Natal, com sorrisos e comida e bebida boas. 

14 anos, 1 mês e 18 dias

"Aqui, são as minhas regras, a minha casa. Na tua casa, farás o que quiseres mas aqui e agora, quem manda sou eu." Sim, proferi este discurso pela primeira vez, enquanto os olhos do meu mais velho se enchiam de lágrimas de raiva.  Proferi o discurso já a olhar para cima, mas a falar pausadamente e de uma forma seca, para que as palavras me ajudassem a ficar maior do que ele.  Não me orgulho do discurso, mas há momentos em que tenho de marcar posição e confesso que não sei fazer de outra forma. A adolescência é mil vezes pior que a amamentação, os terrible two e three, as sestas, o desfralde, a primária, a hora de deitar e as festas da escola. Pior até do que o parto sem epidural. Cria entre pessoas que se amam trincheiras desnecessárias e tolas, que magoam.  Que nervos.

Eu, agora

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A filha da minha amiga, mãe há um mês e meio, precisou de sair para resolver coisas. Como está a chover, não quis levar o filho. Resolveu então pedir à tia do coração para ficar com o sobrinho-neto. Aceitei logo.  Está tudo a correr bem. A mãe deu -lhe mama e saiu. Ele só dorme ao meu colo e tudo está tranquilo e sereno.  A mãe já  me ligou a perguntar se estava tudo bem. "Tia, posso então ir comprar mais umas coisas? Aguentas com ele mais um pouco? Consegues?".  As miúdas que são mães pela 1a vez acham que nós,  mulheres e mães de 40 e poucos anos, somos umas totós que já não sabemos cuidar de bebés. Eu acho que também fui assim (e não era tão miúda.) Pffff.

Livro 37

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"Os rapazes de Nickel"  - Colson Whitehead Em 2019, li a "Estrada Subterrânea " do mesmo autor. Quando vi este na biblioteca, vencedor do tão famoso Pulitzer Prize, tal como o outro já agora,  decidi trazê -lo. É a história de um reformatório para rapazes, numa América racista e ainda segregada, onde os rapazes negros sofrem horrores nas mãos dos adultos brancos e do sistema. O início do livro agarrou-me mas a partir da página 50, começou a ser aborrecido e repetitivo. As personagens são previsíveis e ...não sei... A história é boa mas é mal contada.  Dei-lhe 3 estrelas.

Relato da bola - o futsal

Aí, coração de soccer mum sofreu tanto no domingo. Os nossos vs. Benfica.  É certo e sabido que os nossos encaixam muitos golos do Benfica (e do Sporting). O Pedro já levou 5 ou 6 golos em menos de 10 minutos há muitos anos. Neste, aqui, o Pedro é o único guarda-redes convocado: os outros estão confinados ou fora de Lisboa.  Eu, mãe positiva, digo-lhe "filho, quando a bola chega à tua baliza, já passou pelos restantes colegas que também não fizeram nada de jeito. Até 15 golos levados, é vitória. ". Ya, eu sei, sou pró em manter as expetativas baixas. Lá fui para o jogo, nervosa, "meu rico filho". Ainda na semana passada, nos últimos segundos, sofreu um golo que deu a vitória aos adversários e meteu dó vê-lo assumir a derrota da equipa, em lágrimas. Raios parta mais a ingratidão do lugar ou da posição ou lá como se diz na gíria futebolística.  Lá entraram em campo e o meu de braçadeira de capitão ao braço. Todos nervosos e sem grandes ilusões. Os pais, entenda-se. Um

Algo diferente

Vi a série toda do Sexo e a Cidade há mais de  17 anos. Sei que morava na minha primeira casa e que não tinha filhos. Vi a série em DVD, emprestado pelo meu amigo gay, claro. Adorei cada episódio, cada par de sapatos, cada aventura. Foi o início da paixão por NY e a descoberta da palavra "cosmopolita(n) ". Como se diz agora: ententendores,  entenderão ! Acabei de ver os dois episódios de "And Just like that..." e gostei muito do que vi, até porque agora parece-se mais comigo do que há quase 20 anos. Estão mais velhas mas lindas. Algumas pintam o cabelo e outras não. Têm filhos e outras não. Enlouqueceram um pouco e outras não. Adaptaram-se a uma nova sociedade e outras não. Têm estilo e outras nem por isso.  Tal qual eu, mas sem o glamour. 

Livro 36

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"Consentimento " - Vanessa Springora Livro auto-biográfico onde a autora relata a forma como foi vítima de um predador sexual - ela então com 14 anos e ele com 50 - apesar de ter dado o seu consentimento e de pensar que estava apaixonada. A situação é aceite pela mãe e pelo meio literário e cultural da época . Este livro abalou a sociedade francesa porque o agressor, o pedófilo, é um reconhecido escritor: Gabriel Matzneff. (Há n o YouTube um excerto de um programa televisivo literário , de 1990, onde perante a aceitação generalizada de quase todos, menos de uma escritora do Canadá, o Matzneff relata com ares de Casanova as suas conquistas junto das adolescente, como se ele fosse a vítima de ninfetas que o desejam. ) Também me abalou, confesso. A escrita agarrou-me, a história deu-me nojo,  a vítima, que aos 14 anos não percebe o que lhe acontece, nem que está refém de um monstro, entristeceu-me. A fragilidade emocional dela transtornou-me. É um relato simples, um testemunho i

Livro 35

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"O Mapa e o Território " - Michel Houellebecq Trouxe o livro da biblioteca porque tinha gostado imenso do "Plataforma" (livro 33).  Mas não gostei deste. Quer dizer, gostei muito da primeira parte, mas as duas seguintes foram perdendo interesse, tornando-se aborrecidas, lá quase pró fim.  O resumo? Jed é um artista plástico, homem só, sem grandes ligações afetivas. Tem um grande êxito com os seus quadros, mas a fama e o reconhecimento são-lhe indiferente. Conhece entretanto um autor, o Michel Houellebecq (!), e coisas estranhas depois acontecem. Não vou ser spoiler, embora não recomende a leitura! O livro é sarcástico. Como a cidade de Paris retratada, a vida destes dois homens é cinzenta. O romance também na minha perspetiva. Dei-lhe 3 por causa do início que me empolgou. Mas é apenas um 2,5.

Há pessoas com dificuldades em ver os filhos crescerem...

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(E não,  não sou eu!)

Dia 1

Hoje deveria ser o primeiro dia do advento. Já não é.   Ficam as recordações. No domingo, recordámos tantas e rimos com a ingenuidade deles.  Fica também uma certa nostalgia.  Mas foi uma coisa que sei que fizemos bem e que marcas na nossa vida a 4.  (Se os meus netos também tiverem direito às atividades do Advento, hei de recuperar este post e oficializar a tradição  da família da Tella para todo o sempre. )

Livro 34

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"Rio do Esquecimento"  - Isabel Rio Novo Exposto na seção "novas aquisições ", os meus olhos cruzaram-se primeiro com a foto da capa e depois com o título. Num impulso,  agarrei no livro e trouxe. Disse-me o bibliotecária que era a primeira leitora a requisitá-lo.  Nunca tinha ouvido falar da escritora nem do livro.  É um livro que nos leva para o Porto do final do século XIX (e tive pena de não conhecer o Porto para me orientar nas ruas indicadas, embora tenha gostado de estar por lá perdida, tendo o Rio ou a rua de Santa Catarina como referência. )  É-nos apresentado um brasileiro rico e velho que regressa a Portugal para legitimar uma filha e deixar-lhe uma fortuna em herança. A filha que outrora era rejeitada por todos, filha da desonra e da vergonha, fica noiva de um homem que está apaixonado pela mulher de um grande amigo. Este é o ponto de partida de um romance que é contado de forma não linear. Há avanços e recuos no tempo. Não segue o percurso dum rio ou da

Das inicitaivas tolas mas fofinhas

Lá na minha escola, alguém decidiu que era giro trazermos comida para todos até ao final do período. Já começámos há umas semanas. Há um calendário para sabermos em que dia é que alimentamos a sala dos professores. O meu foi no dia 22. Todos os dias, temos bolachas, bolo ou chocolates. TODOS os dias. Já deixei de levar a minha maçã e os meus frutos secos. Não vale a pena. Não consigo resistir à tentação do doce e à partilha. O corpo docente da minha escola chegará a janeiro a rebolar, e quiçá pré-diabético, mas feliz e contente por partilhar lanchinhos uns com os outros. Até agora, ninguém (e nem eu, diga-se) trouxe fruta ou bolachas de água e sal. Pelo contrário, desde as bolachas da pasteleria xpto da avenida de Roma, que ui, ui! mas que kcal, kcal! aos travesseiros de Sintra, passando pelas broas de mel, tudo soma(rá) na balança. Em tempos, escrevi que nunca serei magra em tempo de confinamento. Acrescento agora que nunca serei magra durante o mês de novembro e dezembro.  (Depois d

Por aqui

Se tudo correr bem, ou seja, se o PCR chegar negativo, o Pedro regressará à normalidade amanhã e a emissão, caros leitores, seguirá dentro dos conformes. Na verdade, a emissão continua sempre, independentemente de tudo, mas tentei fazer qualquer coisa que pudesse despertar um leve sorriso. Já percebi que não resultou.Lamento. Adiante. É o que é, como quem diz "sou quem sou". Alguém previa outra vez isolamentos, férias prolongadas e algumas novas restrições? Eu não via nada disso a acontecer mas a verdade é que sou uma ingénua que, às vezes, parece que come gelados com a testa. Ya.   (Não tarda nada e o diário do confinamento regresso, hein?  )  

Livro 33

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"Plataforma" - Michel Houellebecq Depois de percorrer durante 20 minutos as várias prateleiras da biblioteca e sem saber o que trazer, os meus olhos cruzaram-se com o Houellebecq. Há anos que quero ler o homem. Tinha chegado a hora.  É a história de Michel, um homem "medíocre ", sem ambições e que diz em determinada momento "habitualmente não sou uma pessoa boa, não é esse o traço fundamental do meu carácter. A humanidade desgosta-me e, em geral, a sorte dos outros é-me indiferente, não me lembro de alguma vez ter tido um sentimento de solidariedade". Depois da morte do pai, que não o transtorna por aí além,  vai passar férias à Tailândia. Rapidamente se farta da parte cultural do país e vira-se para a prostituição. As cenas de sexo são rápidas mas fortes e... objetivas, vá. (Mas para quem leu "O Escuro que me Ilumina", este é um menino em termos de cenas ousadas...). Lá, conhece a Valérie, empregada de uma empresa de turismo. Em Paris, reencontr

Ainda não acabou...

 Quem é que está em isolamento profilatico durante 14 dias e há de ter aulas via Teams?  O meu mais novo, claro!

Livro 32 - 2021

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"Os Pilares Da Terra",  volume 1 - Ken Follett Há anos que ouço falar deste best-seller, mas nunca me seduziu. Não sou muito de best-seller porque tenho a mania que sou leitora mais erudita. Só que não. Tenho só a mania e às vezes até me farto de ser assim. O livro chegou cá porque a filha da minha amiga, que já teve o seu bebé, fez uma limpeza no quarto para receber o filho. Tinha dezenas de livros para guardar na arrecadação, onde ficariam esquecidos e mortos para todo o sempre. No meio de livros de Rodrigues dos Santos e Nicolas Sparks - abrenúncio - encontrei este. Trouxe apenas para casa, só para ver e ler.  É um livro histórico que conta a vida na Idade Média, onde a estratificação da sociedade da altura está bem desenhada e representada por várias personagens. Gostei dessa parte, da envolvência da coisa.  A história gira em torno do Tom Pedreiro que sonha construir uma catedral e do prior Philips,  que quer construir uma catedral.  Há, pelo meio, senhores maus e crueis

Tella? Oui, c'est moi!

Quem é que teve 18 reuniões em 4 dias, enquanto dá aulas, tira bicas e faz magia?  Quem é que sobreviveu a todas, com uma espécie de sorriso debaixo da máscara? (Eu tinha avisado...)

Livro 5 - Tiago

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"Nunca mais vou ler o Eça!" (Digo-lhe já que vai ter de ler "Os Maias" no 11° ano?)

14 anos

O meu filho faz hoje 14 anos e eu nem acredito como consegui colocar neste mundo uma pessoa tão fixe como ele. Mesmo.

Novo estatuto

A filha da minha grande amiga está grávida. Conheço a miúda desde sempre. Foi o primeiro bebé a quem dei um biberon. Ela diz orgulhosamente que foi o meu primeiro bebé. Foi. É a minha sobrinha do coração, sem dúvida. Está quase a dar a luz. Troquei uma SMS há pouco com ela. Está com 10 dedos de dilatação. Está quase, quase. E eu quase a ser... tia-avó.   (Outch!)

Livro 8 - Pedro

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A professora de Português deu-lhe uma lista de livros. Tinha de ler um e apresentá-lo à turma. Escolheu um que me toca muito: "Cão como Nós" de Manuel Alegre. Escolheu-o por quatro motivos: 1) Já o tínhamos em casa; 2) Manuel Alegre é um dos meus escritores de eleição e queria partilhar comigo a afinidade; 3) Fala de animais e embora não goste de cães , gosta de gatos, por isso, estão a ver, certo? 3) Tem poucas páginas (sendo esta a verdadeira razão, creio...). Acabou de o ler. Chegou ao pé de mim, com o livro na mão e a chorar baba e ranho. Quis ficar uns segundos abraçado a mim. Depois, foi buscar o gato, o seu James, para ficar mais reconfortado.  Gostou muito, embora tenha achado a leitura difícil.  Recomendamos a leitura. Dei-lhe 5 estrelas há mais de 15 anos e o Pedro, hoje, também lhe dá a mesma avaliação.   

Livro 31

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"Rapariga mulher outra" - Bernardine Evaristo. Agarrei o livro com entusiasmo e com expectativa alta. Falava -se bem do livro, vencedor o Booker Prize  2019.  O livro, muito resumidamente, relata a vida de 12 mulheres,  quase todas negras. Fala -se de feminismo, racismo, lesbianismo, emigração, pessoas transgeneras, de uma sociedade multicutural que avança mas que luta ainda com muitos preconceitos.  Há frases cruas, que querem chocar pelo grau de preconceito. Às vezes resulta, às vezes parece que alguns temas são tratados de forma leviana. Dei-lhe 4 estrelas, mas puxadinho, que na verdade é um 3,75. 

Assunto pré -natalício

 Deparei -me ontem, no Lidl, com duas coisas que me dizem muito, muito mesmo, mas resisti estoicamente a ambas. A saber: 1) Um calendário do Advento. Foi uma  década...   [Um aparte repentino e não programado neste processo de escrita: senti-me velha ao escrever a palavra década, outch.] ... uma década de dedicação total ao Advento. Combinámos que este ano não haveria... 2) O panetone.  É uma vida a comer panetones e mais panetones de outubro a janeiro. Combinei que este ano iria reduzir e só me lambuzaria com eles em dezembro.  Uma aposta que falho uma das combinações ?! 

As pessoas, pá, sempre assim coiso, não é?

O meu mais novo mudou de clube de futsal. Não gostava dos colegas dele, nem da equipa técnica. No ano anterior, alguns amigos dele tinham saído para o clube rival e ele quis ir ter com eles. Aplaudi. Detestava o treinador, assim mesmo de detestar a sério, e não me revia em nada do que fazia ou dizia. NADA, assim em maiúsculas para perceberem melhor que eu... Adiante. [Ai meninas, se eu começasse aqui a contar, ficavam parvas...mas vá,  temos mais do que fazer do que descascar num homem sem valores éticos e morais...] Dizia....detestava o  treinador e os pais dos colegas eram da pesada, quer na linguagem, quer nos atos, quer nos comentários...  [Ai meninas, se eu contasse que uma mãe mandou à minha frente, que  ninguém me contou,  o filho pro c@r@lh×× e outra para co** da mãe,  ficavam parvas...mas adiante. ] Dizia... O meu filho mudou de clube. Gosto da equipa técnica onde está e os pais dos colegas , aqui, são normais.  Normais? Huum, não exageremos , que isso não existe e porque este

Ver ou não ver

O meu mais velho começou a queixar-se que não via bem depois do 1º confinamento. Ele diz que já no sexto ano se queixava. Não me lembro, mas talvez tenha razão. Nunca dei importância porque o rapaz é exagerado, drama queen mesmo. Uma dor de cabeça é, para ele,  uma coisa insuportável, "doí-me taaaaaanto a cabeça" e toda eu reviro olhos por causa dos exageros e da incapacidade de aguentar a dor. (Jamais seria médica ou enfermeira. Adiante.) "Não vejo para o quadro", "pedi à stôra para mudar a planta da sala porque não vejo bem" etc. Houve mil dicas mas eu, nada; completamente cegueta. Na semana passada, caiu-me finalmente a ficha quando o rapaz perguntou ao meu pai quanto tempo faltava num jogo do Liverpool versus não sei quem. Não conseguia ver o tempo no écran da televisão.  Marquei consulta. Tem miopia e astigmatismo. Pumba, mãe, embrulha. Há dois anos que o miúdo não via bem, que se queixava e eu, do alto da minha sabedoria de mãe, não acreditava nele.

Ya, vai recomeçar tudo

 Eu sei que tudo volta ao normal, isto é, à rotina que chateia muito mas que é incontornável, quando volto a ter caixas de sopa no frigorífico, é certo; mas sobretudo quando os filhos anunciam que para a semana já há testes de avaliação.  Vão recomeçar os fins de semana de estudos,( intercalados com os jogos de futsal. ) Qu'horror.  O hastag #hajavinho , tão presente em tempos de confinamento, manter-se-à também em tempos ditos normais. 

Lara

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Na passada sexta-feira, a gata cá de casa, a Lara, caiu do 5°andar. Saí de casa à noite para acompanhar a minha amiga ao hospital e não me tinha percebido da coisa. No sábado de manhã,  enquanto estava ainda no hospital, os miúdos ligaram-me a dizer que a gata tinha desaparecido. Aflitos. Confesso que pensei que estava escondida num canto da casa. Toda a gente sabe que as crianças e os homens nunca vêem nada... Não sei grande importância.  Percebi pelo tom, algumas horas depois, que a coisa era séria.  A minha amiga no hospital também era uma coisa séria.  Não conseguia processar grande coisa. Cheguei a casa às 17h. Estava tudo  desesperado. Eu estava um caco. Tinha passado quase 24 horas nas urgências com uma doente oncológica e tinha de ir à procura da Lara. Andei à procura na rua, meia tonta, sem saber como se procura uma gata. Regresso a casa e da janela das traseiras,  vejo a bicha perto de uma escola primária. Voltamos ao sítio mas nada de a ver.  Domingo de eleições, às 7h00 da

Ano letivo 2021/2022

 Começaremos amanhã um novo ano letivo.  Estou receosa do que aí vem. O trabalho que me foi atribuído foi excessivo. Creio que teve um objetivo preciso: lixar a Tella. Mas adiante, apesar do receio de ter mil turmas (e não,  não estou a exagerar) pretendo tê-las com um sorriso nos lábios e se não fosse a máscara,  seria de batom também para sorrir e acenar todos os dias com ligeireza, mesmo estando a ruir por dentro. Sim, já sabem, sou dramática.   O mais velho vai para o 9°ano. Vem aí muito estudo em várias disciplinas mas sei que ele é aplicado e sério nas coisas da escola, apesar de estar a atravessar uma fase que,  benzádeus, de sério nada tem...Espero que se acalme a partir de amanhã ou muitas chamadas de atenção vamos receber! O mais novo vai para o 6°ano. Estou confiante, até porque lhe calhou um leque de professores muito muito bom.  Embora ele. não  goste de estudar, de participar nas aulas,  de se dedicar aos estudos, gosta de ter mais de 70% nas avaliações. É isso que o moti

Livro 30

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"A Peste" - Albert Camus Há mais de 20 anos, quando entrei na faculdade, uma colega acabada de conhecer começou a citar-me, em francês, o primeiro parágrafo do livro "L'étranger" de Camus. Achei a capacidade de recitar parágrafos uma coisa incrível, assim como o facto de alguém tão jovem já ter lido Camus. Li-o pouco tempo depois, só para não me sentir tão ignorante. Hoje recordo-me apenas da primeira frase "Maman est morte" e de não ter gostado do livro. Demasiado filosófico. Too much para a Tella de 20 anos.  Li agora "A Peste " porque falei deste episódio à Carolina nas férias e com a conversa, veio a vontade de dar mais uma oportunidade a Camus. "A Peste" fala de uma cidade, na Argélia Francesa, nos anos 40, onde começam a aparecer milhares de ratos mortos. De seguida, há pessoas mortas, vítimas de Peste. A cidade é fechada ao mundo. As cartas são proibidas para evitar contágios. As medidas profiláticas nem sempre são aceites pe

2021 a fechar mais uma porta

 Ui, lá no trabalho, fecharam-me uma porta com tanta violência in my face, que ainda estou abananada, sem conseguir encontrar a janela que me permitirá coisas melhores...

Fechando o capítulo "férias "

As verdadeiras férias são aqueles 15 dias na nossa ilha, a 5. Achava em Junho, Julho que seria o último ano na Armona, por vários motivos. Percebi que não mal lá cheguei.  E já sinto saudades.  Dos livros lidos, dos silêncios à noite, das noitadas dos miúdos com a grupeta da ilha, dos relatos deles sacados a ferro,  da Joana do Montijo, da Carolina e e eu a cuscar a grupeta no portão da casa - que vergonha para os meus filhos, das corridas desfasadas mas com o mergulho na água juntas, dos almoços,  da praia, da apanha da conquilha, da energia constante do Tiago, do não fazer nada sem ser o que nos apetece, do som da viola do pai cá de casa, da rotina, do risoto do pai cá de casa sempre imbatível,  das gargalhadas, das espanholitas, do dia 10 e do seu mojito, do bolo de Olhão e da história de como o Tiago chorou com o bolo de Olhão há anos, da felicidade, da harmonia e do nos os 5.  A ilha é isso tudo e mais. É um estado de plenitude que nos recarrega as energias e nos faz sorrir quando

Série "GOT"

Acabamos de (re)ver a Guerra dos Tronos com os miúdos. Continua a ser uma grande, grande, série, mas com muitas cenas de sexo. A Mãe dos Dragões aparece demasiadas vezes a ser possuída à bruta, para além de mamas, pipis, ménages e o diabo a quatro, literalmente falando... Ora ver uma série com filhos com cenas dessas torna-se desconfortável. Parece que temos aquele elefante no meio da sala. O Tiago descobriu que desviando os olhos para o cortinado, conseguia ter interesse pelos mesmos:  "quantos paralelepípedos tem o cortinado? Vou contá-los...". O Pedro, mais normal, ou não, fecha os olhos e pergunta "já posso ver?". Adiante. É uma grande série, sem dúvida.  Houve uma cena em que as tripas de um soldado saíram todas assim tipo gelatina para o chão. Eu, sempre com nível, tentei aligeirar a série: "Estão a ver? Nem sempre se vê mamas, também se vê entranhas! Super pedagógico para as aulas de Ciências!". Rimos e vimos todas as cenas com mais à vontade. Foi e

Eh lá, um post que não fala de livros

Ai, que as férias estão quase a chegar ao fim... Ainda não estou em mood "neura" mas para lá caminho...  Carxs leitorxs, estão comigo nessa coisa de neura pré-rentrée ?  Bebe-se para esquecer que Setembro vem aí, não é?  É, eu sei!

Livro 29

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"Infantas de Portugal, Rainhas de Espanha" - Marsílio Cassotti Demorei um mês e mais alguns dias a ler este livro. São 11 biografias de Infantas Portuguesas que se tornaram Rainhas de Espanha. São mulheres que têm apenas uma missão na vida: dar um herdeiro ao Reino. São mulheres que não passam de peões, de objetos trocados para reforçar alianças e que não têm nenhum mando no seu destino. Casam com tios, primos de 1°grau ou homens mais velhos. (Os níveis de consanguinidade dos nossos Reis são aberrantes com tantos casamentos entre eles.) Algumas têm o azar de ter sogras más que lhe fazem a vida num inferno ou maridos que as humilham com amantes e filhos bastardos. Ainda por cima, quando ficam viúvas,  tornam-se freiras. Apesar da instrução e do dinheiro, são umas coitadas. O livro  é interessante mas obrigou-me a contextualizar as dinastias, os reis, sobretudo os Espanhóis, que desconheço completamente, com excepção daqueles 3 que ainda fizeram perninha em terras Lusas. Houve

Livro 28

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"Almoço de Domingo" - José Luís Peixoto  Comprei o livro no dia em que saiu, em Março ou Abril, nao sei. Foi entregue na casa dos sogros. Entretanto os sogros regressaram a casa e voltei para a minha mas deixei lá o livro porque queria lê -lo na ilha. Queria levar um autor do coração para o meu sítio do coração. Entretanto os sogros venderam a casa e o livro do meu Peixoto foi para uma das mil caixas aquando da mudança. Perdi-lhe o rasto e fui para a ilha sem ele. Há pouco, fomos a nova casa dos sogros e fui a garagem procurar o meu livro. Encontrei uma caixa de livro e por sorte, estava lá.  O livro é a biografia do Rui Nabeiro. São fragmentos da sua vida, episódios que oscilam entre o presente, ele com 89 anos, e o seu passado. A escrita é de uma sensibilidade e delicadeza que chega a comover. Eu comovi-me na parte final. É acima de tudo um livro  muito bonito e dizer isso de uma biografia já é revelador do quão bom é o romance... Sou suspeita porque o Peixoto é um dos meus

Livro 27

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"Debaixo de algum céu" - Nuno Camarneiro Trouxe o livro da biblioteca porque tinha curiosidade em ler mais um prémio Leya, apesar da MaryQA já p ter lido e ter dado uma nota baixa ao livro. Eu dei uma ainda mais baixa do que ela...  Não gostei do livro. A premissa pareceu-me boa: a vida de uns moradores de um prédio durante 5 dias. Tudo assim pouco interessante e estimulante. Achei a escrita demasiada rebuscada, como se fosse demasiada intimista, mas a soar a cliché.  2 estrelas. 

(Des)encontro

Não sei quando fui ver a minha avó ao lar pela última vez. Terá sido em Setembro talvez. Entre confinamentos e idas à aldeia de um dia, não consegui ir ou, cá entre nós, não me apeteceu ir. Aquela não é a minha avó. Por que razão hei de lá ir? Porque sei quem é, claro. Eu sei. Percebo as vossas respostas mas eu sou cobarde e não quero vê-la assim. Cedi, no entento, às pressões da família  (não me disseram mas da conversa mais ou menos subtil que me foram fazendo, entendi o seguinte "se fossemos como tu, ninguém a ia ver...). Apareci de manhã no lar, sem marcação sem nada mas consegui estar com ela. Foi muito mau. Não devia ter ido.  - Quem és? - Sou eu, Aída. Sou a Tella. - A Tella? A [diz o meu nome]...A [nome]... [Fiquei super feliz porque associou a minha alcunha ao meu nome mas...] - Não sei quem és.  - Sou eu, avó.  Aída, sou eu, a Tella.  - Ah, és a Alzira. - Não. A Tella. [Ela começa a ficar muito perturbada e diz nomes de familiares e vizinhas. ] - Alberto, Fátima, Vitor,

Livro 26

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"A Mulher-Casa" - Tânia Ganho Decidi ler o livro depois de ter lido o "Apneia" da mesma autora. Vi-o somente agora na biblioteca e trouxe comigo de férias.  O livro conta a vida íntima de um casal francês, em Paris, num ambiente burguês. Ele tem uma carreira espetacular, mas que lhe rouba tempo com a família. Ela cria chapéus, trabalha em casa e trata do filho bebé. Seguimos ao longo de três anos as suas vidas, a degradação do casamento, as emoções de uma mulher que só vive acorrentada ao filho, vendo o melhor e o pior que essa relação tem, as dificuldades da maternidade, as dificuldades que um casamento tem para ultrapassar o nascimento de um filho e o aparecimento de um homem, que será um pouco de oxigénio na vida dela.  (Ela tem 33 anos, a idade de Cristo quando morreu, e aquela idade horrível pela qual todos passamos e sobrevivemos, certo? Isso, certo!) O livro lê-se muito bem. Está escrito de forma a prender-nos mas é uma história banal, sem grande reviravolta.

Livro 25

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"As Vinhas da Ira" - John Steinbeck O livro foi sugerido por uma colega que achou estranho eu não ter lido ainda este clássico, como se houvesse apenas dois géneros de leitores: os que leram este livro e os outros. Insistiu tanto, elogiou tanto que o trouxe da biblioteca. O livro conta o êxodo da família Joad, depois e perder a quinta aquando do crash de 1929. Juntam-se a milhares de outros americanos, ao longo da estrada 66, na esperança de conseguirem uma terra, uma casa na Califórnia. As personagens são fortes e há duas que me marcaram muito. A mãe é o centro. É corajosa,  incansável, lutadora, resistente e personifica todas as mães que querem ver os filhos sem fome.  O Tom é o herói cheio de defeitos mas motor , a par da Mãe, da família. Luta até ao fim pelos deles.  Há uma retrato da sociedade dos anos 30, da crise, dessa mão de obra quase escravizada que ganha apenas para comer uma parca refeição por dia que é muito boa e cativante. É um livraço, basicamente. 5 estrelas

Livro 4 - Tiago

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"Um de nós mente" - Karen M. McManus Aos 13 anos, um best-seller para adolescentes nunca desilude. 

Livro 24

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"A Odisseia de Baldassare" - Amin Maalouf O livro foi recomendado pela MaryQA. Gostei muito da review dela. "Aventuras e desventuras " pareceu-me ideal para as férias.  O livro conta as aventuras de Baldassare, em busca de um livro misterioso, que supostamente revela o centésimo nome de Ala, no ano do suposto Juízo Final. Achei o livro aborrecido. Demasiadas aventuras e desventuras, relatos, personagens perdidas ao longo da sua Odisseia e coisas abordadas superficialmente. Li até ao fim e dou -lhe nota positiva porque quis sempre ver o que iria acontecer à personagem principal, que me fez sorrir, ainda assim, num ou noutro momento. 3 estrelas. 

Livro 7 - Pedro

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Só trouxe este livro para as férias na ilha. Que chatice...

Livro 23

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"O País dos Outros" - Leila Slimani Livro recomendado pelo crítico literário do Público, José Riço. É um livro que conta a história de uma mulher que casa com um marroquino, após a segunda guerra mundial e que vai viver para Marrocos, para uma quinta isolada. Aprende toda uma nova cultura e uma nova forma de encarar a vida.  Ficou aquém das expetativas, até porque tinha gostado muito do "Canção Doce".  A personagem principal  tem coisas e pormenores muito óbvios ou pouco explícitos. O livro tem uma linguagem fluida e lê-se bem mas estava à espera de mais e não gostei do fim. 4 estrelas que são apenas 3,5.

Livro 22

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"Os anos" - Annie Ernaux O livro foi recomendado por Catarina Gomes, autora do livro "Coisas de Loucos".  Neste livro, conta -se a história da França, de 1941 até 2006, e é ao mesmo tempo uma biografia pessoal e intimista da autora, onde nunca há um "eu" mas um "nós". São histórias que ficaram e que fazem parte do coletivo francês,  com inúmeras (demasiadas para quem não é francófono) referências às publicidades, músicas,  artistas e programas de TV franceses.  São pequenos fragmentos narrativos, sobre o que fica para todos nós,  quando o tempo passa e apaga uns momentos e não outros. Ao mesmo tempo, vemos a evolução do papel da mulher na sociedade, a criação  da sociedade de consumos, a alternância entre esquerda e direita, a figura do De Gaulle e do Mitterand e sentimos um desencanto no pós-guerra  e no sonho de maio 68.  É um livro sem romantismo, sem saudades.  É o tempo que passa, é recorrer às memórias,  desencadeadas, quiçá, pela Madeleine

Livro 21

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Rumo a Casa" - Yaa Gyasi O livro foi recomendado pela MJ. Disse que tinha sido o melhor livro nos últimos tempos. Elogiou tanto que as minhas expetativas estão demasiadas altas... O livro conta a história de duas filhas do mesmo pai, nascidas no Gana, no seculo XVIII que se desconhecem. Uma casa com um soldado inglês e a outra torna-se escrava. Uma fica a viver confortavelmente no Castelo e a outra é enviada para os EUA "no barco grande".  A partir daí, seguimos as diferentes gerações destas duas mulheres até aos dias de hoje.  Gostei do livro mas já li coisas muito melhores sobre escravatura ou sobre a chegada do homem branco às tribos africanas. Não havendo uma personagem principal mas duas  linhas de descendência, tive dificuldade em afeiçoar-me às personagens que me eram apresentadas. Talvez por isso não tenha gostado assim tanto.  Dei-lhe 3 estrelas mas vale 3,5. Não recomendo porque sobre o tema, há melhor. 

Férias

Fiquei de férias na quinta. Depois de um ano letivo louco, custa-me a crer que estou de férias. Foi tudo tão anormal que acho que este período de descanso o vai ser também. Parece-me que me vão telefonar a qualquer momento. Ainda não digeri que estou mesmo de férias. Deve ser isso. Já tenho 5 livros escolhidos para os primeiros 15 dias. Levei só livros sugeridos por terceiros.  Estou pronta para a minha ilha.

Quando sabes que tens filhos crescidos? XLVI

Quando o teu filho mais novo, com hormonas demasiadas precoces,  fez o buço.  (Enquanto o pai cá de casa lhe mostrava como se fazia, ele só se ria, orgulhosamente feliz na etapa conquistada. Aí, meu rico filho!)

Livro 20

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"Filho Da Mãe " - Hugo Gonçalves  Conheci o Hugo Gonçalves através da série portuguesa "Até que a vida nos separe" (disponível na RtpPlay). Juntamente com o João Tordo e outro autor cujo nome me escapa, escreveu a série (que será uma das melhores que vi em português e com uma banda sonora simplesmente genial).  Como não conhecia e não sabia se valia a pena comprar ou ler, fui perguntando aos conhecidos se tinham ouvido falar, se já tinham lido. Duas amigas tinham lido este livro e ambas gostaram. Uma recomendou-me a leitura. Não sabia ao que ia. Não sabia do falava... É um livro auto-biográfico,  intimista e muito triste. Sem lamechices e com uma linguagem crua, fala da morte da mãe,vítima de um cancro quando tinha 8 anos, e de como foi crescer com a sua ausência. Na tentativa de recuperar a memória, volta aos sítios por onde passou, recupera histórias dela e da família através do pai, da avó e do irmão. Fala-nos sem pudor das fases pelas quais passou até chegar a e

Comer

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A minha guerra constante é sobre o peso. Por mais que diga que aceito o que corpo que tenho, vivo sempre a pensar nos quilos a mais, na dieta que devia fazer e não faço,  no exercício físico que não faço e deveria fazer, naquela banha ali na coxa... Como uma coisa deliciosa acompanhada de um copo de vinho e, embora aquilo me saiba bem, não estou 100% a degustar o momento. Há uma parte, uma voz inconsciente, que me incomoda, que me lembra que não devia comer ou beber, que me vai engordar.  O gráfico revela as oscilações de peso de janeiro até agora e refletem essa relação bizarra que tenho com a comida e com o meu corpo.  Não me vale de nada ouvir o pai de casa dizer-me que estou bem, tendo em conta a idade e tudo o resto. Cada garfada nunca será inteiramente saboreado.  (E o gráfico que está agora a subir e que coincide com a ausência de corrida? Uma merda...)

Aqui e agora

Estou à porta da zona de oncologia, à espera que a minha amiga acabe mais uma sessão de quimio.  Enquanto espero por ela no carro, leio "Filho da Mãe ". No romance, a mãe morreu de cancro quando o narrador tinha 8 anos... Levanto os olhos do livro e vejo mulheres sem cabelo, umas com lenço e outras não. Umas terão filhos de 8 anos, outras não.  Mergulho no livro, com um aperto no peito e um nó na garganta, com receio que um dia seja eu também a passar por isso.  Sei que vai soar a cliché, mas desde que acompanho de perto alguém muito doente, dou por mim a pensar que aquelas pequenas merdices do dia a dia são mesmo isso: merdices sem importância. Tento não dar valor ao supérfluo: aos boss do trabalho que enfim, ao trabalho que te pedem e nem sempre faz sentido, aos quilos ganhos;  merdices... 

Livro 19

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"Um Gentleman em Moscovo" - Amor Towles Uma colega emprestou-me um dos livros que mais tinha gostado de ler durante o primeiro confinamento. Falou dele, elevando as expetativas. A Carolina também o leu na mesma altura e não falou assim dele. Ela tinha razão.  O livro conta a história de um Conde condenado por um tribunal bolchevique, em 1922, à  prisão domiciliária num hotel luxuoso em Moscovo.  Toda a história decorre no hotel. O Conde é uma personagem deliciosa, carismática e por quem senti uma grande empatia. Cruza-se com várias outras personagens e o livro... é isso. Paralelamente há uma Rússia que se transforma numa União Soviética, que participa na 2a Guerra Mundial, que se fecha e abre ao mundo. Enfim, há um quê de História, vá.  Houve momentos em que pensei que o livro era muito aborrecido porque são  500 e tal páginas com histórias do dia a dia do Conde. Nem sempre as histórias do dia a dia são empolgantes, certo? Apesar disso, fui incapaz de  pôr o livro de lado por

Projeto literário do Tiago

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Começou a ler "Os Contos" do Eça, tendo como ajudante um dicionário. Já que tem de ler, quis despachar a obra obrigatória do próximo ano letivo.  (O título do post  também podia ser "quando é que sabes que tens filhos crescidos " ou "quando é que sabes que não vais para nova" porque está a ler o meu livro, com apontamentos feitos há 29 anos,  numa espécie de português de França, quando também estava no 9°ano. [Suspiros])  

Estou nua

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Saí de casa sem relógio. Não o deixava em casa desde o fim do 1°confinamento. É pior do que um bad hair day. Agora pensem como me sinto porque estou sem relógio e com um cabelo colado à testa, sem volume e oleoso.   Há dias que...

Livro 18

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"Canção Doce" - Leïla Slimani O livro começa de forma chocante, apesar do título. A primeira frase é "O bebé morreu". Ficamos logo a saber ao fim de meia dúzia de frases que uma ama matou duas crianças.  Lemos o livro para saber os motivos, para tentar perceber as razões que levaram àquela tragédia, conhecer a mãe, que chega à casa e encontra os seus filhos mortos, conhecer a ama. Queremos perceber o porquê, como se houvesse  justificações  para o horror. A autora recria tudo. Dá-nos a conhecer os pais das crianças que colocaram a carreira em primeiro lugar, relegando as suas obrigações parentais para segundo plano e a ama que mais parece, ironicamente, a tábua de salvação para que a familia viva feliz, uma ama perfeita amada por todos. A leitura avança rapidamente. As frases são curtas, pragmáticas e duras. Até se tornam claustrofóbicas. Tu já sabes o que acontece mas queres saber porquê,  queres culpar alguém: a mãe, que decide regressar a trabalhar, o pai que des

Livro 17

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"Cidade Infecta" - Teresa Veiga O que dizer sobre um livro que não serviu para nada?  Lemos a história, cheia de personagens estereotipados a viverem vidas.  Só isso. Parecia o roteiro de uma novela de categoria duvidosa.  É muito pouco interessante e só o levei até ao fim porque tem umas 150 páginas e porque sempre pensei que não podia ser só aquilo, que a determinado momento, aquilo ia dar nalguma coisa. Nunca deu.  (Não ponho de parte a ideia que a essência da coisa me tenha passado ao lado e que sou muito básico e não percebi...Pensando bem, não. É mesmo mau.) Dei-lhe duas estrelas (porque nunca dou 1). 

Livro 3 - Tiago

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Voltou à leitura com o fim das aulas. Anda a ler tão pouco e já não tenho grandes estratégias para despertar novamente nele o gosto pela leitura.   

Ainda sobre o dentista

O vosso também fala convosco enquanto estão com uma broca na boca e um aspirador, ambos a fazerem um barulho dos diabos e ficam assim parados à espera de resposta, como se falar de boca cheia fosse a coisa mais simples do mundo?

Como animar a Tella numa segunda-feira de manhã? *

Ir ao dentista e ouvi-lo dizer "a Tella tem uns dentes fracos e frágeis. Parece a boca de uma pessoa entre os 60 e 70 anos". Doeu.  ( *sim, estou a ser irónica.)

Livro 16

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"O Milagre segundo Salomé " - José Rodrigues Miguéis. No dia 1 de dezembro, fui ao sótão buscar a árvore de Natal. No corredor que dá acesso ao respetivo sótão de cada morador do prédio, estavam 3 livros esquecidos. No dia seguinte aos Reis, fui arrumar a dita árvore. Os livros continuavam ali, à mão de semear. Agarrei num e pensei "olha, o Miguéis, só li dele o Arroz do Céu . " e segui...  Em Abril, fui lá acima novamente à procura de uma mala. Os livros permaneciam no mesmo sítio. "É um sinal. Vou levá-lo". [ Os outros dois continuam lá e pode ser que tenham o mesmo destino que este...] Em boa hora o trouxe! É um livro que me encheu as medidas. Houve um momento em que o comparei aos Misérables... É um romance publicado em 1975, que já não está editado (há autores esquecidos e clássicos perdidos), que narra a história de Salomé,  jovem pobre que chega a Lisboa, no início da República.  Serve em casa de gente rica mas não consegue encontrar trabalho. Esfom