Dia 35

A consistência não é nenhuma virtude, sobretudo em tempos de isolamento. 
Ora vejam.
Ponho em causa o que disse há 1 dia ou há uma hora, renegando as minhas ideias que até há pouco eram geniais. Tomo decisões irrevogáveis que nos minutos seguintes são esquecidas. Digo uma coisa e o seu oposto na mesma frase, quase, já sem saber se sim ou se não ou se sopas. Faço desporto até quase não ter forças e como bolachas de chocolate e fatias de panetone em abril. Penso que tenho de reduzir o consumo de álcool mas encomendo 12 garrafas de vinho.
Tenho cartas para ganhar uma volta na sueca (ou lá como se diz, que sou pouco de termos técnicos) mas sem me aperceber faço renúncia e dou 4 pontos de mão beijada aos adversários, velhacos. 

A sério, será que a inconsistência é o sinal que me mostra todo o meu verdadeiro eu: uma pessoa que não joga com o baralho todo (metafórica e literalmente falando)? 

Dia 35 foi sobretudo isso.

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