Aidita: a avó fenómeno - 3ª parte

Sexo e amor.
A avó sempre me deu conselhos amorosos e sexuais. Há muitos anos atrás, recomendou-me que fosse "limpa" para o casamento, para o meu marido me ter respeito para toda a vida. Algum tempo depois, ensinou-me a sua fórmula mágica para ter um bom casamento: ficar sempre por baixo. "Se o teu marido ralhar, tu calas-te, mesmo que tenhas razão." Expliquei-lhe que não, que agora já não era assim, que nós mulheres éramos como os homens e que ninguém tinha de se calar. Ela disse-me logo "é por isso que há muitos divórcios. E digo-te já, na cama, também tens de ficar por baixo dele. a mulher fica sempre por baixo, em tudo!"
Quando o Miguel ficou a dormir em casa dela, pela primeira vez e ainda a namorar, ela, muito despachada, perguntou-lhe "Ó Miguel, quer que eu vá fazer uma cama para si ou ajeita-se ao pé dela?". Muito a frente a minha Aida! Reparei, disse-me ela, que vocês já dormem juntos... No verão, quando se junta a família, ela avisa as mulheres lá de casa que não quer "ninguém a fazer meninos. Tem lá algum jeito eu ouvir-vos. Não, não. Ninguém fornica!"

Em Agosto, a avó contou-me a sua história com o avô. Mais do que a história romântica , contou-me a sua história sexual.
As primeiras palavras foram trocadas num dia em que a mocidade fora roçar mato. Ele ajudou-o a atar um molho de mato e ela disse-lhe "O senhor tem mãos grandes. Consegue fazer isso melhor do que eu que tenho mãos pequenas." Ele agarrou-lhe na mãos e disse-lhe "estas mãos ainda hão-de fazer muita coisa por si". Confessou-me o local onde se entregou ao avô pela primeira vez, ainda solteiros, os melhores sítios para fazer amor com o namorado, a vez em que foram quase apanhados pelos chefe da fábrica, as aldrabices que arranjavam para ficarem sozinhos na fábrica e esta frase que ela disse, envergonhada: "às vezes, a caminho de casa, fazíamos ali, debaixo de uma árvore e sabia bem! Era onde calhava!". Convém dizer que durante esta conversa, ela foi dizendo "ai, devo estar parva para te contar isso!" e fechava os olhos com vergonha de me encarar. Adorei conhecer a história deles, perceber que o pseudo-conservadorismo da avó era uma fachada, mas gostei, sobretudo, do momento de partilha e de cumplicidade. Disso é que nunca me vou esquecer...

Comentários

Anónimo disse…
Grande Avó!
Hilariante!!!
Fez-me recordar os bons momentos que passei com os meus avós... tenho muitas saudades...
CLS disse…
Aproveita esses belos momentos para te aquecerem o coração, um dia (que venha muito longe), quando a saudade apertar.
Beijinhos
CLS disse…
Aproveita esses belos momentos para te aquecerem o coração, um dia (que venha muito longe), quando a saudade apertar.
Beijinhos
Anónimo disse…
Sorriso e lagriminha no olho...