"Tu vais panicar"*

Há uns anos para cá, tenho tido ataques de ansiedade provocados sobretudo por alturas (a última foi em novembro na torre dos Clérigos), descidas acentuadas (a ultima foi ao tentar atravessar uma estrada de burros no meio da Lousã, com o sogro e miúdos em frente ao carro a limpar a estrada de árvores e pedregulhos), ravinas (houve uma aproximação de ataque, foi só um ligeiro panicanço, quando fomos fazer o trail de Montejunto), de AVC súbitos que me dão  (um dia conto...) e é por isso que sei que vou panicar* amanhã no avião (e só a ideia fez com que o coração ficasse mais oprimido).

[Entretanto, o Pedro apareceu no quarto a chorar a dizer que tem medo de morrer no avião. Devia ter percebido que algo o inquietava porque recomeçou com os tiques há 3 dias.]

 Os miúdos já me viram chorar, ter dificuldade em respirar, falar alto, aos gritos "não consigo, não consigo", arfar, ficar descontrolada. Panicar* a sério, vá. Já me avisaram que ia ter medo, de certeza e que se calhar teria de me controlar no avião. "Mamã, tu vais panicar, não é?". É.

Por isso, já comprei calmantes para tomar duas horas antes para ficar meia grogue e sentir-me nas nuvens.
Aproveito também para rogar à Nossa senhora do chilique. Ajudai-me, please (e já agora, parece-me que o Pedro também vai precisar de vós!)

*panicar, do verbo paniquer. Em casa, usamos muito os galicismos, ou melhor, criamos os nossos galicismos. 


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