Saga "run Tella, run"

Inscrevi-me na corrida 1°de maio. A Carolina adoeceu e não foi. Confesso que nem me passou pela cabeça não ir. (E isso diz tanta coisa sobre a Tella, pós corrida)
Foi bom. Corri bem e muito, para mim. 15km num bom ritmo:5,44/km.
Logo na saída, estava com muita energia e força. Ao entrar nos túneis do campo grande, deixei a amiga que foi com o dorsal da Carolina para trás que só me dizia "vai vai!". Fui, fresca, leve e a dar sorrisos e a bater palmas a quem me batia palmas. Eles puxavam por nós e eu retribuía sempre com um gesto. Tão fixe. Na rua do ouro, um corredor informou-me que estávamos no km 8 com 42 minutos. Uau, pensei cá para mim! Aconselhou-me a ir agora mais devagar porque íamos entrar no inferno. E tinha razão: rua Almirante Reis, bolas pá, tão mas tão difícil, com sol a queimar ainda por cima. E comecei a sentir que estava  a fraquejar, a querer parar. Bebi um gel e lá ganhei força mas ao km 12, desculpei-me com " vou andar um pouco para beber água ". Ao fim de 10 /15 segundos a andar, uma senhora, com voz grossa, começou a dizer "não desistas, estás quase, bora, corre comigo". E pronto, bastou isso e voltei a correr. Estive com ela mais um km. Depois ela foi ao ritmo dela e eu ao meu, até à meta.
E foi bonito, como sempre.
Se consigo correr 15km, com sol quente, consigo tudo.
Perguntaram-me hoje por que razão corro. Não disse o que realmente queria dizer. Corro por variadíssimos motivos mas sobretudo porque me dá força interior. 8 meses de corrida fizeram mais por mim do que um ano de psicoterapia. Dei-me forças para tudo, até para me reconstruir. Os meus alicerces estão muito mais sólidos agora.

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