Gostava que escrevesses um texto assim sobre mim...

Li esta crónica na revista actual do Expresso e projectei nas suas palavras a figura da mãe que quero ser, que queria ser, que tento ser. O artigo chama-se MÃE.

“A minha mãe era o absoluto da minha vida. (…) O amor, ao mesmo tempo lúcido e louco, que, em todos os instantes, nos entregava, a mim e à minha irmã, iluminou a nossa vida e é-nos agora um sol interior. Sabemos que o melhor que somos vem dela. (…) Em casa, era uma rainha sentada no seu trono, a quem toda a gente reconhecia e prestava homenagem. O meu pai adorava-a. As amigas adoravam-na. Os filhos e os amigos dos filhos adoravam-na. (…) Esta é a hora em que me lembro de todos os meus dias, desde o nascimento, pois ela está em todos eles. Às vezes, está neles mais do que eu. Guardo nos meus olhos o seu rosto belo. Nos meus ouvidos, a sua jovem voz. Guardo n meu coração a memória das suas mão. (…)
Aos 85 anos, estava activa e lúcida como poucos. Fazia a sua vida como sempre fizera. Há dois meses, uma dor numa perna revelou uma “fractura espontânea” (…) Sofreu muito durante este tempo. Hora a hora, sentia-se mais cercada. Dizia: “já não tenho lágrimas para chorar”. (…) Nesta primavera que se me tornou Inverno, a minha mãe morreu, e eu sei que a sua ausência põe fim ao meu reino. A partir de agora, estou no exílio, por mais feliz ou dourado que possa ser. A sua morte é, de todas as coisas do mundo, a que menos me é alheia: deu-se também em mim.”

José Manuel dos Santos


O texto acaba com o poema do Torga que podem ler aqui.


[sim, estou lamechas como tudo!!]





Comentários

bicho ruim disse…
Ai as hormonas!!! ;)
Mamã Pirata disse…
È de ir ás lagrimas o texto.Lindo!!!

Qto a ir pra praia confesso que em principio faria o mesmo que tu,dá-me um medo ...

bjs pra ti em dobro e pro Tiago.
mãe pimpolha disse…
É mesmo lindo.
Beijocas
Anónimo disse…
Lindo :)
beijocas
Poderia dizer que são as hormonas da tua gravidez, mas não... é um texto potente...