Do mais novo
Acumula os clichés de um jovem deslumbrado com o PCP: a bandeira do partido enrolada no canto do quarto, o pin do Avante e do "povo unido jamais será vencido" na mochila, a t-shirt do Che, a borracha com a foice e o martelo, o Zeca, o Valete, os "camaradas na luta", o Sérgio, a música independentista basca no Spotify e a subscrição do canal da juventude comunista. Um adolescente de esquerda a ser um adolescente de esquerda ...
Se por um lado acho graça ouvi-lo falar da sua visão do mundo: uma sociedade (utópica) sem classes ( tão old school) e onde o trabalhador é a chave do progresso, por outro, acho que é tudo em demasia. Felizmente, tem as aulas de história que lhe mostram os pontos negativos do regime bolchevique. Ele vai argumentando, sem grandes argumentos, que ele só quer o trabalhador no poder num mundo sem fachos e desigualdade. Não é o que queremos (quase) todos ?
(Se calhar também fomos a demasiadas manifestações no tempo da troika...)
Graças a isso, foi requisitar A Seara do Vento de Manuel da Fonseca. Eu tinha mencionado que foram os livros que me posicionaram politicamente desde muito cedo e que ele devia ler para realmente saber e ter, assim, argumentos.
Ouviu-me e está a ler, senhores e senhoras, a ler. (Milagre!)
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