Dia 10

Saí de manhã para dar um jeito ao cabelo e a cabeleireira faz aquele reparo "ôcê quê arranjá a sobrancelha pa ficar bonitinho?". Aí meninas, onde é que me fui meter! Foi com linha, m'lheres, com linha! Descobri o limite da dor porque a menina aqui nunca tinha feito nada com linha, sem ser coser um ou outro botão ou nem isso se calhar. 
Porra pá, que dor. [ Uma gaja mete-se em cada uma em nome de merdas estéticas, que demostram claramamente que andamos mazé todas doidas. ]
O resto do confinamento foi uma antítese, porque foi a trabalhar a tarde toda em regime presencial, das 15h às 20h. Eu confino desconfinando. Acho que a ideia (ou piada) não resulta mas vou deixá-la aqui na mesma porque sim. Reforça a palavra antítese. [ Pas mal, hein?] 
À caminho de casa, já tarde, fui encostada, salvo seja que nem feticho com fardas, por um polícia só para saber por que razão estava a circular na via. "Ah, senhor guarda, vou agora isolar-me, que hoje foi claramente um dia em que devia ter ficado em casa, longe das pessoas que elas são cada vez mais insuportáveis e fazem fazer, dizer ou pensar coisas parvas". Mentira, claro. Gaguejei, mostrei o papel para circular e segui para o meu isolamento tão desejado. 

Comentários