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A mostrar mensagens de 2025

2 anos

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Acabei de ler o post da Carolina sobre os seus mortos, talvez por isso é que escrevo este.  A minha Aida morreu há dois anos. Às vezes parece que foi ontem, mas na maior parte das vezes, parece que foi há mais tempo.  O tempo psicológico tem muito que se lhe diga. Pena eu nao saber o que dizer sobre ele.  A minha avó, com quem sonhei apenas duas vezes, que me lembre, faz-me falta, mas falo dela, pelo menos, todas as semanas. 

Livro 8/2025

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"Inventário de Sonhos" - Chimamanda Ngozi Adichie É a história de 4 mulheres africanas com sonhos, expetativas, medos e arrependimentos e sobre as escolhas que fazem(os) e as que lhes (nos ?) são impostas.  Gostei bastante. 4 estrelas.

Lista brutalmente honesta sobre a maternidade

Uma colega foi mãe há pouco tempo. Perguntava-me quais os maiores desafios da maternidade. Fui muito genérica, sem mentir: é difícil, vais sempre sentir culpa e  as preocupações não têm fim. Na verdade, não gostei muito do que respondi e decidi elaborar uma lista brutalmente honesta num só take : Esquece: não vão pensar como nós e nem sempre vamos gostar das mesmas coisas; Vamos repetir todas as frases que os nossos pais nos diziam e que nos enervavam (No meu caso : "Quando manda aqui sou eu!" ou "na minha casa, mando eu");  O amor incondicional  inclui também muitas vezes uma vontade gigantesca de fugir deles e estar sozinha; As mães perfeitas não existem e se dizem que são zen ou cool , que os filhos fazem isto e aquilo, estão a mentir (nem que seja a elas mesmo); Quando eles começam a crescer e fazer as coisas sozinhos, podes eventualmente, num dia ou outro, teres saudades deles em pequeno, mas nada que te deixe a lacrimejar; Há um momento em que deixam de ser...

Fui novamente atropolada pelo tempo...

Fui inscrever o meu mais novo, o meu eterno pequeno, no secundário. Sem grandes certezas, escolheu a área de Economia.

Desfoque

Aos 46 anos, os meus olhos decidiram rebelar-se. Não avisaram, não negociaram nada. Começaram simplesmente a desfocar todas as letras pequenas como se fossem segredos que eu jamais poderia decifrar.  Antes, dizia com um certo orgulho "Não oiço nada, mas vejo super bem!" E era assim mesmo. A minha vista alcançava aquilo que outros nem sonhavam. Agora, pfff...Se o texto não for com letras XL, é ver-me a afastar...aproximar...afastar...e franzir o sobreolho e aí, jesus, é ver aquela ruga na testa a ficar cada vez mais vincada.   Para tentar manter um pouco a compostura e dar um ar de pessoa jovem e moderna, em vez de PDI, escreverei então: É aging, certo?  (Suspiros) Há solução, claro que há, é só comprar uns óculos, mas a questão não é esta, como sabem. A questão é aquela coisa do tempo que passa...  Enfim, haja fontes tamanho 14 para todos!        
O meu mais novo dará em breve um passo na direção do seu sonho. Está felicíssimo, claro. Mas também muito triste ao pensar no que vai deixar para trás.  Estivemos numa reunião com uma equipa técnica da 1a divisão nacional de futsal que o quer contratar para a próxima época.  E a pergunta dele, horas depois, foi " como é que eu aviso a minha equipa atual [ com quem joga há anos e alguns miúdos desde sempre] que vou sair ?". Nisso, desata a chorar descontroladamente, a sofrer por antecipação. Adoro o clube onde está atualmente, mas quer voar mais alto e tentar alcançar o sonho de ser jogador profissional... Muitas vezes, sou a mãe que tenta conter a tristeza ou a angústia deles, ouvindo-os,  dando-lhe conselhos da melhor forma que sei ou acalentando-os, numa tentativa de mostrar que eles podem desabar, mas eu sou forte por eles. (Já escrevi sobre isso aqui, eu sei, ando a repetir-me ).  Desta vez, não consegui reter as minhas lágrimas. Chorámos os dois de mãos dadas. ...

Vizinhos

Há uns blogs que voltaram ao ativo e que escrevem todas as semanas sobre um tema. Podem ver aqui. Vale muito a pena. Esta semana, escreveram sobre "vizinhos". Ao ler uma delas, lembrei-me dos meus e quis também falar da minha rua, em Franca, numa aldeia perdida nos Vosges . Vivi no 18, rue Clemenceau e no 20 viviam os nossos vizinhos mais próximos: eram os turcos, a familia Babacan.  A filha mais velha, a Oznur, era da minha idade. Depois havia a Perihan, dois anos mais nova, o Ekrem, da idade do meu mano e mais dois pequenos, o Sulyman e a Sulyan.  Os pais eram o Mustapha e a Ezma. A Ezma era emancipada a maneira dela. Fumava (em casa apenas)  porque, de acordo com o que dizia a todos os conhecidos, "o médico tinha receitado" Malboro. Eu achava estranho. A minha mãe dizia que ela é que sabia e punha logo um ponto final no assunto. Soridade, claro.  Eram muçulmanos, iam à mesquita e faziam o Ramadão. Quando o Ramadão acabava, faziam uma festa e convidavam-nos ...

Quando é que sabes que não vais para nova?

Tornei-me na pessoa a quem disseram: - Toma os meus óculos para conseguires ler as letras pequenas do menu. E consegui ler.   

Série "Adolescência"

Não vou repetir aquilo que toda a gente já disse sobre a série e sobre a alienação em que vivem os jovens por causa das redes sociais. Apenas reitero aquilo que se diz por toda a parte: é uma série sufocante a não perder.  Sempre controlei os telemóveis dos meus filhos através da aplicação de controlo parental. Tiveram  horas limitadas para ver tiktoks, aplicações bloqueadas e o telemóvel desligava-se a partir de determinada hora. Diziam-me que seria melhor educá-los para uma utilização saudável da Internet. Achava que sim, em teoria e nos outros.  Comigo, isto é,  connosco, sabia que não ia resultar. Gosto de matar o mal pela raiz. Sempre tive medo de  serem comandados por algoritmos horríveis. E mesmo assim, sei que foram, obviamente, reféns das redes sociais. Com o passar dos tempos, fui dando mais liberdade digital aos miúdos. Como ainda controlo alguma coisa, sei que eles passam demasiado tempo nos ecrãs,  que recebem imputs de gente pouco recomendada,...

Fui atropelada pelo tempo

Estou a tratar da inscrição do Tiago para os exames nacionais do 12ºano e tive de pedir uma senha para o sistema de candidatura online à faculdade.  Porra, n'est-ce pas? 

Livro 7 - 2025

 " A fada Oriana" - Sophia Li novamente este livro por razões profissionais. A Sophia escreve histórias bonitas e nunca infantiliza as crianças com a sua escrita.  5 estrelas. 

Ir será sempre a melhor coisa a fazer

Plazzas, cores, igrejas, basílica de São Pedro, pizzas, gelato, sorrisos, sigmas, autocolantes do CDG, aperol sprit, piazza da flori, Bernini, Panteão,  "são loucos estes romanos" e mais uns quantos clichés de uma família feliz em Roma nos últimos 4 dias.  O Pedro disse que ainda assim, preferiu Madrid porque Roma torna-se repetitiva.  O Tiago concordou com o irmão. 

Livro 6 - 2025

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 "A velha senhora Webster" - Caroline Blackwood Li o livro porque gostei da capa, que é um critério tão válido como outro qualquer para se ler um livro. Não sabia rigorosamente nada sobre a autora ou o livro.  A personagem central é a velha senhora Webster. É uma mulher rígida,  má e intransigente, bisavó da autora, que conta um período curto da sua vida em que ficou a viver com ela. A partir daí,  ficamos a conhecer as outras mulheres da família, todas elas com o seu quê de diferente... Vale muito a pena. Adoro quando os livros me surpreendem... 5 estrelas. 

Livro 5 - 2025

 "L'amant" - Marguerite Duras O livro conta a história, entre a ficção e a autobiografia, de uma adolescente (15 anos) branca, pobre e com uma família desequilibrada, que descobre o prazer e o sexo com um homem rico de 27 anos, chinês, na antiga colonia francesa da Indochina.  Há uma mãe e uns irmãos que não têm nomes, mas que ocupam muito da história. Há uma narradora que é participante, mas também não participante. A narração oscila entre o "eu" e "ela". A narrradora vai também falando de si na 3a pessoa. É um livro com frases que se repetem como uma melodia, com avanço e recuos no tempo, com ideias e factos já descritos nas páginas anteriores, com imagens fortes e cores vivas, com uma linguagem crua e direta. É um livro onde a melancolia é palpável. É também uma história de amor com um fim muito bonito.  Gostei muito, talvez por não conhecer a história, que deveria chocar, mas não choca e por ficar encantada com o ritmo das palavras e a atmosfera me...
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Calcei os meus ténis novos. Como toda a gente sabe, os sapatos têm poderes incríveis. Dão-nos confiança e auto-estima. - Pedro,  sinto-me tão fixe e jovem com estes ténis! - disse ao meu mais novo.  - Sim, nomeadamente do calcanhar para baixo!  Ri-me!

Livro 4 - 2025

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"Não fossem as sílabas de sábado" - Mariana Salomão Carrara Li por causa da recomendação da Pipoca e dos comentários da Luísa Sobral e Ana Markl. Gostei, mas cansou-me um pouco. É a história de duas mulheres que ficam viúvas por causa de um acidente absurdo que envolveu os seus maridos e da amizade que nasce entre elas. É um livro sobre o luto. 3 estrelas. 

Os tempos estão a mudar

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Dois quilos a mais e três meses depois, voltei ao ginásio e ao Sr. Dr. nutricionista .
Este post surge depois do meu mais novo me perguntar se eu pensava em coisas menores, mas que tinham afinal muita importância. Não percebi bem onde queria chegar.  - Mãe,  importantes! Coisas pequenas, mas se pensares bem, até são gigantes.. - Não sei... Tornei-me numa pessoa que repara na chegada da primavera. Não é com entusiasmo que o faço nem é sem ele, na verdade.  Apenas contasto. Olho para as árvores ou plantas e penso "ja tem botão " ou "já tem flor" sem ter a certeza que utiliza os vocábulos corretos, pois nunca percebi nada de botânica e nem gosto particularmente de flores.  O tempo passa. A natureza segue. Penso muitas vezes nisso e relaciono-o sistematicamente com uma das frases da minha Aida. "A vida é uma roda".  Estava a referir-se a isto?
Os meus filhos tornaram-se treinadores de futsal do clube onde jogam. Treinam o escalão Benjamim, miúdos e miúdas com 8-9 anos.  A equipa técnica saiu ao meio da época e o meu mais velho lembrou-se que tinha sido treinado, nessa mesma idade, por atletas Juniores do clube onde estava na altura. Quis então fazer a mesma coisa. O irmão, guarda-redes, quis juntar-se ao projeto e ser o treinador dos GR. Dois outros colegas de 17 anos foram convencidos e lá aceitaram. É preciso uma comunidade para criar uma criança e um escalão desportivo.  Tiveram de convencer a Coordenação e Direção do clube. O Tiago alegou que está habituado às crianças, pois trabalha com gosto, no verão, na primária do Colégio, levando os pequenos à praia e fazendo atividades com eles. [Acrescento aqui: e com muito jeito. Ando a dizer ao rapaz que seria um excelente professor da primária, mas nessas idades, quem quer ser professor?  ] Continuando. Referiu que joga futsal desde os 7 anos, que gosta de tática...
Internado há uma semana, o meu pai está frágil. A coisa não é para menos: insuficiência cardíaca,  enfisema pulmonar e retenção de liquidos.  Numa das visitas, senti emoções contraditórias. Enquanto um enfermeiro o preparava para o tirar dos Cuidados Intensivos e transferi-lo para os Cuidados Intermédios, perguntava-lhe um rol de coisas com uma linguagem demasiada rebuscada para um homem como o meu pai e, ainda por cima, completamente surdo.  Foi constrangedor ver o meu pai sem perceber nada do que estava a ser dito. As suas respostas não faziam sentido, o olhar meio perdido à procura dos meus. Ele não estava a compreender. (A falta de empatia do enfermeito, fruto do cansaco e saturação,  de certeza, afligiu-me: ó senhor, olhai para quem está a vossa frente e falai de uma forma mais simples e sem julgamentos ou escárnio, pois não o conseguis esconder.) O constrangimento deu lugar, durante uns segundos, à vergonha. Simultaneamente senti uma ternura imensa por vê-lo tã...

Livro 3/2025

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 "Caruncho", de Layla Martinez. O Expresso considerou-o o 4° melhor livro editado em 2024. Li-o por causa disso e porque o Riço Direitinho, no Público e nas suas redes, também o recomendou. Gostei bastante. Fala de ódio: ódio entre as classe, contra as mulheres, entre as pessoas, um ódio que passa de geração em geração,  que contamina e que leva à vingança. A narrativa é contada a duas vozes: uma neta e uma avó.  Li-o num livro físico. Senti saudades do Kobo porque não consegui aumentar o tamanho da letra e não consegui ler de madrugada, quando o pai cá de casa ainda dorme ao meu lado, sem acender a luz e acordá-lo.  5 estrelas. 

Fevereiro

 A minha avó dizia muitos provérbios. Utilizava muito os saberes de outrora para explicar algo. Dizia também muitas vezes frases feitas que continham a sua verdade. Há quem tenha como verdade aquilo que o método científico comprova,  outros têm-na através da IA, coitados, e a minha avó a da tradição oral.  ( Para justificar ações, boas ou más,  de qualquer pessoa, para me explicar por que razão tenho filhos diferentes ou para rematar a conversa sobre determinado indivíduo,  dizia "Temos cinco dedos na mão e nenhum é igual". Sempre adorei a expressão e o ar dela a dizê-la.) Há um provérbio, que só ouvi da boca dela, que me diz muito. Tem a ver com Janeiro, que nunca mais acaba (e que me deixa depressiva), mas sobretudo com a chegada de Fevereiro, pois a partir de agora, temos mais luz, menos cinzento e tudo fluirá normalmente. É uma esperança.  Aidita, "Fevereiro é dia, logo é Santa Luzia"! Que bom!  E eu já posso sair da minha caverna.

Bom dia, D. Clotide!

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Sobre a publicação anterior, também não sei como ou porquê!  Lembram-se disso ? C'est la même chose! 

E janeiro que nunca mais chega ao fim, hein?

Bolas, mais uma segunda-feira de janeiro!  Coragem, gente forte! 

Livro 3/ 2025

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 "Encontrar-me" de Viola Davis Este blog falou de vários livros onde os negros, nos EUA, são invisíveis. Relembrou a autobiografia da Viola Davis, cujo livro já tinha há algum tempo por causa do postcast "Vale a Pena". Achei que era o momento de o ler antes que me esquecesse dele outra vez. A atriz fala da sua infância marcada pela pobreza, violência e abusos. Fala-nos também da sua cor de pele. O livro retrata bem a invisibilidade a que foi sujeita ao longo de décadas.  Gostei do livro. Fiquei de boca aberta ao ler as coisas pelas quais passou. De uma pobreza extrema aos palcos de Hollywood, que superação, que corajosa, que sobrevivente!  3 estrelas.

15 anos do Pedro

 O meu mais novo já faz 15 anos. O meu pequeno comuna, que ouve Zeca e Sérgio,  que idolatra Che, que sonha em mudar o mundo e torná-lo mais justo. O meu pequeno guarda-redes, que voa muitas vezes para defender bolas incríveis  e que sonha com altos voos, mas que sofre por antecipação de saudade do clube onde está, numa hipotética ida para uma equipa de outro calibre.  O meu pequeno namoradeiro que tem de ter sempre uma namorada e a quem já pedi para ter juizo mazé , que "não quero ser avó, ouviste?" O meu pequena burguês, que gosta de comidas caras e finas e de conforto e que já me pediu para não o tratar assim porque se sente ofendido. O meu pequeno rapaz bem resolvido que não faz fretes por ninguém,  que diz demasiadas vezes o que pensa e a quem faltam filtros de convivê ncia social. O meu pequeno sigma boy, como se auto intitula, que não sorri para muitas pessoas, só para aqueles de quem gosta muito. Se nunca vos sorriu ou se nunca se riu convosco, já sabem...

Bingo neurótico

Janeiro sem fim à vista, subida da renda de casa, dinheiro a escassear na conta e o raio do mês que não chega ao fim para lhe dar algum oxigénio, céu cinzento, trânsito difícil, aproximação perigosa ao limite de quilos estabelecidos no dia 31/12, pés gelados, cabelo em dia não, humidade que não ajuda o cabelo, que acordou com vida própria, como disse anteriormente,  três borbulhas na bochecha, menstruação,  espera demasiado longa para levantar o passaporte do mais velho, que não tendo ainda 18 anos, não o pode levantar, coitadinho, almoço nheca nheca,  salas de aula frias, roupa que não seca, cesto da roupa suja cheiíssimo, filhos adolescentes que dão respostas tortas e que finges não ouvir para não estragar o jantar, que, na verdade, foi estragado e a escassez do vinho que só deu para um copito ao jantar. 

Quando é que sabes que não vais para nova?

 Quando o teu mais velho sai de casa para o Bairro Alto às 23h45 e lhe dizes, de repente, quase sem respirar: -  Ai filho que vais para a rua à hora que deves ir para a cama! Podia ter dito também " Ai filho leva um casquinho que te constipas!", mas achei que proferir duas afirmações desse calibre de seguida era too much...

Livro 2/2025

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 "Um tambor diferente", de William Melvin Kelley Por regra, sei sempre como chego aos livros. Uma review num blog (sempre os blogs!) Ou no Goodreads, uma recomendação dos meus amigos ou conhecidos,  um artigo num jornal, etc. Neste caso, não sei por que razão tenho o livro há tanto comigo. Por isso, depois do meu olhar se cruzar com o título tantas vezes, d ecidi-o ler sem saber rigorosamente nada sobre a narrativa ou o autor. Pensei que se o arranjei em 2023 é porque valia a pena. É a história de um negro, nos anos 50, num estado imaginario sulista dos EUA que resolve cobrir a terra da sua quinta com sal, queimar a sua casa e partir. Depois disso, todos os negros do estado partem também. A narrativa é contada por brancos, com vários pontos de vista. As palavras são escolhidas a rigor. As meias frases fazem-nos pensar nas mensagens que vão ser ditas ou que querem ser ditas.  Não há ativismo político nem demagogia. É uma história sobre coragem,  homens, mulheres e son...

Óscar de melhores pais

Jogo do meu mais novo às 19h. Final da taça Nao sei quê Benfica - Sporting às 19h45.  Já que estamos os 3 (Pedro, pai cá de casa  e eu) fora de casa, o Tiago pede se pode convidar 5 amigos a ver a final em casa.  Anuimos.  O jogo do Pedro acaba (ganhámos!) e saímos do pavilhão quando ainda faltam 30 minutos para o fim do slb-scp.  Então,  numa busca constante para a estrada do paraíso dos pais mais fixes ever , sugiro uma ida ao restaurante X onde poderão ver a parte final do jogo da bola e assim deixar o mais velho à vontade com os amigos em casa.  O meu mais novo até nos disse "foram mesmo fixe com o mano".  Não foi só a estrada para o paraíso coiso ever que encontrei. Foi a entrada direta!  Entretanto chegámos a casa e tenho seis marmanjos a jogar FIFA na sala. Vim para o quarto. Depois da entrada direta, conquistámos o tapete vermelho.  Oh yeah! 

O silêncio dos blogs

Uma blogger bastante conhecida nos tempos áureos da bloglosfera voltou a escrever. Até me comovi, porque vi nisso um regresso, não às origens porque teríamos de regressar ao mirc ou ao hi5, mas a um mundo menos frenético e menos ruidoso, ou seja, aos blogs.  Um blog, para mim, será sempre um espaço de silêncio comparativamente com o barulho incessante das redes sociais. Um blog é um local mais moderado, de reflexão ou de pensamentos (nem sempre profundos no meu caso, je sais ) e onde, parece-me, o algoritmo não entra. Nas redes, tudo acontece ao mesmo tempo. As opiniões surgem em catadupa e há um fluxo constante de informação que me atrofia. Estou cansada de receber inputs de todos os géneros, que me mostram só um lado, que me tentam moldar o pensamento ou afunilar o pensamento e que me dão a ideia do que preciso sempre de ter uma opinião sobre algo (e muitas vezes sobre coisas cujos contornos quase desconheço). Sim ou não.  Like, unlike . Útil ou inútil.  Num mundo che...

O boost dos últimos tempos

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Aninhada com os meus gatos, numa preguiça sem fim, depois de mais um dia de trabalho, olho para o teto.  Eles estão fechados no quarto ou foram sair. Por vezes, o pai cá de casa está a trabalhar por cá e ouço-o a martelar gentilmente as teclas do computador. É uma melodia tranquila que enche a casa.  Há algo de reconfortante na rotina dessas pequenas coisas.  São apenas 15 - 20 minutos, mas dão-me o  fôlego necessário para as horas seguintes.  

Livro 1/2025 (e uma espécie de resolução de ano novo)

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Acabei de ler o primeiro livro do ano: "Palavra do Senhor", de Ana Bárbara Pedrosa, que é o livro do mês do Clube de Leitura onde me inscrevi no dia 3 de janeiro.  Há já algum tempo que queria fazer parte de um Clube de Leituras, mas nunca tinha acontecido porque:  i) acho que vou dizer coisas comuns e, convenhamos, para isso, mais vale ficar quieta, pois o mundo já está cheio de banalidades; ii)  os Clubes de Leitura são coisas que já duram há anos, com leitores que já se conhecem há muito, e sentir-me-ia uma intrusa; Por que razão me inscrevi agora? Sei lá! A cena ano novo, vida nova pode ter tido uma quota parte na minha resolução, assim como a escritora escolhida para iniciar 2025 e o facto da discussão ser online. Já li o livro, já sublinhei frases ou parágrafos que achei pertinentes, já me juntei à comunidade do Clube de Leitura no Whatapps, onde, por enquanto, está toda a gente em silêncio, à espera do que alguém diga alguma coisa, sem ser o "Bom Ano" da a...

Considerações sobre o ano novo

Nunca é combinado, mas tenho ideia que um de nós começa o primeiro dia do ano ressacado alternadamente. Simbiose perfeita: ano sim, ano não, de forma inconsciente, um de nós percebe que pode ir para além de Badgad, pois o outro segura as pontas. Cumplicidade também é isso, certo?  Este ano, benzadeus, foi ele. Comecei bem 2025.  Bom ano! (E de repente, acho que percebi que deixei de dizer Feliz Ano Novo...)