Sempre fui uma rapariga que disse palavrões. Sempre fizeram parte do meu vocabulário e sempre os achei normais. Os palavrões, para além, de bengala linguística, também foram como um desabafo. Para mim, não há nada como um "foda-se" saído do fundo da alma para me aliviar de qualquer problema. Já proferi palavrões em muitas situações, sendo que a melhor foi soltar um foda-se a meio do parto. Há coisas assim, que têm de ser. Desde que o Tiago nasceu que tenho mais tento na língua. Há uns meses para cá que a minha boca não profere tais ditos cá em casa. Automaticamente, inconscientemente, sei lá, tenho-os substituído por "poça" ou quando tem de ser por "fuck"! Estou sempre a exigir ao pai que se controle nos jogos da bola e peço aos outros para não dizer palavrões em frente ao rapaz. Esta semana, estranhei e entrei em choque, como se eu fosse uma gaja em cuja boca nunca tivesse saído nada parecido (ou pior), ao ouvir o meu filho, o meu Tiago, aquela boca pura...