Série "Adolescência"

Não vou repetir aquilo que toda a gente já disse sobre a série e sobre a alienação em que vivem os jovens por causa das redes sociais. Apenas reitero aquilo que se diz por toda a parte: é uma série sufocante a não perder. 

Sempre controlei os telemóveis dos meus filhos através da aplicação de controlo parental. Tiveram  horas limitadas para ver tiktoks, aplicações bloqueadas e o telemóvel desligava-se a partir de determinada hora. Diziam-me que seria melhor educá-los para uma utilização saudável da Internet. Achava que sim, em teoria e nos outros.  Comigo, isto é,  connosco, sabia que não ia resultar. Gosto de matar o mal pela raiz. Sempre tive medo de  serem comandados por algoritmos horríveis. E mesmo assim, sei que foram, obviamente, reféns das redes sociais.

Com o passar dos tempos, fui dando mais liberdade digital aos miúdos. Como ainda controlo alguma coisa, sei que eles passam demasiado tempo nos ecrãs,  que recebem imputs de gente pouco recomendada,  como, por exemplo, coisas do AV, daquele partido que me recuso a citar aqui, ou do misógino Andrew não sei quê e equivalentes lusos. (E reparem, os meus filhos seguem páginas como "sos racismo", "pcp",  "renouvar a mouraria', etc ou seja páginas ligadas à tolerância e à Esquerda).  Mas são homens, brancos e heterossexuais,  logo estão sujeitos a merdas e mais merdas que vão contra aquilo que defendemos. Apesar de saber, nada consigo fazer. É uma batalha perdida. Resta-me acreditar que eles seguirão sempre o caminho do bem e que trabalhei para que essa semente ganhasse vida dentro deles. 

Bom, tudo isso para dizer que, tal como mostra a série,  estamos completamente fodidos lixados por causa das redes sociais. Ninguém se safa nem se safará dos seus tentáculos.  Podemos tentar, mas é e será impossível desligar o botão que diz "Internet: off'.