Os Nossos Pequenos Príncipes

A escola pediu-nos para fazer um trabalho sobre cores para a exposição. Ao Pedro,saiu-lhe a cor azul. Deve haver muita coisa para fazer. Não me lembrei de nada... Optei por uma coisa simples e na qual ele podia participar. Pintou, cortou com a tesoura* (e tem mto mais jeito que o irmão) e assinou com as mãos. Ai...os trabalhos manuais da escola deviam ser abolidos... *Piada nossa é dizer agora"Pedro,olhó dedo!" e ele ri-se!

Tiago começou mais ou mrnos a jogar à bola e tem TODAS as calças assim... Que coisa mais foleira!

Digam coisas sobre Ceragumil. Obrigada

Tarde de domingo, a mexer na terra, a trabalhar na terra. Está a abrir buracos na terra e a plantar não sei quê há uma hora e meia. O delírio.

Estava a escrever um post sobre a porcaria de anos que estou a ter, coisas do género "ah e tal,e eu que isto e aquilo..tadinha de mim" e lembrei-me da minha amiga doente e de uma outra pessoa próxima que também está muito doente e vi que estas pequenas merdas são isso mesmo, pequenas coisas sem valor. Delete! Dar valor ao que temos e relativizar as coisas é um exercício difícil mas que tenho de fazer.

Os exames e as análises estavam boas. Apanhou uma infeção respiratória, que veio juntar-se à otite. A médica desconfiou de pneumonia, mas felizmente, nada disso.  Não come nada. Ontem, comeu um iogurte magro, duas bolachas e meia sopa. O meu meia-leca, o meu sem percentil (3 anos e 11,800 quilos) parece que chegou do Biafra, de tão magro que está*.  Se a febre persistir até amanhã, temos de lá voltar para fazer novos exames e não sei mais o quê.   * A propósito,  no Carnaval, mascarou-se com um belo fato de lycra do Homem-Aranha, daqueles que se cola ao corpo. Sabem quantas pessoas me disseram que ele estava muito magro? Sabem? Eu também não, pois perdi a conta!

22h21 e continuo cá. Pedro já fez análises, exames e eu numa ansiedade do catano, a relembrar-me do que passámos há 3 anos . Ainda tem de fazer não sei quê e não sei que mais...porque desconfiam de ...é melhor nem pensar e esperar. Quem está cá há 4 horas pode esperar muito mais ainda.

Estou aqui no hospital da Estefânia há duas horas. Há cinco dias de antibióticos e a febre continua... Entreter uma criança doente durante tanto tempo é difícil. Recorro aos desenhos animados no telemóvel e de repente,temos muitas crianças ao nosso lado. Há instantes, uma das mães diz à uma criança "pára de te coçar que é varicela!". E a miúda em cima de nós. Ai senhores, que ele vai sair daqui pior do que entrou... E sim, levantei-me e fomos para um canto bem isolado de todos!

Que fique registado que tive de recorrer aos antibióticos para os putos pela primeira vez.

Um de pirata, outro de homem aranha e o meu mais novo pergunta-me "és o capuchinho vermelho?"

O Tiago, cansado e com sono, pede colo. Nego-lhe. Começa a fazer birra e diz-me "Quando fores velha, não vou fazer nada por ti!". [Nota: cuidado Tella, pois são eles que vão escolher o teu lar...]

Tu sabes que os teus problemas são um nada e que dás importância a pequenas merdas quando falas com pessoas que têm um olhar vazio, a voz quebrada, um ar derrotado, que vivem uma dia de cada vez e que mesmo assim ainda conseguem (ou querem) vislumbrar um pouco de luz. [Tive vontade de participar naquele desafio do blog mum, the boss (no telemóvel, nao consigo fazer link) e escrever num papel "grata por ter saúde" e "grata por poder estar ao lado dos meus".]