Pedro, o filho que faz hoje 8 anos

Pedro, o filho que veio a este mundo para virar o meu ao contrário. 
Pedro, o filho que vive no mundo dele e que pouco liga ao nosso.
Pedro, o filho que apesar de viver no mundo dele, está atento aos afetos e que cria, no mundo dele, ligações e correspondências fantásticas. 
Pedro, o filho que não se dobra, que teima em levar a sua até ao fim. 
Pedro, o filho orgulhoso, que não dá o braço a torcer.
Pedro, o filho doido que quer festa e brincadeira, que ri de uma forma genuína. 
Pedro, o filho tímido, que fala pouco e com pouca gente.
Pedro, o filho desconcertante que se esquece do nome dos familiares ou do significado das palavras.
Pedro, o filho que  tem a certeza  que não quer ir para a faculdade porque quer ser jogador da bola.
Pedro, o filho jogador da bola, determinado, focado nos jogos e treino e a apreender cada palavra do mister para progredir.  
Pedro, o filho que progrediu na escola mas que a encara ainda como um sítio de castigo. 
Pedro, o filho que me diz várias vezes por dia que me ama.
Pedro, o filho afetuoso que puxa sempre o meu cabelo.
Pedro, o filho que raramente se queixa ou chora. 
Pedro, o filho que ama o irmão.
Pedro,o filho apaixonado por gatos mas que detesta cães.  
Pedro, o filho que vive na sombra do irmão e que não consegue descolar dele.
Pedro, o filho que tem o pior acordar do mundo e que é incapaz de falar até tomar o pequeno-almoço. Até lá, emite sons incompreensíveis. 
Pedro, o filho que ainda é o meu pequeno e que abraço sentindo o meu coração acelerar. 
Pedro, o filho que é uma autêntica força da natureza embora ainda não o saiba. 
Pedro, o filho com o qual eu não compro algumas guerras por saber que as vou perder. 
Pedro, o filho cujo feitio lixado, por vezes difícil na perspetiva da mãe, me enche de orgulho. Sabe o que quer e fará o que quer. 
Pedro, meu filho, meu amor, meu tudo, faz hoje 8 anos e para mim ainda continua um bebé.  

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