Da mãe, mas da minha

A minha mãe e eu sempre falámos uma com a outra em francês até virmos todos para cá, em 1993. A minha mãe deixou de falar francês comigo e eu com ela. Não sei bem as razões, se foi uma coisa pensada ou que simplesmente aconteceu porque, na verdade, houve (ainda há?) uma fase da nossa vida em que não falávamos muito uma com a outra. A  nossa língua era mais o silêncio, muitas vezes ensurdecedor.

E não deixa de ser estranho para mim que a única língua que ela fale com os irmãos seja o francês. Sempre que a oiço falar nessa língua, fico sempre a pensar:
1) Francófona uma vez, francófona para sempre;
2) Fala tão bem, tão naturalmente que parte dela só pode sentir-se francesa;
3) Bolas, mas por que razões é que não falamos a mesma língua  (seja ela qual for).



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