Dia 10

Fomos comprar vinho, entre outras coisas. Fui hoje pela primeira vez às compras desde que tudo isso começou. Que paranóia a minha. Estava demasiada gente no Lidl. Achei que só deixavam entrar 3 pessoas mas não, éramos muitos, demasiados. Comecei a ficar stressada com as pessoas que não me davam espaço. As pessoas não percebem o que é distância social.
Açambarquei muito vinho e alguma comida, não com medo de que falte mas para não ter que ir comprar nada durante, pelo menos, os próximos 12 dias. Saí a olhar para as mãos e a pensar se estava contaminadas. Quase que sentia que sim...

Li o post da Carolina, que me entristeceu. Escreve sempre aqueles post que eu gostava de ter escrito (mas que não consigo, claro) e que me tocam muito. Consegue chegar ao cerne da coisa com muita perspicácia e emoção. 

Passei a manhã toda a dar aulas e foi bom (e cansativo). Desliguei das burocracias, das reuniões e dos emails. Nessse aspeto, vou passar a acenar e sorrir como diz o pinguim (do desenho-animado cujo nome me esacapa de momento). Fiz aquilo que gosto:estar com os alunos. Estive tão envolvida que entre uma aula e outra, por volta das 12h30, perguntei ao pai cá de casa se o Pedro já tinha acordado. Pelos vistos, sim, há duas horas...

Hoje deu-se também um terramoto cá em casa. Mas não vou falar ainda dele porque vou ter esperanças que as coisas se resolvam. Vou acreditar até ao fim numa coisa qualquer, numa reviravolta surprendente como acontece nos filmes de Hollywood. 
Sei que não vai ficar tudo bem mas não tinha de ser logo assim e connosco.

Editei o post para acrescentar que só soube hoje que no Uderzo morreu ontem. E agora, sem o poção mágica , conseguiremos dizer que vamos resistir"encore et toujours" ? 

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