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A mostrar mensagens de dezembro, 2021

2021 no blog

 Eu Tella Marie assume-me somente aqui blogger. Gosto de ler blogs e gosto de escrever no meu. Gosto mesmo mesmo muito e adoraria saber escrever bem e sobre coisas fascinantes. Mas é o que temos e é o que é.   Por aqui passaram 38 706 pessoas ao longo de 2021. Deixaram 84 comentários. No dia 26 de julho,  o blog devia estar em promoção nalgum canto da internet porque teve quase 2000 pessoas a visitá-lo. Fico sempre na dúvida: será mesmo assim? Haverá tanta gente a passar por cá? Não será um erro do site? Enfim, aceito as vossas leituras e agradeço.  Este ano, os posts mais lidos são os da balanite de 2009 e das diferenças e descobertas de ter 2 filhos de 2010. Nem são os mais giros. Nem os mais engraçados. Continuo a achar os meus diáriosde covid bem mais interessantes. Mas pronto, são opiniões. 

Os livros de 2021

Já falei do meu top 3 no post anterior, mas vamos aos números e dados. Livro com menos páginas: Asterix e O Grifo, com 48 páginas. Livro com mais páginas: Les Misérables de Victor Hugo com 1468 páginas.  (Foi o meu grande desafio literário. Nunca tinha lido um livro tão difícil e interessante mas também tão minucioso e por vezes aborrecido. Transporto comigo o Jean Vallejean.) O livro mais popular, de acordo com o Goodreads: Les Misérables (somos 1.662.296 de pessoas na App...) O livro menos popular: O Milagre Segundo Salomé de José Rodrigues Miguéis  (8 pessoas...). Não deixa de ser cómico pensar que comparei a primeira parte deste livro ao Misérables... O livro lido com melhor pontuação na supracitada aplicação: "Torto Arado" de Itamar Vieira Júnior, com 4,62 pontos em 5. Deixei apenas um livro a meio.  No total, li 13 372 páginas.  Cada página lida é agora a certeza que seria incapaz de deixar de ler, como já me aconteceu. Em 2008, escrevi no blog que tinha lido apenas um

2021 num só fôlego

Em 2021, estivemos confinados na casa dos sogros, na Aroeira. Foi muito bom.  Em 2021, a casa dos sogros foi vendida e senti uma grande tristeza. Nunca tinha sentido nenhum apego às casas, até aquele momento. Ainda hoje falo do que perdemos com aquela casa. Já todos reviram olhos quando falo dela. Parece uma relação mal resolvida.  Em 2021, uma amiga teve cancro e multipliquei as minhas horas para poder estar com ela. Tive de optar entre certas certas coisas. Deixei de correr para correr atrás do que realmente importa: a amizade. Deixei de ver séries ou de perder tempo nas redes sociais. Deixei os meus filhos a organizarem tudo em casa. Passaram no teste. Nunca estive tão perto do cancro e posso agora juntar a minha voz a quem já passou por isso para dizer que é uma grande merda, mesmo. Entretanto, a ressonância não mostra nenhuma célula cancerígena mas os indicadores indicam qualquer coisa. Uma merda.  Em 2021, a nossa casa da ilha foi vendida e deixámos de poder alugá-la. Para mim, f

Livro 39

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"Astérix e o Grifo"  Não queria comprar a BD porque não é do Goscinny e Uderzo. Já não é "o" Astérix. O pai cá de casa não ligou à conversa e comprou-o. Ainda bem.  É uma aventura gira, com piada. Ri-me com muitas tiradas. Gostei mais deste do que o anterior.  Nada a fazer, sou uma fã do Obélix e do Astérix. Dei-lhe 4 estrelas. 

Livro 38

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"Deus, Pátria, Famíla" - Hugo Gonçalves  Não sei classificar o livro. Romance histórico? Policial? Distopia? Talvez seja tudo isso, aquele 3 em 1 e siga.  É um livro que conta a história de mulheres que aparecem  mortas numa Lisboa cheia de refugiados da 2a guerra mundial. Paralelamente, Salazar é morto e um outro pai da pátria assume o poder, alinhando-se com o os Nazis. Temos portanto de tudo: investigação criminal, caracterização de um Portugal pobre, inculto e refém da manipulação política,  perseguição dos judeus e a história do antissemitismo em Portugal e a entrada na guerra.  Gostei do livro,  sobretudo porque retrata muito bem o obscurantismo, o fanatismo e o perigo que representam.  Gostei bastante, embora ache que tem páginas a mais e parece que o fim é despachado demasiado rapidamente.  4 estrelas. 

Quem nunca?

Dia 25, das 14h às 18h: almoço à grande, com peixe  assado num forno a lenha, com respetivas batatas e couves cozida + queijo +broa + arroz doce + bolo rei + panetone + vinho Houve uma caminhada de 6 km a seguir e uma certeza absoluta : "não como mais nada hoje". E  uma hora depois, já tinha marchado bolo-rei, arroz doce, figos com nozes e queijo mas com chá...

Já é natal outra vez

Este ano, não senti o mês de dezembro como habitualmente. De repente cheguei ao dia 24 e sem me aperceber e sem viver o mês. A ausência do calendário do Advento que nos faz celebrar o dia 24 desde o dia 1 de dezembro terá a sua dose de culpa, mas pronto, assunto encerrado. Dito isto, um feliz Natal, com sorrisos e comida e bebida boas. 

14 anos, 1 mês e 18 dias

"Aqui, são as minhas regras, a minha casa. Na tua casa, farás o que quiseres mas aqui e agora, quem manda sou eu." Sim, proferi este discurso pela primeira vez, enquanto os olhos do meu mais velho se enchiam de lágrimas de raiva.  Proferi o discurso já a olhar para cima, mas a falar pausadamente e de uma forma seca, para que as palavras me ajudassem a ficar maior do que ele.  Não me orgulho do discurso, mas há momentos em que tenho de marcar posição e confesso que não sei fazer de outra forma. A adolescência é mil vezes pior que a amamentação, os terrible two e three, as sestas, o desfralde, a primária, a hora de deitar e as festas da escola. Pior até do que o parto sem epidural. Cria entre pessoas que se amam trincheiras desnecessárias e tolas, que magoam.  Que nervos.

Eu, agora

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A filha da minha amiga, mãe há um mês e meio, precisou de sair para resolver coisas. Como está a chover, não quis levar o filho. Resolveu então pedir à tia do coração para ficar com o sobrinho-neto. Aceitei logo.  Está tudo a correr bem. A mãe deu -lhe mama e saiu. Ele só dorme ao meu colo e tudo está tranquilo e sereno.  A mãe já  me ligou a perguntar se estava tudo bem. "Tia, posso então ir comprar mais umas coisas? Aguentas com ele mais um pouco? Consegues?".  As miúdas que são mães pela 1a vez acham que nós,  mulheres e mães de 40 e poucos anos, somos umas totós que já não sabemos cuidar de bebés. Eu acho que também fui assim (e não era tão miúda.) Pffff.

Livro 37

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"Os rapazes de Nickel"  - Colson Whitehead Em 2019, li a "Estrada Subterrânea " do mesmo autor. Quando vi este na biblioteca, vencedor do tão famoso Pulitzer Prize, tal como o outro já agora,  decidi trazê -lo. É a história de um reformatório para rapazes, numa América racista e ainda segregada, onde os rapazes negros sofrem horrores nas mãos dos adultos brancos e do sistema. O início do livro agarrou-me mas a partir da página 50, começou a ser aborrecido e repetitivo. As personagens são previsíveis e ...não sei... A história é boa mas é mal contada.  Dei-lhe 3 estrelas.

Relato da bola - o futsal

Aí, coração de soccer mum sofreu tanto no domingo. Os nossos vs. Benfica.  É certo e sabido que os nossos encaixam muitos golos do Benfica (e do Sporting). O Pedro já levou 5 ou 6 golos em menos de 10 minutos há muitos anos. Neste, aqui, o Pedro é o único guarda-redes convocado: os outros estão confinados ou fora de Lisboa.  Eu, mãe positiva, digo-lhe "filho, quando a bola chega à tua baliza, já passou pelos restantes colegas que também não fizeram nada de jeito. Até 15 golos levados, é vitória. ". Ya, eu sei, sou pró em manter as expetativas baixas. Lá fui para o jogo, nervosa, "meu rico filho". Ainda na semana passada, nos últimos segundos, sofreu um golo que deu a vitória aos adversários e meteu dó vê-lo assumir a derrota da equipa, em lágrimas. Raios parta mais a ingratidão do lugar ou da posição ou lá como se diz na gíria futebolística.  Lá entraram em campo e o meu de braçadeira de capitão ao braço. Todos nervosos e sem grandes ilusões. Os pais, entenda-se. Um

Algo diferente

Vi a série toda do Sexo e a Cidade há mais de  17 anos. Sei que morava na minha primeira casa e que não tinha filhos. Vi a série em DVD, emprestado pelo meu amigo gay, claro. Adorei cada episódio, cada par de sapatos, cada aventura. Foi o início da paixão por NY e a descoberta da palavra "cosmopolita(n) ". Como se diz agora: ententendores,  entenderão ! Acabei de ver os dois episódios de "And Just like that..." e gostei muito do que vi, até porque agora parece-se mais comigo do que há quase 20 anos. Estão mais velhas mas lindas. Algumas pintam o cabelo e outras não. Têm filhos e outras não. Enlouqueceram um pouco e outras não. Adaptaram-se a uma nova sociedade e outras não. Têm estilo e outras nem por isso.  Tal qual eu, mas sem o glamour. 

Livro 36

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"Consentimento " - Vanessa Springora Livro auto-biográfico onde a autora relata a forma como foi vítima de um predador sexual - ela então com 14 anos e ele com 50 - apesar de ter dado o seu consentimento e de pensar que estava apaixonada. A situação é aceite pela mãe e pelo meio literário e cultural da época . Este livro abalou a sociedade francesa porque o agressor, o pedófilo, é um reconhecido escritor: Gabriel Matzneff. (Há n o YouTube um excerto de um programa televisivo literário , de 1990, onde perante a aceitação generalizada de quase todos, menos de uma escritora do Canadá, o Matzneff relata com ares de Casanova as suas conquistas junto das adolescente, como se ele fosse a vítima de ninfetas que o desejam. ) Também me abalou, confesso. A escrita agarrou-me, a história deu-me nojo,  a vítima, que aos 14 anos não percebe o que lhe acontece, nem que está refém de um monstro, entristeceu-me. A fragilidade emocional dela transtornou-me. É um relato simples, um testemunho i

Livro 35

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"O Mapa e o Território " - Michel Houellebecq Trouxe o livro da biblioteca porque tinha gostado imenso do "Plataforma" (livro 33).  Mas não gostei deste. Quer dizer, gostei muito da primeira parte, mas as duas seguintes foram perdendo interesse, tornando-se aborrecidas, lá quase pró fim.  O resumo? Jed é um artista plástico, homem só, sem grandes ligações afetivas. Tem um grande êxito com os seus quadros, mas a fama e o reconhecimento são-lhe indiferente. Conhece entretanto um autor, o Michel Houellebecq (!), e coisas estranhas depois acontecem. Não vou ser spoiler, embora não recomende a leitura! O livro é sarcástico. Como a cidade de Paris retratada, a vida destes dois homens é cinzenta. O romance também na minha perspetiva. Dei-lhe 3 por causa do início que me empolgou. Mas é apenas um 2,5.

Há pessoas com dificuldades em ver os filhos crescerem...

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(E não,  não sou eu!)

Dia 1

Hoje deveria ser o primeiro dia do advento. Já não é.   Ficam as recordações. No domingo, recordámos tantas e rimos com a ingenuidade deles.  Fica também uma certa nostalgia.  Mas foi uma coisa que sei que fizemos bem e que marcas na nossa vida a 4.  (Se os meus netos também tiverem direito às atividades do Advento, hei de recuperar este post e oficializar a tradição  da família da Tella para todo o sempre. )