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A mostrar mensagens de março, 2023

Livro 14 - "Terrinhas"

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 "Terrinhas" - Catarina Gomes Há meses que quero ler este livro porque gosto bastante da autora. O seu "Coisas de um Louco" foi um dos meus melhores livros lidos em 2020.  Este conta a história de uma mulher cidadina que recebe em herança uns terrenos baldios, na aldeia dos pais. Fala dos pais, da relação com a aldeia, da avó sempre vestida de preto, do avô que nunca conheceu, do despovoamento das aldeias e de...batatas. Tem partes muito boas e outras que se arrastam e tem pouco interesse. Há passagens do livro que me fizeram lembrar "La place" (O lugar) de Annie Ernaux.  Entre um 4 e um 5. Não sei bem.

Ele lê!

 Aqui, nos comentários . 

Livro 13 - "Tentação do Norte"

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 "Tentação do Norte" - Manuel Alegre Sou uma grande admiradora do Manuel Alegre, escritor. Em tempos, recortava crónicas dele, que estão dentro dos seus livros. "O Canto e As Armas" é, para mim, o livro de poesia por excelência. É um dos autores que mais reli. Em tempos, era completamente fã. Fã do escritor, cuja prosa poetica sempre me cativou, fã do herói que lutou contra a ditadura e fã do homem de esquerda. Achei que ia ser nosso Presidente da República e nem queria acreditar que a poesia ia tomar conta do poder. Mas não,  ganhou o outro e foi o que foi: um mundo cinzento. Depois, enfim, depois, ele começou a dizer coisas que me incomodavam, mas ainda assim denfendia-o, porque era o meu Alegre. Acabei no entanto por me afastar dele  e da sua escrita, como alguém que se afasta de uma amigo querido porque foi viver para outro lado do mundo.  Voltei a ele agora neste pequeno conto de 40 páginas. Continua a ter uma prosa ímpar,  com a qual escreveu uma história de a

Do futsal

 O rapaz foi convocado uma segunda vez para mais um treino de observação dos sub13. Disse-me que tinha corrido bem. Quis ter uma rede social para partilhar com o mundo a sua convocatória.  Fiz-lhe a vontade. A professora de CN já sabia das datas dos treinos e do torneio. Ele comentou que a turma ia ao teatro com a professora de português no dia em que ele não estaria na escola, mas ao serviço da seleção. Já se via lá,  a jogar.  Pára tudo, pensei.  Percebi que tinha as expetativas demasiadas elevadas. Já tinha a certeza que ia passar as fases todas. Relembrei-lhe que os adversários dele eram do Benfica e Sporting,  supostamente os melhores. Ui, o que fui fazer. Zangou-se muito. "Pára de dizer que não vou conseguir. Irritas-me!". Lembrei-me das palavras da Carolina e pedi desculpas. Expliquei-me, mas a irritação dele era visível.  Entretanto, não foi convocado. Quando o pai cá de casa o informou,  foi para o quarto atirar coisas à parede, a chorar. Não falou com mais ninguém.

Livro 12 -"Vejam como dançamos"

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 "Vejam como dançamos" - Leila Slimani  Este é o segundo volume de uma trilogia que começou com " O país dos Outros ".  Este livro centra-se nos filhos da Mathilde, na vida dos Marroquinos depois da independência, da pobreza, da falta de liberdade e dos intelectuais de esquerda influenciados pelo Maio de 68.  Gostei muito do livro, sobretudo porque o papel da mulher é muito focado. Dei-lhe 5 estrelas, mas são 4,5. 

A nova era

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Inteligência artificial,  o chat gpt, algoritmo, big brother is watching you, alexa, ok google e outros que não uso e desconheço. Parece que nos conhecem antes de nos próprios percebermos quem somos, para onde vamos, o que nos acontece. De hora a hora, subrepticiamente ou não, recebo cenas destas: [Emoji do dedo do meio]

Hoarders

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 Não sou uma acumuladora. Em casa, não vive nenhum acumulador, mas o pai cá de casa tem um pouco essa tendência. Não se desfaz das coisas ora porque são lembranças ora porque podem fazer falta daqui a 20 anos! Não chega obviamente a ter nenhum transtorno nem a minha casa é uma pocilga! (As nossas zangas já passaram muito pelo prego ou a revista da Exame Informático de 1999 que quer guardar, just in case! Se ele lesse o blog, escreveria nos comentários qualquer coisa como " Mas quando a mãe cá de casa quer que eu arranje/pinte/resolva/faça não sei o quê, não compro nada, reaproveito o que tenho...") Por causa da ideia que tudo nos pode fazer falta no futuro, os meus filhos seguem as pisadas do pai. Há muitos anos, com 6 ou 7 anos, o Tiago passou em frente a uma caixote de lixo, na Ilha de Armona, e trouxe para casa uma base para fazer tarte, dizendo qualquer coisa como "está como nova. Podemos fazer uma tarte!" Percebi, nesse dia, que tinha perdido os meus filhos n

Livro 11 - "Isto acaba aqui"

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 Isto acaba aqui - Colleen Hoover Nunca pensei ler o livro. Fujo dos best-sellers e da literatura light como o diabo da cruz (porque tenho a mania  as you know!) e no entanto, li-o num fim de semana.  Por que razão o li? Ora, é muito simples. Numa turma do 8ºano, 5 ou 6 alunas estão ou estiveram a lê-lo. Acabam uma tarefa e pedem logo licença para retomar a leitura. Numa aula, perguntei a uma se era um livro para adolescentes. Respondeu-me prontamente "Não! É um livro para mulheres adultas!". Outra diz logo "A stôra tem de ler. Fala de coisas importantes". As turmas do 8ºano, sobretudo essas, são muito vivas e esta turma em questão aproveitou logo o momento para falar de coisas off-topic. "A sério,  fala de uma mulher que...". Outra manda-a calar "estás a spoilar!" . Enfim, a docência e os seus encantos! Houve muita insistência "Vá lá, stôra!" e houve a promessa de duas colegas que o iam ler para ser uma coisa nossa (e já o estão a le

O que vou ouvindo...

"Já passaram os meus dois filhos mais velhos pelas suas mãos nos últimos anos. Agora, tem o meu terceiro. Lá em casa, dizemos que a sra. professora é um clássico!" "A minha filha pediu-me para lhe dizer que a professora é bué de fixe !" " Mãe, és muito mais velha por dentro do que por fora". " Para lá de dizer isso, que parece que não queres que consiga [alcançar os objetivos prepostos]" " Mãe, quando estás com sono, pareces que estás bêbada porque te ris por coisas que não têm graça!" " Se nos separarmos, promete que continuas a vir comprar roupa comigo."

Livro 10 - "L'occupation"

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 "L'occupation" de Annie Ernaux Voltei a ler a Madame Ernaux porque sei, de antemão,  que vou gostar da sua escrita incisiva e feminina.  Neste pequeno livro de 38 páginas, a escritora fala sobre os ciúmes que sentiu quando o seu amante, ex-compamheiro, lhe contou que vivia com uma mulher.  É um relato de sentimentos. Fala dos ciúmes, que raiaram a loucura, e da dor que sentiu. Descreve os sentimentos pelos quais passou, os pensamentos que teve ou as coisas que imaginou. Fala da loucura que lhe toldou o discernimento. Fala também do amor e do sexo de uma forma deempoeirada, à Annie Ernaux, sem tabus, sempre com o objetivo de explicar o que se sente com os ciúmes.  Não me identifiquei com esse período de tempo da autora porque nunca senti ciúmes, pelos menos daquele nível. Acho que nunca sofri por causa de ciúmes. Foi bom, no entanto, ler e perceber esse sentimento. Foi bom entrar na cabeça de uma pessoa acossada pela dor e perceber como funciona. 3 estrelas. 

Livro 9 "Terra"

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 "Terra" de Eloy Moreno Já tinha visto a capa na Fnac há uns meses, mas foi o Goodreads, onde tem uma excelente pontuação, que mo trouxe à memória. Bom, é um livro mau, cheio de clichés e frases feitas. Mas já lá vamos. É a história de um homem poderoso ("o homem mais rico do mundo") que domina a televisão e as redes sociais a nível global. Cria um reality-show ("o programa mais visto do mundo" onde há as maiores "partilhas do mundo de hastags"). Neste, 8 pessoas vão viver para sempre para Marte e as suas vidas serão acompanhadas pela Terra com um delay de alguns minutos. A história é contada em dois tempos. Acompanhamos a preparação do programa e o programa em si e um jogo de procura de chaves feito pelo homem mais rico do mundo para os seus filhos já adultos, muitos anos depois do tal programa.  Os capítulos são curtos, como se fôssemos uns leitores incapazes de ler coisas mais longas ou densas. Deve ser por isso que as ideias se repetem sistem

Livro 1 do Tiago

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Já desisti de o incentivar a ler. Tem, há meses, o livro "Esteiros" na sua mesa de cabeceira e só leu ainda 3 capítulos. Quando lhe pergunto se o vai ler, responde-me com um ar blasé "talvez". Como diz a Mary, ele poderá voltar à leitura dentro de alguns anos (ou não). Felizmente, a escola existe e consegue (ainda) obrigá-lo a ler. Assim sendo, acabou de ler o seu primeiro livro do ano: um conto curto em inglês de Roald Dahl (cuja versão ainda se mantém original, I hoje!). Obrigada, teacher! Leu o conto no meu kobo e disse que era "menos seca" ler no e-reader do que num livro físico. Será que há uma relação entre o écran e a sua afirmação? Que vício! (Sou a única a querer atirar diariamente os telemóveis deles contra uma parede?)