Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2020

Livro 16 - 2020

Imagem
"Terra Americana" de Jeanine Cummins é um livro de leitura obrigatória. Já tinha ouvido falar do livro no Instagram e no Goodreadas mas decidi comprá-lo (e eu raramente compro livros) depois de ler a entrevista da autora na Revista do Expresso de há 15 dias ou 3 semanas.  O livro fala dos migantres sul-americanos, da violência que grassa nesse continente e que obriga as pessoas a passarem pelas maiores provações para chegarem ao Norte.  É um livro com uma história tocante e bem  escrita. Embora estejamos só em maio, posso afirmar que é o melhor livro que li em 2020. É um livro que nos faz pensar que podíamos ser nós em cima da "besta"* [comboio de mercadorias utilizado pelos migrantes para se deslocarem pelo México]  ou a atravessar o deserto porque somos todos iguais: queremos apenas viver (ou sobreviver) sem medo (dos outros, da fome, da pobreza ou da guerra). Recomendo vivamente a sua leitura. É daqueles livros que devíamos todos ler para sentir

Run Tella, run

Imagem
Hoje fui correr 5 míseros km às 10h da manhã, debaixo de um sol tórrido. Custou horrores. Custou tanto que algumas subidas foram feitas a andar. Aqui, na aldeia, a 500 m de altitude, as subidas matam.  Fui consultar há pouco o meu relatório de corridas e a modos que só me apetece dizer #fuckcovid. 

Destes dias...

- Acabaram-se as obras em casa. Estarmos confinados num apartamento sem varanda e com a casa em obras foi dose. Nem sei como não colapsei com tanto caos. O pai cá de casa é o melhor empreiteiro que conheço porque não derrapou no orçamento, respeitou o prazo da obra, fez um trabalho fantástico, super perfeito, altamente profissional e tem um extra que nenhum terá: tinha sempre o almoço pronto para todos às 13h15, fim das aulas da manhã. Ainda pensámos remodelar  a casa de banho grande mas felizmente o pai cá de casa foi contratado para começar a trabalhar dia 1 de junho. A casa de banho fica portanto sem efeito e é pena, mas pronto, é mais dinheiro ao fim do mês e menos caos. Parece-me bem. - Ando completamente fã de Friends. - Depois das obras, decidimos vir desconfinar uns dias na aldeia e os meus filhos voltaram a correr ao fim de dois meses e tal sem sair de casa: foi a coisa mais contra-natura que lhes aconteceu até hoje. Ser criança e não poder correr. 

Desconfinando- 7

Este será o último porque andamos a desconfinar à bruta. 

Livro 8 - Tiago

Imagem
Mais um livro  da Cherub (com péssima foto).  Há uns tempos, a professora de português do Tiago do 5°ano disse-me que tinha lido o 1°volume da coleção para saber o que andavam os alunos dela a ler. Ficou admirada pela escrita e história. Disse  que tinha qualidade.  O meu filho recomenda e a professora do 5º ano dele também. Isso vale o que vale até porque o prof do 7º n ão o recomenda ( mas acabou por aceitar o trabalho sobre o livro. )

Desconfinando - 6

O primeiro passeio  a 4 desde que tudo isso começou. 

Desconfinando - 5

Digamos que já não existe nenhuma semelhança entre a Frida Kahlo e eu. Felizmente. 

Desconfinando - 4

Voltei a usar relógio depois da Mary escrever nos comentários para não o usar. Voltei portanto a contar passos: ontem, atingi 75% dos passos estipulados. É um início. 

Desconfinando - 3

Acabaram-se os saltinhos de contentamento. Acabou-se a liberdade. Voltei a usar soutien. 

Desconfinando - 2

No almoço de sábado, não beijámos ninguém e apenas abraçámos a minha avó. Não tínhamos intenção de o fazer mas ela pediu, apesar de lhe falar da doença. "Ó Tella, dá-me um abraço." Foi um abraço bom, daqueles que nos fazem pensar que se ela morrer do Covid (que não morre porque há-de chegar aos 100 anos), morre feliz com os nossos abraços. 

Desconfinando - 1

É ir almoçar à casa dos pais e à despedida, ouvir o meu pai dizer com o olhar embaciado:  "Estou muito feliz por terem vindo. Prefiro morrer da doença do que ficar maluco da cabeça sem ver ninguém, sem falar convosco". Quase que poderia ser uma das muitas definições da saudade.

Quando é que sabes que tens filhos crescidos? XLI

Quando chega aquele fase em que se olha para um deles e só se vê buço. Apenas buço.  (Vou hoje comprar creme depilatório, que ainda não estou preparada para vê-lo com uma gilete no rosto. É que não consigo assimilar as duas coisas ao mesmo tempo.)

Dos 42

Imagem
Com a minha idade, já devia saber que nem descafeinado posso beber ao jantar. Resultado: estou acordada às 4h e tal da manhã. Não tenho emenda. Os meus colega ofereceram-me o jantar que foi entregue às 20h00.  O pai cá de casa já sabia de tudo e eu até estava a stressar porque eram 19h e tal e nada de o ver tratar da refeição e do bolo. Pensei já com ar meio chateado  "vamos jantar tardíssimo". Foi uma refeição vegetariana para os 4 do "The Green  Affair". Delicioso. O vinho também foi oferecido mas eu já tinha decidido que ia beber este : um vinho que se trinca.  Apesar das sobremesas recebidas, tive direito a mais um bolo.  A minha comadre/prima fez-me um red velvet maravilhoso. O pai cá de casa tratou de tudo e numa suposta ida não sei onde, foi buscá-lo à casa dela. Trouxe ainda uma pulseira e um desenho feitos pelas minha afilhadas. O pai cá de casa ofereceu-me ainda os meus primeiros New Balance cor de rosa e o Pedro um desenho com uma mensagem que me me fez r

42 anos

É tão bom fazer anos e vê-los passar, ano após ano. É mesmo! Mas na verdade já são 42 anos, pffff. Tantos pá!

Dia "não sei quantos " que já me perdi

Hoje a minha mãe faz anos.  Farei anos na quinta.  Estamos a pensar almoçar juntos no sábado. Viver a vida no limite agora é decidir se almoçamos com os nossos ou não. Suponho que num almoço de família não se consiga respeitar o distanciamento exigido mas faz sentido não estarmos juntos durante meses ou anos (sim, que essa coisa do covid vai continuar ad eternum)? 

Desistência de 2020 - livro 1

Ao chegar à página 52, encostei o "Dr. Jivago" do Pasternak. Os clássicos russos ficam para outro momento da minha vida.

Dia 53 - editado

Continuo a contar os dias porque a vida de desconfiamento é igualzinha à vida de confinamento.  Continuamos a trabalhar em casa e sem sair ou passeios higiénicos.  Dito isso: 1) Comprei online os meus dois primeiros fatos de banho. As gorduras localizadas, as estrias e a idade ditaram o início desse novo ciclo. Achei que era mais fácil esconder isso tudo do que fechar a boca. Não me consigo controlar.  2) Voltei a usar relógio (são 12:42 e dei 740 passos - 0,5% dos passos que devo dar. Não tarda nada, vai recambiado para a gaveta.)

Livro 15

Imagem
" O Tatuador de Auschwitz" tinha tudo para ser um grande livro mas não é. É uma pena porque a história cativa e prende mas merecia que fosse um escritor melhor a contá-la.  As personagens são pouco desenvolvidas, todas elas. Não conhecemos os  seus sentimentos. Há uma falta de profundidade em termos de caracterização: todas muitas planas.  A ação é descrita de forma linear. "Ele chegou e fez e olhou e coiso". Não há figuras de estilo para embelezar a história. Não há nenhuma propriedade vocabular. Em termos estéticos, é fraquinho, fraquinho. Não está mal escrito, é apenas uma consequência de acontecimentos sem beleza.  Espero sinceramente que alguém agarre nesta história e faça um bom filme porque a história vale a pena. 3,5.

Dia 50

O meu quinquagésimo dia de isolamento coincide com o primeiro dia de desconfiamento. 50 é o número certo para abrir a porta à normalidade mas também para pôr um fim o meu diário. Este será o último* #diariodocovid.  (Re)lendo os 50 diários mais uns quantos "coisas boas do isolamento social" e tendo em conta que o objetivo inicial era ver a minha evolução, percebo que chamar evolução ao que me aconteceu é capaz ser um exagero. Senão vejamos:  1) a inconsistência é o meu nome do meio, 2) demorei um certo tempo a relativizar as questões do trabalho/ensino à distância; 3) panico em demasia;  4) se não fui ao hospital por causa do Covid, ainda posso lá bater com os costados por causa de uma cirrose; 5) passei de "isso não há de ser nada" para "isso é o fim do mundo" num ápice (o tal panicanço );  6) continuo sem respostas para o mistério que envolve o meu chão constantemente sujo;  7) olhei mais para dentro de mim e descobri que tenho várias T

Dia 49

No dia da mãe, as crianças oferecem prendinhas feitas na escola e as mães, com olhar embevecido, guardam-nas, dizem.  Eu não. Vão para o lixo nesse mesmo dia ou no dia seguinte. Não me interpretem mal, que amo muito os meus filhos, assim do coração, sangue do meu sangue e mais uns quantos chavões do costume mas não guardo tralhas. Acho tudo inútil. "Ah Tella, eles gostam de fazer as prendinhas". Eu sei isso tudo mas lixo na mesma.  Ontem, gozavam comigo. "Mãe, vamos fazer uns desenhos para o dia da mãe e vais guardá-los 3 segundos. Consegues? " Ai os meus ricos filhos, que conseguem sempre fazer-me rir, tanto como me fazem exasperar (e talvez mais nestes dias de confinamento). A maternidade, sempre com mil encantos. 

Dia 48

Novos tempos estes em que fui ao mercado com máscara, pela primeira vez, mas sem relógio e sem soutien. O pior foi a brisa sentida e pronto, estão a ver a cena, certo?  Isso. 

Livro 15 - Pedro

Imagem
Olhem, deixem-me dizer uma coisa "meu rico filho!"

Dia 47

Faltam 14 minutos para acabar o quadragésimo sétimo dia de isolamento e não há grande coisa para narrar.  Acabámos a 1a temporada de Friends. O Tiago insistiu para ver porque à terceira é que é. Eu estava mais a pensar que não há duas sem três e que íamos desistir outra vez. Fomos vendo e dizendo uns aos outros que até era fixe. Acho que estávamos a tentar convencer-nos que podíamos deixar  correr a coisa. Os miúdos gostam mais do que eu. Acho aquilo demasiado datado embora reconheça que há piadas que foram aproveitadas 20 anos depois no How I meet. E não acho que tenha assim tanta piada. Ainda não percebi a loucura toda à volta da série.  Ah e entramos em maio, como repararam.  E é só isso hoje.

Livro 14

Imagem
Comprei o livro em fevereiro para o ir levantar no dia 19 de março, no dia do lançamento da versão portuguesa, mas as livrarias fecharam antes por causa do confinamento. Depois de dois emails trocados com a Bertrand, enviaram-me o livro gratuitamente para casa. "Os Testamentos" de Margaret Atwood é a continuação da "Serva". Neste, fala-se pouquíssimo das servas embora  a condição feminina esteja sempre presente. O livro conta sobretudo a forma como Gilead acaba. Gostei bastante mas o fim é precipitado e é por isso que não lhe dou 5 estrelas, 4.75 talvez!