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A mostrar mensagens de maio, 2021

Run Tella, run

Fiz anos há dias e recebi uns ténis novos de corridas que os outros já tinham 1000km feitos e uma inscrição numa prova. O Tiago disse-me "Tella, percebes a indireta? Estás gorda!". [Um aparte: o Tiago tem 13 anos, quase 14, e está no 8°ano, ou seja, está naquela fase parva...]  As palavras dele não me sairam da cabeça e a contagem de km de maio da Carolina não veio ajudar. Por cá,  ando sem vontade de correr. Eis até agora os km feitos: Janeiro:24 km Fevereiro: 94 km Março: 87 km Abril: 37 km Maio: 20.5 km O que vale é que chega junho e pode ser que a coisa evolua...

Post sem título

Parece-me que 2021 é o ano em que fecho portas ou em que se fecham ciclos. No 31 de Dezembro, tenho por hábito, como já o mencionei aqui, de fazer balanços: o teu melhor e o teu pior do ano. Desta vez, em 2020, o meu melhor foi Aroeira -  a casa dos sogros - onde passei 5 meses seguidos e todos os fins de semana até ao final do ano (e onde fiquei no 2º confinamento). Aquela casa foi um boost: o espaço exterior e interior, a proximidade ao mar, a natureza e as corridas deram-me energia, aconchego e segurança em época pandémica.  Conheci a casa há 20 anos. Fiz de tudo em todo o lado nela. Podem abarcar tudo o que vos vem à cabeça nesta frase: não confirmo nem desminto os vossos pensamentos porque sim, fiz isto, aquilo e mais ainda! Vi várias transformações da casa e a casa viu as minhas várias transformações. Em pequeno, o Tiago dizia ao avô "quando morreres, a casa fica para mim!". Ríamos. Nada disso acontecerá e quase que dá vontade de chorar agora. Foi vendida. Sinto uma gra

Livro 6 - Pedro

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Estamos a conseguir que ele leia. A coleção da Cherub faz milagres, sem dúvida.  (Com o outro, as coisas estão muito mais complicadas no que diz respeito a leitura. Quando lhe pergunto pelo livro, responde-me prontamente "se marcares uma data limite, nunca mais leio. Que pressão, mãe!"  Apetece-me sempre dizer "Que irritante, filho!".

O início do fim ou o tão desejado regresso ao normal

Hoje foi dia de receber a segunda dose da vacina da Pfizer.  Yeaaah, há uma luz ao fundo do túnel. 

Quando sabes que tens filhos crescidos? XLIV

Quando acabas de compras uns ténis para o mais velho, número 43. Sim, 43.

Do dia de anos

Fazer anos nunca foi algo festivo. Just another day. Os meus filhos, ou melhor, os aniversários dos meus filhos fizeram -me ver que é bom fazer anos mas foi a  morte precoce da Joana que me fez perceber que fazer anos significa que estamos cá, rodeado dos nossos. Celebrar a vida e estas coisas assim clichés. Quando faço anos, recebo muitos mimos dos meus alunos. Recebo invariavelmente chocolates, postais, desenhos, bilhetes e fotos. Ainda recebo emails de alunos que estão na faculdade!  Ontem, uma turma invadiu a entrada dos gabinetes para me dizer em coro "parabéns storaaaaa!" .Entregou-me um postal da turma, com o hastag #tellaesamelhor . [Mas não dizia tella, mas sim o meu nome, claro.]. Até a direção veio a porta ver o que estava a acontecer... Outros entregaram-me uma PEN com um PowerPoint feito por antigos alunos, que estão no 11°ano. (Foram meus no 3°ciclo!). Que fofos!  Também recebi de oitra turma uma borracha do tamanho do meu estojo, assinada pela turma toda. Ofere

43 anos

Ontem, depois do banho, olhei-me ao espelho, em todo o meu esplendor, pela última vez aos 42 anos.  Vi tudo aquilo que os 42 anos me trouxeram, fisicamente falando. Não gostei nem desgostei. É o que é. Por isso, apesar da idade avançada e porque continuo muito infantil,  encolhi ombros,  pisquei o olho a mim própria e pensei "siga!".  Hoje estou  de parabéns.  43 anos, pá, caraças! 

Quando é que sabes que tens filhos crescidos? XLIII

Quando vês com os teus filhos "A Vida de Brian" dos Monty Phyton e ouves o mais velho a dizer "É tão parvo que se torna bom". [vê-los crescer (bem), isto é, ver os meus rapazes a serem pessoas fixes é uma das coisas muito boas da minha vidinha.]

Livro 13 - 2021

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"Uma Vida Inteira " - Robert Seethaler Comprei o livro porque há uma recomendação da Margaret Atwood (e eu sou uma pessoa que se deixa influenciar por escritoras boas) e porque achei curioso como um título tão denso podia caber num livro pequeno. O livro conta de uma forma tão simples mas tão poética a vida inteira do Andreas Egger. É uma criança órfã, vítima de violência, que conhece o amor para o perder pouco tempo depois, que vai à guerra, que fica preso, que vive uma espécie de solidão, ora romântica e contemplativa, ora fria, que conhece a dor e o sofrimento mas também a alegria nas pequenas coisas que o rodeia. É uma vida inteira cheia de simplicidade mas que passa por momentos complexos. A personagem é simples, nada de profundidade intelectual ou filosófica, por vezes até é desinteressante e sem grande evolução mas nutri por ele uma grande ternura. É um livro melancólico também por causa disso e também pelo facto de me aperceber já na reta final da leitura que a sua vi

Destes dias

 Às sextas-feiras à tarde, saio às 14h30. Passo as tardes com a minha amiga doente. Preparo refeições,  vou às compras,  converso, faço massagens, lavo cabelos, faço companhia, enfim, faço aquilo que sei que ela faria por mim (sabendo que ela faria o dobro ou triplo). Houve meses em que só falávamos por telemóvel embora trabalhássemos no mesmo local; houve meses de descombinar jantares de fim de semana para fim de semana;  houve um fim de semana marcado a duas e desmarcado para "em breve"; houve uma viagem ao estrangeiro  programado nas nossas cabeças para breve também; houve momentos em que dissemos "-vamos beber um copo de vinho? -Eh pá,  hoje estou cansada!"  Adiamos tantos momentos bons. Percebo agora que podia ter me esforçado mais, não devia ter adiado isto e aquilo e que ela também não devia ter adiado aquilo e isto.  Agora, estou sempre em casa dela. Nunca estou  cansada e tenho muito tempo. Arranjei. Às vezes, vou ao outro lado da cidade só para ver como es

Livro 12 - 2021

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"Les Misérables "  - Victor Hugo. O livro narra a história de Jean Valjean, que é preso durante 19 anos por roubar para alimentar os seus sobrinhos. Quando sai, quer vingar -se da sociedade mas cruza-se com um homem bondoso que lhe mostra que ele também pode ser bom. Durante 1200 páginas,  acompanhamos a sua vida e a vida miserável das pessoas que se cruzam com ele. E são muitas. Há a Cosette, menina que ele adota e que lhe dá forças, o ternadier, o vilão, o Gavroche, o menino heroi, filho de Paris, que está pintado no quadro "A liberdade guiando o povo". Se os Miseráveis fossem só isso, dar-lhe-ia 5 estrelas mas infelizmente tenho a dizer , e desculpem mas é o que acho, que o Victor Hugo é um senhor mas não tem capacidade de síntese. A reconstituição da batalha de Waterlo ocupa 100 páginas. Estive quase a cortar os pulsos. Há 50 e tal páginas sobre o uso de calão nas obras literárias. É todo um ensaio que me fez revirar olhos e que durou dias. As páginas eram virad

Dia da mãe

Depois de meio mundo ter partilhado nas redes sociais uma foto da mãe a dizer que ela é que é a melhor do mundo, senti necessidade de cá vir e dizer que não tive a melhor mãe do mundo nem sou a melhor mãe do mundo. Com a graça da senhora, apetece-me acrescentar, que isso de ser a melhor cansa e dá demasiado trabalho!  Ela - a minha mãe -  fez o melhor que soube e conseguiu. Fez estragos, fez coisas incorretas e desadequadas, fez coisas tipo "ó que caralho pá!'. Mas fez também coisas boas. Muitas, apetece-me acrescentar, só porque sim.  Eu - mãe há 13 anos- fiz e continuo a fazer coisas incorretas e desadequadas, coisas de bradar aos céus,  coisas que até me envergonho. Estou a fazer estragos de certeza, mas nada que um bom divã não há de resolver no futuro!  Fiz e faço coisas boas. Muitas, creio eu.  Eles dirão da sua justiça dentro de alguns anos.  Vou agora confessar o que me faz lembrar as fotos das vossas melhores mães do mundo. Preparem-se que que é parvo. Fico sempre a p