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A mostrar mensagens de julho, 2021

Férias

Fiquei de férias na quinta. Depois de um ano letivo louco, custa-me a crer que estou de férias. Foi tudo tão anormal que acho que este período de descanso o vai ser também. Parece-me que me vão telefonar a qualquer momento. Ainda não digeri que estou mesmo de férias. Deve ser isso. Já tenho 5 livros escolhidos para os primeiros 15 dias. Levei só livros sugeridos por terceiros.  Estou pronta para a minha ilha.

Quando sabes que tens filhos crescidos? XLVI

Quando o teu filho mais novo, com hormonas demasiadas precoces,  fez o buço.  (Enquanto o pai cá de casa lhe mostrava como se fazia, ele só se ria, orgulhosamente feliz na etapa conquistada. Aí, meu rico filho!)

Livro 20

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"Filho Da Mãe " - Hugo Gonçalves  Conheci o Hugo Gonçalves através da série portuguesa "Até que a vida nos separe" (disponível na RtpPlay). Juntamente com o João Tordo e outro autor cujo nome me escapa, escreveu a série (que será uma das melhores que vi em português e com uma banda sonora simplesmente genial).  Como não conhecia e não sabia se valia a pena comprar ou ler, fui perguntando aos conhecidos se tinham ouvido falar, se já tinham lido. Duas amigas tinham lido este livro e ambas gostaram. Uma recomendou-me a leitura. Não sabia ao que ia. Não sabia do falava... É um livro auto-biográfico,  intimista e muito triste. Sem lamechices e com uma linguagem crua, fala da morte da mãe,vítima de um cancro quando tinha 8 anos, e de como foi crescer com a sua ausência. Na tentativa de recuperar a memória, volta aos sítios por onde passou, recupera histórias dela e da família através do pai, da avó e do irmão. Fala-nos sem pudor das fases pelas quais passou até chegar a e

Comer

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A minha guerra constante é sobre o peso. Por mais que diga que aceito o que corpo que tenho, vivo sempre a pensar nos quilos a mais, na dieta que devia fazer e não faço,  no exercício físico que não faço e deveria fazer, naquela banha ali na coxa... Como uma coisa deliciosa acompanhada de um copo de vinho e, embora aquilo me saiba bem, não estou 100% a degustar o momento. Há uma parte, uma voz inconsciente, que me incomoda, que me lembra que não devia comer ou beber, que me vai engordar.  O gráfico revela as oscilações de peso de janeiro até agora e refletem essa relação bizarra que tenho com a comida e com o meu corpo.  Não me vale de nada ouvir o pai de casa dizer-me que estou bem, tendo em conta a idade e tudo o resto. Cada garfada nunca será inteiramente saboreado.  (E o gráfico que está agora a subir e que coincide com a ausência de corrida? Uma merda...)

Aqui e agora

Estou à porta da zona de oncologia, à espera que a minha amiga acabe mais uma sessão de quimio.  Enquanto espero por ela no carro, leio "Filho da Mãe ". No romance, a mãe morreu de cancro quando o narrador tinha 8 anos... Levanto os olhos do livro e vejo mulheres sem cabelo, umas com lenço e outras não. Umas terão filhos de 8 anos, outras não.  Mergulho no livro, com um aperto no peito e um nó na garganta, com receio que um dia seja eu também a passar por isso.  Sei que vai soar a cliché, mas desde que acompanho de perto alguém muito doente, dou por mim a pensar que aquelas pequenas merdices do dia a dia são mesmo isso: merdices sem importância. Tento não dar valor ao supérfluo: aos boss do trabalho que enfim, ao trabalho que te pedem e nem sempre faz sentido, aos quilos ganhos;  merdices... 

Livro 19

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"Um Gentleman em Moscovo" - Amor Towles Uma colega emprestou-me um dos livros que mais tinha gostado de ler durante o primeiro confinamento. Falou dele, elevando as expetativas. A Carolina também o leu na mesma altura e não falou assim dele. Ela tinha razão.  O livro conta a história de um Conde condenado por um tribunal bolchevique, em 1922, à  prisão domiciliária num hotel luxuoso em Moscovo.  Toda a história decorre no hotel. O Conde é uma personagem deliciosa, carismática e por quem senti uma grande empatia. Cruza-se com várias outras personagens e o livro... é isso. Paralelamente há uma Rússia que se transforma numa União Soviética, que participa na 2a Guerra Mundial, que se fecha e abre ao mundo. Enfim, há um quê de História, vá.  Houve momentos em que pensei que o livro era muito aborrecido porque são  500 e tal páginas com histórias do dia a dia do Conde. Nem sempre as histórias do dia a dia são empolgantes, certo? Apesar disso, fui incapaz de  pôr o livro de lado por

Projeto literário do Tiago

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Começou a ler "Os Contos" do Eça, tendo como ajudante um dicionário. Já que tem de ler, quis despachar a obra obrigatória do próximo ano letivo.  (O título do post  também podia ser "quando é que sabes que tens filhos crescidos " ou "quando é que sabes que não vais para nova" porque está a ler o meu livro, com apontamentos feitos há 29 anos,  numa espécie de português de França, quando também estava no 9°ano. [Suspiros])  

Estou nua

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Saí de casa sem relógio. Não o deixava em casa desde o fim do 1°confinamento. É pior do que um bad hair day. Agora pensem como me sinto porque estou sem relógio e com um cabelo colado à testa, sem volume e oleoso.   Há dias que...

Livro 18

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"Canção Doce" - Leïla Slimani O livro começa de forma chocante, apesar do título. A primeira frase é "O bebé morreu". Ficamos logo a saber ao fim de meia dúzia de frases que uma ama matou duas crianças.  Lemos o livro para saber os motivos, para tentar perceber as razões que levaram àquela tragédia, conhecer a mãe, que chega à casa e encontra os seus filhos mortos, conhecer a ama. Queremos perceber o porquê, como se houvesse  justificações  para o horror. A autora recria tudo. Dá-nos a conhecer os pais das crianças que colocaram a carreira em primeiro lugar, relegando as suas obrigações parentais para segundo plano e a ama que mais parece, ironicamente, a tábua de salvação para que a familia viva feliz, uma ama perfeita amada por todos. A leitura avança rapidamente. As frases são curtas, pragmáticas e duras. Até se tornam claustrofóbicas. Tu já sabes o que acontece mas queres saber porquê,  queres culpar alguém: a mãe, que decide regressar a trabalhar, o pai que des

Livro 17

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"Cidade Infecta" - Teresa Veiga O que dizer sobre um livro que não serviu para nada?  Lemos a história, cheia de personagens estereotipados a viverem vidas.  Só isso. Parecia o roteiro de uma novela de categoria duvidosa.  É muito pouco interessante e só o levei até ao fim porque tem umas 150 páginas e porque sempre pensei que não podia ser só aquilo, que a determinado momento, aquilo ia dar nalguma coisa. Nunca deu.  (Não ponho de parte a ideia que a essência da coisa me tenha passado ao lado e que sou muito básico e não percebi...Pensando bem, não. É mesmo mau.) Dei-lhe duas estrelas (porque nunca dou 1). 

Livro 3 - Tiago

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Voltou à leitura com o fim das aulas. Anda a ler tão pouco e já não tenho grandes estratégias para despertar novamente nele o gosto pela leitura.   

Ainda sobre o dentista

O vosso também fala convosco enquanto estão com uma broca na boca e um aspirador, ambos a fazerem um barulho dos diabos e ficam assim parados à espera de resposta, como se falar de boca cheia fosse a coisa mais simples do mundo?

Como animar a Tella numa segunda-feira de manhã? *

Ir ao dentista e ouvi-lo dizer "a Tella tem uns dentes fracos e frágeis. Parece a boca de uma pessoa entre os 60 e 70 anos". Doeu.  ( *sim, estou a ser irónica.)

Livro 16

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"O Milagre segundo Salomé " - José Rodrigues Miguéis. No dia 1 de dezembro, fui ao sótão buscar a árvore de Natal. No corredor que dá acesso ao respetivo sótão de cada morador do prédio, estavam 3 livros esquecidos. No dia seguinte aos Reis, fui arrumar a dita árvore. Os livros continuavam ali, à mão de semear. Agarrei num e pensei "olha, o Miguéis, só li dele o Arroz do Céu . " e segui...  Em Abril, fui lá acima novamente à procura de uma mala. Os livros permaneciam no mesmo sítio. "É um sinal. Vou levá-lo". [ Os outros dois continuam lá e pode ser que tenham o mesmo destino que este...] Em boa hora o trouxe! É um livro que me encheu as medidas. Houve um momento em que o comparei aos Misérables... É um romance publicado em 1975, que já não está editado (há autores esquecidos e clássicos perdidos), que narra a história de Salomé,  jovem pobre que chega a Lisboa, no início da República.  Serve em casa de gente rica mas não consegue encontrar trabalho. Esfom