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A mostrar mensagens de março, 2021

Árvore Genealógica- III

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Este é o ramo maior, do lado do meu avô paterno, através da sua mãe. Nos outros ramos, tenho menos uma geração. Estou à espera de alguns documentos do Centro de Arquivo de Leiria, caso não me tenha enganado nas datas e/ou pessoas. Conseguirei desbravar mais um ramo do meu avô paterno, mas agora através do deu pai.  Entretanto,  fui procurando assentos de batizado de 1830 mas a caligrafia é difícil e desisti ao fim de uma hora. Olhei para a minha árvore e pensei que sabia muito pouco. Essa gente toda não passa de nomes escritos, com datas de nascimento. Posso supor mil coisas mas seriam sempre suposições e nunca vidas reais. Sei que elas foram domésticas e eles jornaleiros ou operários, que nenhum sabia ler, com exceção do meu avô. De repente , olhei para esta obsessão  (é viciante ir à procura de pessoas) e percebi que não faz muito sentido escrever nomes sem conseguir restituir vidas. São nomes sem histórias e a vida sem história vale de pouco, ou mesmo de nada. Estava quase a desisti

Livro 4 - Pedro

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"O Recruta" - Robert Muchamore O Tiago é fã da saga Cherub. O Pedro nunca quer ser muito diferente do irmão e ganhou coragem para as 200 e tal páginas e leu-o. Adorou a história e o James, personagem principal.  Já me veio pedir para comprar o segundo. 

Dia 67

Sonhei em francês. Não me lembro quem éramos nem o que fazíamos. Acordei com aquela tenue lembrança de qualquer coisa com não sei quem e que se esfumou no segundo em que achei que me lembrava. Ficou apenas a certeza que falávamos em francês.  Soubemos há pouco que não teremos a nossa casa na ilha para a primeira quinzena de Agosto. Parece o fim de um ciclo.  Há coisas realmente más a aconteceram a uma pessoa realmente boa e de quem gosto muito, muito. Numa dimensão paralela ou alternativa, vejo-a como a mana mais velha que me criou por causa da ausência de pais. Estive uma semana com essa amiga e recalquei a nhônhô que há em mim até mais não. Ficou fechada num canto recôndito. Não lhe dei o direito de aparecer durante uns dias mas ao 4, depois de mais uma notícia alarmante, ela tomou conta dos comandos durante um minuto, apenas um minuto. De resto, consegui entreter e rir-nos (talvez para não chorar) e ser nalguns momentos uma parede emocional. A vida, às vezes, é uma merda. 

Como sabes que não vais para nova?

Quando pedes (e trazes para casa) uma receita a uma amiga depois de provares a melhor tarte de amêndoa de sempre, embora saibas que há poucas probabilidades de a fazeres.  A coisa piora: só te apercebes disso tudo quando o pai cá de casa se vira para os filhos e diz "ui, rapazes, alerta velha ativado. A mãe passou para aquele lado. Traz papéis com receitas para casa". Riem bué, os parvos. O Tiago acrescenta "está quase a mandar gift para vários grupos do whattapp com um unicórnio a dizer bom dia". Riem-se ainda mais. Não achei graça a nada. Daqui a nada mando-lhes um pirete no nosso grupo, só para saber que coiso. Ya. 

Desafio literário

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Comecei a ler "Os Miseráveis ", versão original,  edição de bolso, letra Time New Roman, tamanho 10 ou 9, arma de arremesso de 3kg ou vá, de 2, que eu às vezes exagero.  Que a Senhora da visão, dos pesos e dos clássicos esteja comigo e que me afaste da Nossa Senhora das desistências. 

Livro 11 - 2021

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"Torto Arado" - Itamar Vieira Junior. Torto Arado ganhou o prémio Leya e alguns prémios no Brasil e na França mas eu nunca tinha ouvido falar dele até à semana passada em que vi um crítico literário falar dele no FB e até um amigo meu o recomendar bastante.  É um livro que conta a história de uma família negra, numa fazenda do Brasil, algumas décadas depois da abolição da escravatura. É uma história sobre sofrimento, muito no feminino, e resiliência. O livro conta a história desse povo através da família de Donana, avó que nasceu 20 anos depois da abolição, da sua nora e das suas netas, mulheres fortes:  "... filha de gente forte que atravessou um oceano, que foi separada da sua terra, que deixou para trás sonhos e forjou no desterro uma vida nova e iluminada. Gente que atravessou tudo suportando a crueldade que lhes foi imposta".  "Quando deram liberdade aos negros, nosso abandono continuou. O povo vagou de terra em terra pedindo abrigo, passando fome, se suje

Dia 56

Fosca-se! Nem o vinho ajuda, nem o camandro.  Que neura! Não paro de trabalhar! Estou horas, das 8h15 às 16h a dar aulas non stop com intervalos de 10 minutos, pá, fosca-se e depois são os 57 mil mails ou o camandro e os mil telefonemas ou a poça da avaliação e as mil grelhas ou fichas, ficha-se também para elas, raios, até às 20h00, quase todos os dias. Ou as reuniões...Ui as belas das reuniões que nem chegavam a ser um mail de duas frases, catano pá também para elas. Irra, estou farta. .... .... Nada a fazer. Não consegui acalmar a neura ao escrever estas linhas. Não foi libertador como costuma ser quando escrevo no blog. Vou tentar num estilo diferente, mais cru e sem filtros. Vamos ver se resulta:  foda-se, estou fartinha desta merda! Caralho pá, da-ssssse.  Sim, muito melhor.

Livro 10 - 2021

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"A cor púrpura " - Alice Walker É a história de duas irmãs -  negras, pobres e vítimas de abuso sexual, de agressões físicas e verbais - numa América ainda segregacionista. Em jeito de diário para Deus, uma das irmãs (Celie)  relata-nos a sua triste vivência enquanto que a outra irmã, que se torna missionária em África, escreve cartas onde conta a forma como a colonização acaba com um povo. O diário da Celie está cheio de erros ortográficos porque é muito pouco instruída enquanto que as cartas da irmã vão ficando cada vez melhor. Estudou e tornou-se uma pessoa que viu mundo. A Celie não saiu do sítio onde nasceu mas cresceu. Descobriu o prazer, o amor e uma voz. Fez-se ouvir.  É-nos dado a conhecer muitas mulheres fortes, que evoluem muito. Acho que é um dos aspetos que mais gostei no livro. Elas são as vozes caladas das mulheres negras do início do século XX que muito sofreram nas mãos dos homens que são retratados como anti-herois, até que se faça luz também para eles... De

Árvore genealógica- parte 2

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Encontrei por mero acaso uma Maria da Piedade, nome da minha bisavó paterna, nascida no lugar da Sapateira, filha de José Henriques. Pensei: é ela. Olhei para árvore de uma família Henriques, tambem da Sapateira, 4 irmãos que foram  para o Brasil matar formigas e pensei "o meu feeling estava certo". Tinha nomes de avós paternos e maternos, coisas a chegar a 1850. Estava doida. Foram horas da minha vida a ler assentos de batismo e de pedidos de passaportes. Ainda estou com os olhos em bico... De repente, o meu pai manda-me um whattapp a dizer "olha o que eu encontrei nos meus papéis ". Era uma cópia da certidão de nascimento da minha avó, com o nome dos pais, datas de nascimento e nomes dos avós.  Constatei então que tinha seguido um rumo errado. Que desalento. Tinha lido centenas e centenas de assentos em vão... Aquela Maria da Piedade não era a minha Maria da Piedade. Continuo à procura do assento de batismo dela e não encontro. Já li os assentos entre 1883 e 1887.

Livro 9 - 2021

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"Campo de Sangue" - Dulce Maria Cardoso A história gira em torno de 1 homem e das 4 mulheres que lidam com ele mas que não o conhecem verdadeiramente. Há um mistério por revelar também e através da escrita crua e absolutamente genial, vamos conhecendo as relações entre ele e cada mulher.  O livro prende por causa da escrita mas não o achei genial. A escrita da Dulce Maria Cardoso é que me prendeu, mais do que a história. É quase hipnótica.  Dei-lhe 4 estrelas

Árvore genealógica

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Tenho um fascínio pelos meus antepassados. Como se chamam? O que fizeram? De onde vieram? Aqueles olhos verdes da minha avó vêm de onde? De fora? A leitura do livro "Emigrantes" fez-me ir à procura daquele bisavó que nunca regressou... Fui resgatar a minha conta no site myheritage. Não ia lá desde 2007. Atualizei a minha descendência com o Pedro, que ainda não existia.  A leitura de Coisas dos Loucos despertou também a minha vontade de ir à procura de pessoas, de ressuscitar sobretudo as mulheres da minha família,  mulheres que, coitadas, nada tiveram, suponho. A partir do site do tombo, encontrei os arquivos digitalizados de 1600 e tal até 1911 da paróquia de Castanheira de Pêra. Liguei ao meu pai e à minha tia para ter mais informações, nomes, ligações familiares... Depois dos meus olhos se habituaram à caligrafia do padre, à estrutura do livro de assento de casamento cuja organização faculta a pesquisa, encontrei o casamento da mãe da minha bisavó paterna. Casaram em fever

Dia 42

Não durmo como dever ser há semanas. Acordo por volta das 3h00 e a minha cabeça liga-se logo ao trabalho, às avaliações, aos emails que tenho de responder, às aulas que tenho de preparar, aos telefonemas que me faltam fazer e à minha amiga que está mal, sobretudo a ela. Que abalo cá dentro. Influenciada por umas amigas que percebem imenso de cremes e estética, apostei em vários cremes, coisas chamadas hydroBoost, tónicos, sérum com vitamina C e ácidos  hioaurologcia_coiso . Não sei o nome. Podia googlar mas não me apetece. Se calhar, vocês fazem os passos todos para ter uma pela cuidada e não sei quê. Eu não. Começou então a operação "nunca ninguém há de saber a tua idade Tella Marie".  Todas as minhas aulas começam com a mesma pergunta. Diz-me lá, ó coiso, uma coisa boa que te tenha acontecido desde a última aula. As crianças estão tão presas no mesmo dia que têm dificuldade em responder. Depois, há um que responde "nasceu o meu irmão". Espontaneamente, batemos tod

Dia 40

Bolas, 40 dias! Apre, que já se vomita o confinamento e o camandro!