Árvore Genealógica- III

Este é o ramo maior, do lado do meu avô paterno, através da sua mãe. Nos outros ramos, tenho menos uma geração. Estou à espera de alguns documentos do Centro de Arquivo de Leiria, caso não me tenha enganado nas datas e/ou pessoas. Conseguirei desbravar mais um ramo do meu avô paterno, mas agora através do deu pai. 
Entretanto,  fui procurando assentos de batizado de 1830 mas a caligrafia é difícil e desisti ao fim de uma hora. Olhei para a minha árvore e pensei que sabia muito pouco. Essa gente toda não passa de nomes escritos, com datas de nascimento. Posso supor mil coisas mas seriam sempre suposições e nunca vidas reais. Sei que elas foram domésticas e eles jornaleiros ou operários, que nenhum sabia ler, com exceção do meu avô. De repente , olhei para esta obsessão  (é viciante ir à procura de pessoas) e percebi que não faz muito sentido escrever nomes sem conseguir restituir vidas. São nomes sem histórias e a vida sem história vale de pouco, ou mesmo de nada.
Estava quase a desistir quando apareceu num post, uma leitora a questionar algo. Para lhe responder, voltei ao site da Torre do Tombo e voltei aos primeiros passos mas agora munida de mais nomes, de mais informação. Foi assim que descobri que um antepassado, ao pedir o passaporte para Santos,  Brasil, era um homem de 1,64cm, com rosto comprido, olhos pardos (como eu!), cabelos castanhos claros e boca e nariz regulares. A sua cor era natural. Os pedidos de passaportes de outrora não têm fotos,  mas uma descrição de "signaes característicos ". 
A descoberta de hoje não trouxe uma história mas trouxe uma espécie de rosto. 
Não terei nenhuma história para contar, mesmo que consiga chegar ao século XVII, creio. Tenho no entanto a certeza que os meus antepassados (sobre)viveram da melhor forma que conseguiram, que elas deram à luz em pé, agarradas a uma corda ou de cócoras, ficando 40 dias depois de cama a serem cuidadas pelas outras mulheres do seu entourage, que levaram pancada deles, brutos, talvez bêbedos. No fundo, as suas histórias passaram ao lado da  História. São anónimos a quem nem a vidinha sabemos para ser contada. 

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