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A mostrar mensagens de julho, 2022

Novo visual

Mudei a imagem do blog, que já estava ultrapassada.  Percebi que também eu estou ultrapassada naquelas questões que têm  vocábulos associados à web,  às coisas de formatação e/ou programação de um blog. Mudei coisas sem saber o que estava a fazer. Aquele "do you want to save the doc?" em versão super hermético. Nunca dei parte fraca e fui clicando no "yes", "save" e outros que tais. Não andamos todos, em determinados momentos, a navegar em sítios difíceis e incompreensíveis? E ainda assim, avançamos sem saber qual o resultado final. Neste blog, também. Dito isso, entrem. Puxem uma cadeirinha,  que a idade não perdoa - por mim falo - e desfrutem de um blog que continuará igual a si própria. (Enfim, já me conhecem há muitos anos e sabem que melhor, é improvável. A tendência será talvez piorar. Por isso, desculpem se não está ao vosso gosto. Também não fiquei fã.)

Run Tella, run

 Não corro desde o dia 6 de maio. Embora todos os dias, todos, pense que devia correr, a verdade é que me faltam a vontade e o entusiasmo na hora H.  Há dias que o Pedro, atleta a sério,  quer ir correr. Não treina há muitos dias e não quer perder intensidade ou lá o que é, nas férias. Não lhe ligo nada, fingindo que não o oiço.  Ontem, pôs o relógio a despertar às 7h e foi acordar-me. Estava a sonhar e senti no meu sonho alguém a abanar-me. Era ele a acordar-me. Fiquei tão lixada por sair daquele sonho (já não me recordo dele, naturalmente) que me passei com o miúdo. "PEDRO, ESTÁS DOIDO. VAI PRA CAMA! JÁ!". Quando o fui acordar, horas depois, pedi-lhe desculpas.  Hoje de manhã,  o meu telemóvel tocou às 7h. O sacaninha pôs alarme no meu telemóvel para me acordar e irmos correr. Desliguei-o e voltei a dormir. Acordei às 9h e fui chamá-lo. "Vamos correr?". Fomos. Corremos 5km ao sol e ao calor, no sobe e desce das ruas da Graça e Alfama. Foi horrível, mas foi bom cor

Diferenças

Ontem, à saída da praia, encontrei uns ex-alunos. Meteram conversa comigo. Às tantas, no meio do grupo, aparece uma outra aluna que está no mesmo ano que o meu mais novo. À noite, trocaram sms e o Pedro disse-me que ia estar na praia, com os colegas da escola, no dia seguinte. Assim fez. Passou a tarde toda de hoje com miúdos entre os 11 e 19 anos (um já está na faculdade). No total, era um grupo de 11/12 miúdos.  O que fez o meu mais velho a tarde toda?  Ficou com a mãe a jogar Uno e a dar toques sozinha na bola.  - Ó filho, vai ter com o teu irmão. Ele também não conhece (quase) ninguém, mas estão todos na mesma escola.  - Mãe,  tu sabes que o mano é popular lá no colégio, mas eu não.   [O Pedro é sempre uma surpresa!]

Livro 23 - "O Jogador"

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 "O Jogador" - Dostoievski Vim passar uns dias fora, mas só trouxe um livro. Que parvoíce! Ao segundo dia, já não tinha nada para ler. A  casa onde estamos tem uma estante peculiar. Tem muitos clássicos, mas nem sempre estamos com vontade de ler coisas densas, n'est-ce pas?  Fiz então "um dó li tá" e saiu-me um russo. Agarrei nele a pensar que ia desistir muito em breve. Na verdade, nada disso aconteceu. Gostei do livro e da forma como fiquei presa à trama.  A história decorre na Alemanha, em Rouletasburgo, e o jovem Alexsei conta-nos como sucumbiu à paixão compulsiva e irracional pelo jogo. O jovem é preceptor da família de um General russo decadente e mostra-nos com objetividade que há também outro tipo de jogo,  fora do casino: as pessoas mesquinhas que vivem as suas vidas em função do que conseguirão ganhar se ficarem com esta ou aquela pessoa. É uma análise atual da sociedade, feita com ironia e graça, sobretudo através da personagem da "avó ". 4

Quando é que sabes que não vais para nova?

Quando estás na praia, decides tirar uma soneca e acordas com os braços completamente dormentes, sem conseguir mexer. [E pensei "Ai Tella, que decadência!]

Livro 22 - "A Noite Não é Eterna"

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 "A Noite Não é Eterna" - Ana Cristina Silva Mais um livro da Ana Cristina Silva... A qui, a ação decorre na Roménia,  durante a ditadura de Ceausescu. Uma mulher perde o filho por causa e para (d)o Estado. Seguimos então os passos dela para o reaver,  para ultrapassar o luto, a dor e a tristeza. Há referências aos orfanatos romenos, cujas imagens me deixaram angustiada aos 11 /12 anos, à fome que vitimou um povo, à "Mãe dos Romenos",  à polícia política e acaba com a revolução.    Lê-se mas não me acrescentou muito. 3 estrelas.  [O livro fez-me lembrar a minha passagem de ano de 89/90, em que antes de me sentar à mesa, vi na televisão parte do julgamento, as imagens dos dois tiranos mortos e a festa do povo romeno. Mais do que a queda do muro, foram as imagens da revolução de Bucareste que me marcaram e que me despertaram para um mundo fora das paredes da minha casa.]

Livro 21 - " Mil Sois Replandescentes"

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  "Mil Sois Replandescentes" - Khaled Hosseini (Devolvi hoje o livro à biblioteca sem tirar uma foto.) Trouxe este livro depois de ler uma review de uma amiga. É a história de duas mulheres afegãs, de gerações diferentes, cujas vidas ficam ligadas porque estão casadas com o mesmo homem.  Ao mesmo tempo que acompanhamos as vidas (tristes) das duas mulheres, percebemos as convulsões políticas e militares do país: os soviéticos, as guerrilhas entre fações religiosas, a tomada de poder e o terror dos talibãs e a chegada dos Norte-americanos.  É um livro que mostra as tradições culturais e a violência sobre as mulheres no Afeganistão, que nada tiveram (e nada têm agora novamente, que tristeza) e que nada podiam fazer, enclausuradas em casa, em burkas e num mundo atrofiado. Gostei do livro porque a história cativa-nos e perturba-nos, porque a realidade é  diferente da nossa e porque no meio da violência, a amizade entre as duas mulheres é comovente. Para mim, os livros têm de ter

Livro 20 - " As Fogueiras da Inquisição "

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 "As Fogueiras da Inquisição " - Ana Cristina Silva Requisitei o livro por causa da autora, que fiquei a conhecer graças à Carolina.  Este romance narra a história de uma família judaica portuguesa, durante os reinados de d.Manuel I e d.João III. A família  converte-se ao cristianismo, por uma questão de sobrevivência,  mas pratica a sua fé judaica às escondidas.  O livro fala-nos do medo, do subterfúgios para enganar a Inquisição, dos autos da fé, das denúncias, etc. As personagens existiram e às tantas, a  personagem da "Senhora" - Beatriz de Luna - também aparece. (Há muitos anos, li uma biografia romanceada da " Senhora " e fiquei absolutamente rendida a essa mulher destemida e louca qb.) ou Damião de Góis.  Gostei mais ou menos do livro, mas estava à espera de mais. Dei-lhe assim 3 estrelas.