Destes dias

 Às sextas-feiras à tarde, saio às 14h30. Passo as tardes com a minha amiga doente. Preparo refeições,  vou às compras,  converso, faço massagens, lavo cabelos, faço companhia, enfim, faço aquilo que sei que ela faria por mim (sabendo que ela faria o dobro ou triplo).

Houve meses em que só falávamos por telemóvel embora trabalhássemos no mesmo local; houve meses de descombinar jantares de fim de semana para fim de semana;  houve um fim de semana marcado a duas e desmarcado para "em breve"; houve uma viagem ao estrangeiro  programado nas nossas cabeças para breve também; houve momentos em que dissemos "-vamos beber um copo de vinho? -Eh pá,  hoje estou cansada!"  Adiamos tantos momentos bons. Percebo agora que podia ter me esforçado mais, não devia ter adiado isto e aquilo e que ela também não devia ter adiado aquilo e isto.  Agora, estou sempre em casa dela. Nunca estou  cansada e tenho muito tempo. Arranjei. Às vezes, vou ao outro lado da cidade só para ver como está, só para lhe dizer "oi babe". 

É uma pena só percebemos cenas desse género nestas alturas. 

Comentários

Anónimo disse…
Estamos onde queremos estar....mas é certo que passamos a vida no conforto de tomar por garantidas situações ou pessoas que de um momento para o outro podem deixar de estar.

Resta aprender e ser melhor... se se quiser aprender, claro.