Em julho, fui fazer uns exames de rotina. Quando os recebi, percebi que havia ali umas cenas no fígado que não estavam bem. No ano anterior, recordai-vos, tinha descoberto que estava lá alojado um quisto. Paniquei. Ainda por cima, de acordo com o Dr. Google, era um cancro. 

Fui a uma médica no dia 1 de serembro, que disse que não era muito grave, possivelmente fígado gordo. Dieta a sério e zero álcool. Nos anos anteriores, recordai-vos, bebi muito vinho. Paniquei. Ainda por cima, de acordo com o Dr. Google, podia ser também uma cirrose.

Dois meses depois, com 4 kg a menos e sem as alegrias que o pão, vinho e queijo  me proporcionam, voltei a fazer exames. Os valores tinham subido ainda mais. Nesse mesmo dia, com muita sorte e insistência da médica, faço uma ecografia ao fígado e outros exames. 

10 dias depois, com menos 5 kg agora (e de repente, fico a pensar que na minha idade perder tanto peso assim pode ser uma má notícia), os valores estão ainda mais altos e sou encaminhada para uma gastrenterologista. Foi difícil arranjar marcação, mas algumas semanas depois, lá vou. 

"Podem ser várias coisas". Faço novamente mil exames para hepatites, para coisas que não entendo ou finjo não entender. Há hipóteses que o Dr. Google não tinha dito. Panico (do verbo panicar). 

Pelo meio, fico doente, muito doente, e falto às aulas, coisa insólita. Fico de cama e chego a ter febres de 39,6°C, que não baixam facilmente. Deliro e choro porque acho que é grave. O pai cá de casa, homem forte, panica com os meus receios. Disse-me depois que me viu mais aflita nesses dias do que nos momentos que pari os miúdos, sem epidural.

Hoje, foi o dia de voltar à médica. Não é nada de grave. Todos os cenários maus foram descartados. A médica até disse que se sentia aliviada. Eu também, caramba. Há uma medicação a fazer e cuidados a ter. Dentro de 6 meses, voltar a fazer tudo. 

Que alívio! Andei estes meses todos a pensar no pior. 

Agora é tempo de beber um copo de vinho para festejar.