Dia 28

 O sol apareceu no fim de semana. Fui jogar à bola com os miúdos para a rua. Eu detesto jogar à bola e nem sei jogar, diga-se, mas tinha de fazer qualquer coisa na rua com eles. Ficamos em t-shirt e calção e soube muito bem. 

Fomos depois ao mercado comprar peixe e assá-lo na brasa. Houve vinho bom a condizer com o belo repasto e bolo oferecido por uma vizinha. A outra vizinha veio oferecer-me uma dúzia de ovos caseiros "para os meninos". 

Deitei-me ao sol e fechei os olhos. Senti aquela sensação de ficar com o corpo quente e por uns largos minutos, estava tudo bem. Esqueci-me do confinamento; do covid e do medo que ele chegue ao meu pai sobretudo; das embirrações deles que andam ao rubro e me fazem passar completamente, com vontade de lhes dar estaladas até mais não (há um lado violento em mim que reprimo, eu sei);  das aulas online e do desinteresse geral dos alunos, também eles fartos de tudo; do sedentarismo que só nos faz mal; de quase tudo. 

Foi um dia como antes. Tinha saudades dele. 

(Nunca duvidem do poder sol. )

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