Dia 14
Ando sempre à espera de alguma coisa, do dia seguinte talvez, o que é parvo, uma vez que será redondamente igual ao anterior, mas diferente. Tento contrariar a tendência em não fazer nada porque neste confinamento, tenho menos paciência para os dias que se sucedem. Estou mais atenta às horas que passam em frente ao PC, ao tempo que estamos em silêncio, juntos, mas isolados nos nossos mundos. Às vezes, aflige-me ver que estamos em ilhas diferentes. Noutras, acho importante que tenhamos uma bolha para onde irmos, para ouvir silêncio. Estar calado é o melhor remédio, dizia o meu pai. Corro, leio e vou fazer passeios higiénicos com os miúdos.
Deito-me sabendo que amanhã será igual mas diferente ou vice-versa, diferente mas igual. Falta-me apurar esta última frase.
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