O mundo acontece, segue e avança. As pessoas sorriem, contam coisas que não oiço. Parece que estamos em apneia, suspensas a uma coisa que não sei mencionar.
Saíram os resultados dos exames do 12º ano e até eu que sou a mãe de expetativa baixa, fiquei sem chão.
Ele já me tinha avisado que o exame de Matemática tinha corrido mal, que precisava de ir à 2ºa fase, mas achei que o mal fosse um 13. Não. Foi um 11,5. De repente, todo o trabalho (e foi muito) de 3 anos, mais o exame de Economia do 11º ano (teve 19,4) desaparecem. Aquele 11,5 engole-lhe a média e deixa-o à porta do curso para o qual se empenhou muito. 
É um rapaz otimista, mas aquela nota, afixada entre dezenas de 19, 17 e 18's deixou-o ko. À volta, todos acenam, felizes e contentes, como ele terá feito no ano passado. Ele não reage. Eu também não. Ele não sabe o que fazer. Eu também não. Parecemos tontinhos. Ele chorou. Eu emparei as lágrimas dele. Tenho um nó na garganta, que só desatou com pessoas improváveis. Estamos derrotados. 
O meu mais novo também ficou triste,  mas,  como sempre, passou-lhe rápido,  sobretudo quando não lhe diz diretamente respeito. O pai cá de casa ampara-nos. Haja uma pessoa em casa! Mostra soluções,  aponta caminho, coração ao alto e "vamos à 2a fase".
 "Mas para quê,  se não haverá quase nehuma vaga ? ". Gritos, zangas, choro e saidas abruptas da mesa. 
Nesse dia, tínhamos um concerto a 3. Fomos amuados, tristes, em modo zombie. 
 No meio do caos emocional em que cada um estava, foi a música que nos ajudou. Foi o "Deixem o pimba em paz" com a talentosa  Manela Azevedo,  o hilariante  Bruno Nogueira, o espetacular Fiipe Melo e os dois outros músicos cujo nome não retive, mais a participação do meu  Dino d"Santiago, que nos fez sorrir, dar um beijo, esquecer tudo, até porque não terá importância dentro de meses, e querer arregaçar mangas. Senti-me literalmente a emergir. 

Inscrição na 2a fase feita. 
Livros e apontamemtos em cima da mesa.
Explicadora a peso de ouro contratada. 
Novo reajuste para a 1a candidatura.
Aceitação de que as coisas podem não dar certo. Quer dizer, eu vou fingindo que acredito e acho que eles também o fazem e com isso vamos indo...

Estamos a reagir, devagar, mas estamos. 




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