Livro 1/2025 (e uma espécie de resolução de ano novo)

Acabei de ler o primeiro livro do ano: "Palavra do Senhor", de Ana Bárbara Pedrosa, que é o livro do mês do Clube de Leitura onde me inscrevi no dia 3 de janeiro. 

Há já algum tempo que queria fazer parte de um Clube de Leituras, mas nunca tinha acontecido porque: 

i) acho que vou dizer coisas comuns e, convenhamos, para isso, mais vale ficar quieta, pois o mundo já está cheio de banalidades;

ii)  os Clubes de Leitura são coisas que já duram há anos, com leitores que já se conhecem há muito, e sentir-me-ia uma intrusa;

Por que razão me inscrevi agora? Sei lá! A cena ano novo, vida nova pode ter tido uma quota parte na minha resolução, assim como a escritora escolhida para iniciar 2025 e o facto da discussão ser online.

Já li o livro, já sublinhei frases ou parágrafos que achei pertinentes, já me juntei à comunidade do Clube de Leitura no Whatapps, onde, por enquanto, está toda a gente em silêncio, à espera do que alguém diga alguma coisa, sem ser o "Bom Ano" da administradora, gestora da coisa, que ficou a ecoar sozinho. Quero acreditar que estão todos como eu, assustados com as banalidades que poderão eventualmente sair das suas bocas, ou melhor, dos seus teclados. 

O encontro é via Zoom, no dia 31, e nem assim sei se aparecerei. Tenho ainda um mês looongo para me decidir e ver o avançar das coisas no Wpp, se é que avança. 

Já agora, neste livro, ouvimos Deus a contar a sua história, desde o princípio: "No princípio, criei o céu e a terra. A superfície estava deserta e vazia, quase triste, só o meu espírito pairava sobre as rochas. Com tudo escuro, pedi a luz, e então a luz se fez.".

Ouvimos Deus a contar-nos os seus motivos: Adão, Eva, Caim, Sodoma e Gomorra, Torre de Babel, Noe, Abrãao, etc. 

Temos, no início, um Deus jovem, precipitado, na ânsia de ser temido e adorado, e cruel porque irrefletido. Depois, como todos nós, Deus cresce, amadurece e apaixona-se por Maria. Aí, torna-se mais humano sem o ser, pois chega a sentir ciúmes, a querer constituir uma família, na aceção terrestre da coisa. Porém, em prol de algo maior, viu o seu filho morrer para que uma igreja florescesse usando o seu nome em vão. "Leram tudo e entenderam tudo mal." é a primeira frase do livro. 

Gostei do livro, mas há um momento, lá já muito para o fim, onde as ideias se repetem, tornando a leitura repetitiva e aborrecida.

"Também eu cresci, tornei-me num Deus melhor, como um rapaz que se faz homem. Hoje o que quero para o mundo é outra coisa. Não me interessam as trevas nem as vinganças e as guerras causam-me asco.

Houve um tempo em que ainda não sabia para onde ir. Percebi que tinha todo o potencial em mim, quis saber o que podia fazer, o que esculpir e até quando. Não houve alegria maior do que construir um cosmos, escolher um planeta e dar-lhe vida autónoma."

 4 estrelas. 

Palavra do Senhor

 

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