Livro 16 - "Crónicas do Mal de Amor "

"Crónicas do Mal de Amor" - Elena Ferrante

Ofereceram-me o livro há 3 ou 4 anos. São 3 pequenos romances (de 100 páginas), que já foram publicados separadamente, mas que agora estão reunidos neste livro. Quando o recebi, comecei logo a ler, mas nada me cativou e encostei-o à prateleira. 

Há pouco tempo, uma conhecida estava a acabar o livro e a comentar comigo que não tinha gostado nada da primeira história, mas que as duas seguintes eram muito boas. Depois disso, enviou-me uma sms a falar do livro e não resisti. Retomei a leitura. 

A primeira é má.  Não gostei 

A segunda história ou romance chama-se "Os Dias do Abamdono". Conta a história de uma mulher, com dois filhos, que é abandonada pelo marido. É uma leitura perturbadora, claustrofóbica e forte. A mulher fica à deriva. Cai num abismo grande. Perdeu a sua identidade, ao perder aquele homem. Quem era sem ele? Era igual a ele? Não consegue viver sem ele? Nunca foi ela?  Nunca teve voz sem ele? Os temas subjacentes a perda de identidade feminina como o patriarcado,  a maternidade, as raízes,  à mãe fazem-nos levar vários socos na barriga. É um livro absolutamente notável e repito, perturbador. 

A terceira história - " A filha obscura"- também fala da condição da mulher. Aborda o tema da maternidade,  do peso de ser mãe, do pai que nunca está presente, etc. Gostei muito da personagem feminina, que estando de férias sozinha, espreita no interior de uma família napolitana enquanto está na praia. A partir dessa família, conta-nos a sua história: uma mulher, mãe de duas filhas, que foi engolida pelo marido e pela maternidade. Também gostei muito.

Em suma, dei 4 estrelas pelo livro, embora o 2°romance mereça um 5! 

(Gosto mesmo da Ferrante...)



Comentários

Mary QA disse…
Nunca li nada dela!