O meu filho mais velho faz 12 anos.

Acordei a pensar nele, naqueles primeiros dias e meses calmos (o meu Tiago só mamava e dormia) apesar dos sentimentos à flor da pele, da intensidade do amor e do medo que era ter um recém-nascido. Tenho saudades desses tempos em que tinha tempo para estar sentada no sofá com ele ao colo durante horas a observá-lo, a pensar que era o bebé mais lindo do mundo, a ouvir Mozart, a dar mama sem nenhum problema, felizmente. Num desses dias, liguei a televisão e o Manuel Freire apareceu a cantar "eles não sabem que o sonho" e eu achei (e acho ainda) que era o universo a recompensar-nos. A intensidade da interpretação e eu ali, com um recém-nascido nos braços, foram mais do que suficientes para me agarrar ao meu filho e chorar como se não houvesse amanhã. Cada filho tem uma música e essa é a do Tiago, claro.
Os primeiros meses já lá vão mas estão guardados dentro de mim.
 Passados 12 anos, já muito dessa ligação mágica se perdeu. Ele cresceu e nem sempre concordo com.o que faz e diz, obviamente. Eu já lhe disse coisas menos boas que quebraram um pouco a relação perfeita dos primeiros meses de vida e sei de antemão que continuaremos num ou noutro momento a dizer coisas menos boas que nos afastarão milésimos de centímetros da relação que tecemos quando nasceu. No entanto, ontem, quando o abracei depois da meia-noite, já dia 2 de novembro, estava tudo intacto. O meu bebé já com corpo de adolescente ligado a mim como nos primeiros dias, numa relação mágica e intensa. Para sempre.
E o meu filho, como me disseram há dois anos, "está a crescer bem, pá ".

Comentários

Raquel Ribeiro disse…
Parabéns Tiago! e mãe!
Está a crescer bem, e a entrar numa fase terrível e difícil para nós mães, a adolescência! Eu ando cansadinha dos neurónios com o meu pré-adolescente!

beijokas!
Anónimo disse…
Um grande beijinho Tella. 12 anos pá, 12 anos!!!
Mariah