Revolução - por uma mercado de trabalho mais flexível
Cá estou eu, camaradas, a responder ao apelo lançado aqui.
Eu no meu trabalho.
Eu no meu trabalho.
Era uma vez uma rapariga que conseguiu subir à custa de muito trabalho e de muitas horas perdidas por lá. Em dois anos, conseguiu quase duplicar o seu salário e já tinha uns cargos de maior responsabilidade. E depois, estragou tudo, resolveu engravidar. De um momento para o outro, perdeu um terço do seu salário e foi encostada à box. Literalmente. Era ver os outros a trabalhar e eu, nada. Não me atribuíram nada.
Um ano e pouco depois, a rapariga resolveu engravidar outra vez. Ouviu coisas muito feias da entidade patronal, coisas como "isso é péssimo para nós, muito mau...". Voltou a ser encostada à box, com nova redução salarial. Ganhou juízo e ficou de baixa...
Hoje, ganho muito menos do que já ganhei em tempos mas trabalho das 10h00 às 16h00. É verdade que trago quase sempre muito trabalho para casa mas não me importo. Pedi para me reduzirem o meu horário e não entrar às 8h00 como outrora. Acederam. Será que tenho de dizer que são porreiros, pá?! Não sei...Perdi dinheiro mas ganhei tempo com os meus filhos. Acho que é uma melhor recompensa.
O meu ideal seria estar a 100% em casa com os meus filhos. Acho que os filhos têm de estar com os pais e não entregues a terceiros. Infelizmente, é uma coisa que não consigo pôr em prática. Acho que muitos problemas da nossa sociedade são o resultado da ausência dos pais na vida dos filhos... Aqueles depósitos de crianças são uma ***** (não sei como adjectivar) da vida moderna... Trabalho porque preciso de dinheiro. Não me realizo no trabalho. Nem sei muito bem o que isso significa!
Quando tenho os putos doentes e tenho de faltar, eles reviram os olhos;quando oiço histórias de mulheres que engravidam e são deslocadas para outros locais de trabalho a 60/80 km (e conheço tantas assim), quando se recusaram a dar-me redução de horário de amamentação, penso: não nos lixem, não nos quilhem, não nos fodam! Revolução de mentalidades, já!
Um ano e pouco depois, a rapariga resolveu engravidar outra vez. Ouviu coisas muito feias da entidade patronal, coisas como "isso é péssimo para nós, muito mau...". Voltou a ser encostada à box, com nova redução salarial. Ganhou juízo e ficou de baixa...
Hoje, ganho muito menos do que já ganhei em tempos mas trabalho das 10h00 às 16h00. É verdade que trago quase sempre muito trabalho para casa mas não me importo. Pedi para me reduzirem o meu horário e não entrar às 8h00 como outrora. Acederam. Será que tenho de dizer que são porreiros, pá?! Não sei...Perdi dinheiro mas ganhei tempo com os meus filhos. Acho que é uma melhor recompensa.
O meu ideal seria estar a 100% em casa com os meus filhos. Acho que os filhos têm de estar com os pais e não entregues a terceiros. Infelizmente, é uma coisa que não consigo pôr em prática. Acho que muitos problemas da nossa sociedade são o resultado da ausência dos pais na vida dos filhos... Aqueles depósitos de crianças são uma ***** (não sei como adjectivar) da vida moderna... Trabalho porque preciso de dinheiro. Não me realizo no trabalho. Nem sei muito bem o que isso significa!
Quando tenho os putos doentes e tenho de faltar, eles reviram os olhos;quando oiço histórias de mulheres que engravidam e são deslocadas para outros locais de trabalho a 60/80 km (e conheço tantas assim), quando se recusaram a dar-me redução de horário de amamentação, penso: não nos lixem, não nos quilhem, não nos fodam! Revolução de mentalidades, já!
Comentários
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Tella! Aplaudo-te. Não retiro nem acrescento nada do que disseste. Esta parte então, esmaga-me o peito. Pensas tanto como eu.
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Força...
Se custa estar longe? Muito! Se vim para enriquecer? Ui, nem que aqui estivesse a vida toda. Mas vim para poder ter qualidade de vida! Coisa que em Portugal não sabem o que é!
Bjinhos!
Quando engravidei trabalhava precariamente a recibos verdes, dava inglês nas actividades extra-curriculares do 1º ciclo do ensino básico (AEC). O que fazia estava longe de me realizar, quer economicamente (porque não recebia nada quando não havia aulas, porque não tinha direitos, porque tinha de pagar impostos e segurança social independentemente de receber ou não), quer pessoalmente, visto que me formei para ensinar ao 3º ciclo e secundário. Quis a sorte (?) que a primeira vez que fui colocada tivesse sido aos 3 meses de gestação a mais de 100 kms de casa com um horário de 8 horas. Consegui mais 6 horas à custa de ter escondido que estava grávida. Depois de 2 meses de luta consegui ser destacada para perto de casa. A Leonor nasceu e gozei a licença de maternidade até Setembro, quando fui novamente colocada, desta vez com 21 horas e a 115 kms de casa, sem possibilidade de me deslocar de transportes públicos. Pedi a redução de amamentação que me foi concedida com muita relutância e fui muito prejudicada por me fazer valer desse direito. Sofri muito, dos 1000 euros que ganhava por mês gastava 600 euros em viagens, já para não falar no desgaste do automóvel e do meu próprio desgaste, físico e emocional. Mas ficar longe da minha filha estava absolutamente fora de questão e quis usufruir das horas precisamente para passar o máximo tempo possível com ela. E consegui...
Este ano lectivo fiquei colocada mais perto, a cerca de 50kms de casa, mas com apenas 14 horas. Ganho cerca de 700 euros mensais e gasto cerca de 200 euros em transportes, mas tenho um dia livre e muito mais tempo para estar com a minha filha. Não procurei mais horas precisamente porque penso, tal como tu, que os filhos devem ser educados pelos pais e não por terceiros. Tenho a sorte de poder deixar a minha filha com os meus pais e sogros enquanto eu e o meu marido trabalhamos. No resto do tempo ela tem pais muito presentes.
Para o ano logo se verá, mas não tenciono concorrer para longe. É possível que seja prejudicada laboralmente por isso - menos horas equivalem a menos tempo de serviço, o que significa menos possibilidades de arranjar uma boa colocação... mas por ela, faço esse sacrifício! Tal como tu trabalho porque preciso de dinheiro... tenho prazer no que faço, mas sinto-me muito maltratada pelas instituições, que não protegem a maternidade nem a paternidade, que negligenciam as crianças, impedindo-as de passarem tempo de qualidade com os seus pais. Como professora vejo os dois lados da barricada: como mãe e como profissional. As escolas são cada vez mais um depósito de crianças e jovens, e muitos pais delegam a sua responsabilidade educativa nos professores e demais profissionais de educação. O que acontece é que não somos nós os principais agentes... esses devem ou deveriam ser os pais!
Mas a conversa vai longa e eu peço desculpa por este comentário tão extenso.
Felicidades e beijinhos*
Eu sinto o mesmo que tu.
Trabalho porque preciso de dinheiro. Dizem que o dinheiro não tras felicidade mas ajuda e sem ele não sabemos viver.
Perdi os melhores momentos do meu filho, os primeiros passos, a primeira palavra , e tantas outras coisas. Passo 8 horas do dia a trabalhar, saio cedo de casa(07:45h) e só chego por volta das 19 horas, é um dia inteiro longe dele, sei que esta com a avó, mas não é a mesma coisa ...
O pior é que há dias em que chegas a casa cansada do trabalho e as vezes até chateada porque o dia não correu bem e aí a atenção para ele já não vai ser a mesma ...
As mães deviam ter mais tempo para os filhos, a licença de maternidade devia ser de um ano, acompanhar o filho durante o primeiro ano de vida é muito importante quer para o filho quer para a mãe.
Bom fim de semana.
bjs
http://revolucionarparaflexibilizar.blogspot.com/2011/04/revolucao-por-uma-mercado-de-trabalho.html
Bom fim de semana, vai aparecendo, que vamos continuar a revolucionarmo-nos todas ! ;)
Beijocas Grandes
FELIZ DIA DA MÃE