Então, panicaste?
O pai cá de casa olhou para mim e sussurrou "não grites".
Fechei os olhos, agarrei na mão do Pedro que me disse baixinho "ah Tella, não paniques" e consegui controlar-me respirando como alguém que está a ter um ataque de asma, durante alguns minutos. Acalmei-me cada vez mais e fui sentindo-me relaxada.
Nunca saberei se a coisa correu bem porque 1) tinha uns pais de uns alunos atrás de mim e há toda uma postura a manter; 2) Nossa Senhora do Chilique intercedeu por mim, abençoada seja; 3) os calmantes deram-me uma agradável sensação, bastante parecida àquela que se tem quando se bebe 3 imperiais quase de seguida num dia de verão.
Os desígnios das crises de ansiedade são insondáveis.
[Entretanto o Pedro comunicou-nos, quase no embarque, que já não tinha medo de morrer porque não havia pessoas estranhas que iam controlar o avião...]
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