Acordei a pensar nele, naqueles primeiros dias e meses calmos (o meu Tiago só mamava e dormia) apesar dos sentimentos à flor da pele, da intensidade do amor e do medo que era ter um recém-nascido. Tenho saudades desses tempos em que tinha tempo para estar sentada no sofá com ele ao colo durante horas a observá-lo, a pensar que era o bebé mais lindo do mundo, a ouvir Mozart, a dar mama sem nenhum problema, felizmente. Num desses dias, liguei a televisão e o Manuel Freire apareceu a cantar "eles não sabem que o sonho" e eu achei (e acho ainda) que era o universo a recompensar-nos. A intensidade da interpretação e eu ali, com um recém-nascido nos braços, foram mais do que suficientes para me agarrar ao meu filho e chorar como se não houvesse amanhã. Cada filho tem uma música e essa é a do Tiago, claro. Os primeiros meses já lá vão mas estão guardados dentro de mim. Passados 12 anos, já muito dessa ligação mágica se perdeu. Ele cresceu e nem sempre concordo com.o que faz e diz, ...