Hoje, o meu filho mais velho faz seis anos. Seis. Passou tudo tão rápido. Ainda ontem cabia nos meus braços e agora... Agora está alto, giro, doce, meigo, amigo, com sentido de humor, divertido, interessado pelas coisas que o rodeiam, muito imaturo, ingénuo, teimoso, chorão e filhinho da mamã. Sabe também ser chato, reguila e embirrento. Diz coisas como "nunca me vou esquecer de ti" , "vou gostar de ti para sempre" ou "se não me deres brinquedos, não vou cuidar de ti quando fores velhinha". Agora está também um miúdo sensível que não quer ouvir histórias de meninos abandonados ou de crianças infelizes, que fica muito triste quando lemos a história do José Luís Peixoto - A Mãe que Chovia ou o Cão Rafeiro porque há pessoas que vivem na rua, como o cão. Agora é um menino que tem poucos amigos na escola, que fica perdido quando os amigos se vão embora mais cedo do que ele e que fica sozinho, sentado nas escadas à espera que eu o vá buscar ou...