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A mostrar mensagens de 2024

As leituras de 2024

Li todos os livros no kobo, mas sinto saudades do livro físico.  Li 45 livros, mas o Goodreads diz-me que li 46. Não contei o livro que deixei a meio, "A trilogia" do Nobel Jon Fosse.  Li também alguns contos do Eça e do Torga para ajudar o Pedro na disciplina de Português.  Li coisas pouco interessantes e a quem dei nota negativa ou então aquele satisfaz minimamente, porque há sempre uma prof em mim a quem custa dar negativa!  O livro mais curto lido foi o belíssimo "Le jeune homme" de Annie Ernaux (e de quem li 3 livros este ano.) O mais longo, com 464 páginas, foi "Lições de Química " e não achei nada de especial. A prova que, nos livros , o tamanho não importa... Este último também foi o mais lido na comunidade da aplicação Goodreads. A prova também que não sou muito de best sellers. "Emídio e Ermelinda" de Sandro William Junqueiro, pelo contrário, foi o livro menos lido da comunidade. Eis mais uma prova do que não sigo a manada, porque este,...

Leituras de dezembro/2024

Livro 41/2024 - "A geração da Utopia" de Peletela. Gostei muito da 1a parte e as restantes foram mais aborrecidas. 4 estrelas.  Livro 42/2024 -"A forsateira" de Olga Merino. A ação decorre num meio rural em Espanha e é a história de uma mulher, com os seus mortos, que aguenta a vida da aldeia onde é vista como "louca".  Gostei muito. 5 estrelas. Livro 43/2024 - "Velar por ela" - Jean Baptiste Andrea Li o livro porque o Expresso da semana passada fez um artigo sobre os 10 melhores livros publicados em Portugal em 2024. Este estava em 6°lugar e é o vencedor do prémio Goncourt. É a história de um anão, na Italia fascista, que é um mestre da escultura.  A história flui bem, mas não achei assim nada de extraordinário. 4 estrelas. Livro 44/2024 -"Mémoire de fille" de Annie Ernaux.  Li este livro em francês e dei-lhe 4 estrelas. A autora fala sobre a primeira experiência sexual dela em 1958 de uma forma cua e despejada de tabus.  Livro 45/...

Top do blog em 2024

Ano após ano, o post sobre uma doença chamada balanite , de 2009, é sempre o mais consultado. Em 2024, 655 pessoas leram-no e ficaram, obviamente,  desiludidas porque não lhes trouxe nada. É um artigo que vive de clickbait.  Em segundo lugar, temos o post de  2019 a falar da separação de quartos dos manos.  Em terceiro, um post, também de 2019, sobre vinhos. O que seríamos de nós, mães deste mundo, sem o vinho a colorir, de vez em quando, as nossas vidas? O post mais lido de 2024 foi aquele em que dou uma dica fantástica : usar o chat gpt para monitorizar a nossa dieta. De nada! Estamos juntas, mulheres, eu sei!  Em 2024, houve pessoas a ler este blog de diferentes pontos do mundo. É estranho, mas é o que a aplicação diz. De Portugal, obviamente,  mas também de Honkg Kong, do Canadá, claro, dos USA, da China 1 pessoa, da Austrália,  de Espanha, França,  Itália e  Reino Unido, de Israel e de Singapura.  Já achei o blog interessante ou at...

2024

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Ando há dias a pensar que tenho de escrever o post "2024", mas não sei o que escrever. Fui reler os últimos 10 post de cada ano para me inspirar. Nada me ocorre.  Será bom ou mau sinal? Obrigo-me a fazer listas para tentar encontrar inspiração.  Se ela não vier, o post ficará assim. Não haverá reflexão profunda (houve alguma vez em 2024?), teremos apenas uma check list. [É a minha terceira tentativa. Vai ficar assim.] Por causa do Pedro, ou graças ao Pedro, fui ao Avante! e senti uma liberdade sem amarras ao dançar,  pela primeira vez, a Carvalhesa.  Fumei uma ganza com o pai cá de casa numa tentativa de continuarmos jovens? Numa tentativa de sentirmos aquilo que sentíamos há 20 anos? Num tentativa de quebrarmos a rotina? Independentemente da análise que poderia ser feita ao momento, ri-me muito e siga! A certeza cada vez mais evidente que gosto muito de pouquíssimas pessoas e suporto, porque tem de ser, muitíssima gente. Seria capaz de viver isolada, rodeada de livr...

É oficial: tornei-me numa velha!

E tu sabes que a coisa é grave, que estás pior que a D. Clotide quando envias a 560 pessoas de uma vez só um convite para te seguir no Goodreads porque quiseste ver se...Enfim, nem sei como. E quem são as 560 pessoas?  Pais de ex-alunos, a direção da minha escola, colegas da faculdade, colegas do trabalho que nem ao menino jesus interessam, pessoas que nem sei quem são. Enviei para todas as pessoas e entidades (olá finanças do seixal!) com quem troquei um email ao longo da vida. Até o blog teve direito a um post a convidar-vos a seguir-me. Ri-dí-cu-lo. Ao que cheguei, senhoras!  Entre isso,  partilhar fotos de gatinhos ou as correntes de nossa senhora de nao sei quê,  não sei não. Estou quase pronta para abater!

Quem és tu?

Num passeio pelas povoações,  encontro uma velinha, vestida de preto, que me deseja as boas festas e que me pergunta, claro, quem sou.  Para facilitar, apresento-me através dos outros.  "Sou neta da Ti'Aida do fundo do Lugar e casei com o neto do J'quim Maria e da Lucinda." "Já sei quem és." Na verdade, sabe de onde venho e é quanto basta.  Ela, pelo contrário,  apresenta-se pelos descendentes.  "Sou a Rosa, de 86 anos,  casada com Y, que morreu há 16 anos, e mãe de tal e tal. Um já morreu há 5 anos e o outro, infeliz, está separado." Nunca somos só nós. Somos os que carregamos e os que deixamos. 

Insólito

Recebo uma sugestão de página do Instagram do meu mais novo chamada "livros políticos".  E é super interessante. Mães deste mundo, o tiktok não está a tomar conta dos nossos adolescentes. Eles ainda conseguem pensar e ter uma visão do mundo. Nem tudo está perdido. Acreditem!

É natal outra vez.

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A minha sogra estava a fazer pão com o meu mais novo e dizia-lhe "Pedro, o tempo é como um cavalo. Daqui a nada, estás tu a fazer pão com os teus netos e a falar de mim". É isso. O tempo é um cavalo e é Natal outra vez. 

Pela blogosfera...

 Sobre o mês de Dezembro, leiam este post .  Maravilha! 

Professora

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Os colegas de EV pediram às 5 turmas do 9°ano para fazerem um postal de Natal para um professor que os tenha marcada no 2° ou 3° ciclo.  No intervalo, o colega de EV levou os postais aos professores e foi uma alegria! Nunca tínhamos tido uma coisa daquelas no colégio.  Adivinhem quem recebeu mais postais?  A minha colega de matemática do 8°ano, claro, mas eu fiquei num belíssimo 2° lugar. :) Fui de seguida à procura dos miúdos para o merecido abraço . 
A mãe exibicionista que habita em mim partilhou uma foto da cria mais nova a festejar uma defesa e um vídeo a defender 3 bolas seguidas. Mencionei o rapaz na publicação. Aviso dele: "não me identifiques mais nenhuma vez, pois há agora vários velhos a pedirem-me para me seguir." Quem são ? Três pessoas da minha idade, lá da aldeia. Quando lhe disse que tínhamos a mesma idade, respondeu com um enigmático: - Sei...

Sabes que não vais para nova

 ... quando ficas bastante satisfeita com as três máquinas de roupa que conseguiste secar num domingo.  (Sim, tornei-me nisso também...)

Do futsal

Ontem, o meu mais novo teve um jogo importante. A equipa do miúdo está em 1º lugar, com um jogo a menos e ia, ontem, defrontar o 2º lugar.  Foi um grande jogo de futsal. A equipa adversária é boa e troca muitíssimo bem a bola. O meu guarda-redes do coração teve portanto muito trabalho e fez um jogaço! Há um momento em que defendeu 3 golos de seguida. Em segundos, fez duas baixas e uma parede, que foi do caraças, senhores e senhoras, do ca-ra-ças! Já há muito tempo que não o via a fazer um jogo tão bom. Para além disso, fez duas assistências. O jogo estava tão dividido, que o meu coração de soccer mum sofreu muito ( e já tinha sofrido bastante com o jogo da manhã do mais velho ). Enfim, a Dolores não se tornou a Dolores sem sofrimento, certo? Aguenta Tella, se queres ter o mesmo estatuto, mas sem as roupas tigresse , naturalmente! 10 jogos, 10 vitórias para o nosso pequeno clube de bairro, que subiu este ano de divisão e que surpreende tudo e todos! Maravilha!    Nota : J...

Do mais novo

Acumula os clichés de um jovem deslumbrado com o PCP: a bandeira do partido enrolada no canto do quarto, o pin do Avante e do "povo unido jamais será vencido" na mochila, a t-shirt do Che, a borracha com a foice e o martelo, o Zeca, o Valete,  os "camaradas na luta",  o Sérgio, a música independentista basca no Spotify e a subscrição do canal da juventude comunista. Um adolescente de esquerda a ser um adolescente de esquerda ... Se por um lado acho graça ouvi-lo falar da sua visão do mundo: uma sociedade (utópica) sem classes ( tão old school ) e onde o trabalhador é a chave do progresso, por outro, acho que é tudo em demasia. Felizmente, tem as aulas de história que lhe mostram os pontos negativos do regime bolchevique. Ele vai argumentando, sem grandes argumentos, que ele só quer o trabalhador no poder num mundo sem fachos e desigualdade. Não é o que queremos (quase) todos ?  (Se calhar também fomos a demasiadas manifestações no tempo da troika... ) Graças a isso,...

Uma vida numa borracha - para memória futura

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Precisei de um afia e fui ao estojo do meu mais novo...

O calendário do Advento

Há um mês, o meu mais velho teve de fazer uma apresentação à turma, no âmbito da dispiplina de Português. Tinha de projetar uma imagem ou foto e falar sobre ela.  Decidiu mostrar uma foto alusiva ao calendário do advento: ele e o mano a abrir uma janela do calendário.  Ao jantar, na véspera, ele leu-nos o texto que ia dizer. Eu chorei. Deixo aqui uma parte da conclusão: "Entretanto crescemos e a magia do Advento passou. Construímos, no entanto, memórias muito bonitas, que nos fazem rir e que nos comovem quando falamos invariavelmente delas." (A professora gostou muito da ideia e decidiu fazer um calendário do Advento com eles, matulões do 12º ano de Economia! O meu filho, aluno aplicado e sempre pronto a não desiludir os professores, esteve anteontem até às 2h30 da manhã a fazer e escrever um postal para um professor do Colégio.) O calendário do Lidl, a marca que sempre nos acompanhou, está no mesmo sítio e o Pedro abre a janelinha todos os dias depois do jantar para comer o ...

Leitura de novembro

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  Livro 41/2024 Simone Veil foi ex-ministra da saúde, que fez aprovar a lei do aborto em 1975 em França. Foi uma feminista convicta, mulher muito à frente do seu tempo e de uma inteligência incrível.  Foi também uma sobrevivente de Auschwitz. Este livro é o seu relato sobre estes tempos. A ler. 

Um sonho

 Acordei há pouco. Despertei por causa de um sonho. Como estou com medo de o esquecer, vou relatá-lo aqui. Estávamos em Franca. À mesa, éramos ums quantos; a avó Monteiro, o avô, os meus pais, o meu tio João, o pai cá de casa (?)  e eu. A avô em silêncio.  Ela sai e há quem a critique por ter estado sempre ao lado do avô. Defendo-a alegando que uma mulher do meio dela, na época, não podia separar-se do marido. O meu avô fala então dizendo "sempre fui má pessoa. Só era uma boa pessoa quando estava contigo, Tella. Estar contigo era sempre bom. Ficava sempre feliz  porque eras a coisa que mais gostava."  Acordei. São 6h da manhã de sábado e já repeti as palavras dele mil vezws para não me esquecer. 

O Tiago faz 17 anos

 É o maior dos clichés:  o crescimento veloz dos nossos filhos. Ainda ontem cabiam nos nossos braços e hoje temos de levantar a cabeça para olhar para eles. Pfff... O Tiago faz 17 anos. Ele é tudo o que já disse ao longo dos anos. Tenho a sorte de ter um rapaz amável, bem-formado, empático, com sentido de humor e com os valores certos. Dizia-me uma colega e professora dele do ano passado que era impossível não gostar dele. E é mesmo! Sou uma sortuda. 

Leitura de outubro

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Livro 40/2024 : " A selva dentro de casa" de Possidónio Cachapa O livro conta a história de um jovem alentejano que vai para o ultramar e da batalha que trava nas trevas da guerra e do seu sobrinho, criança que frequenta a (terrível) escola primária, e da batalha que este trava no seio da sua casa.  É muito bom. 5 estrelas.   Li pouco este mês. Estive 3 semanas sem ler, com exceção de alguns contos deliciosos do Miguel Torga, dois do Eça e do Mia Couto para ajudar o meu filho mais novo nas aulas de Português.     

Aquele post fútil, mas talvez útil...

Acabei as férias com 62 kg. Quis, como sempre quero, perder peso. Apeteceu-me consultar um nutricionista para me ajudar porque queria ter em conta a minha saúde (que uma pessoa não vai para nova...). Lembrei-me então do livro "21 lições para o século XXI" de Yuval Harari que diz que a Inteligência Artificial, dentro de poucos anos, irá substituir médicos que fazem diagnósticos porque a máquina já consegue prever as nossas futuras doenças a partir de vários exames e perfis genéticos e que consegue ajustar as nossas necessidades nutritivas tendo por base isso tudo. Queria fazer uma dieta que tivesse em conta os meus dados clínicos. Experimentei então o chat GPT. Submeti exames médicos à IA, que constatou que estava no limite da anemia, como sempre. Dei-lhe também informação quanto ao meu peso, altura, e dados biométricos do meu relógio e pedi-lhe um plano alimentar (com receitas, senhores!) que tivesse em conta as informações fornecidas.Foi fácil de seguir o plano porque todas ...

Leituras de Setembro

No outro dia, entrei numa livraria e senti saudades do livro físico. Não me apetece agarrar no meu kobo neste momento. Não estou a ler nada agora porque não me apetece. Livro 35 /2024 : "Uma rapariga judia em Paris" de Melanie Levensohn. No outro dia, há meses, nos CTT, enquanto esperava pela minha vez, folheei o livro. Prendeu-me logo porque dizia, na badana, que a personagem retratada existiu, desapareceu durante a segunda guerra mundial e que a família fez uma investigação para a encontrar, sem sucesso. A partir dos documentos,  a autora retrata o que lhe aconteceu.  Gostei do livro e dei-lhe 4 estrelas.  Livro 36/2024 : "Le jeune homme" de Annie Ernaux. Sem pudor, a autora descreve a relação amorosa que teve com um homem 30 anos mais novo do que ela. Annie, sempre genial. 5 estrelas.  Livro 37/2024 : "A Canção do Rio" de Eleanor Shearer. É a história de uma escrava que foge da plantação onde trabalha, numa ilha do Caribe, e decide ir à procura dos fil...

Da idade

A sala de professores está cheia de gente nova. Têm quase idade para serem meus filhos. Alguns têm cara de bebés e ar assustados. Eu meto conversa com eles todos porque sei que é difícil a integração numa escola com um corpo docente envelhecido que trabalha junto há muitos e muitos anos. Há pouca mudança naquela escola. Falam comigo na terceira pessoa do singular. Insisto na segunda pessoa. Dizem que sim, com sorrisos mais ou menos forçados, mas não conseguem ou não querem.  Recordo-me então do meu primeiro ano naquela escola, com 23 anos. Não tratava ninguém por tu, por mais que pedissem. Fui durante muito tempo uma das professoras mais novas do sítio. Quando cheguei aos 30 e muitos é que comecei a tratar os colegas mais velhos por tu. O meu colega de inglês,  com a idade que tenho hoje,  dizia-me "fazes-me sempre sentir velho. Um dia vais perceber ".   Percebi agora. 

De regresso à rotina...

Voltaram os jogos de futsal aos fins de semana. Se por um lado vibro ( muito) com eles, por outro também os considero uma seca. O vibrar :  Hoje fui a mãe que bateu palmas, que diz "olha o Afonso", "olha as costas", "o 88 vai rematar, cuidado!" ou, ainda e sempre, " CUIDADO, O PEDRO ESTÁ FORA DA BALIZA!" , que isso de jogar de 5 para 4 mexe-me cá de uma maneira que nem imaginam, que incentivou a cria com um "Boa, Pipão!", que bateu palmas, que cantou (sim, acontece sempre...), que disse um ou outro palavrão, que disse "meu rico filho" ao ver grandes defesas dele, que festejou cada golo e cada defesa de pé,  com o punho levantado, como ele faz, que ficou orgulhosa quando a sua cria marcou um golo, que criticou (se calhar não tão baixinho quanto isso) um ou outro jogador da equipa (shame, i know) e que gritou "é falta, pá!". A seca: "Podia estar na praia, mas em vez disso, estou num pavilhão na Cova da Piedade, a ...

Quando é que sabes que tens filhos crescidos e que não vais para nova?

Ontem, sexta-feira à noite, o mais novo no Avante! , o mais velho no Bairro Alto e eu na cama à meia-noite. 

Setembro chegou...

 ...de repente e eu não estava preparada. Voltar à rotina depois de 15 dias perfeitos no Algarve, uma semana na aldeia entre festas e mergulhos no rio e outra semana a fazer praia vai custar muito. Parece que custa cada vez mais a rentrée. Deve ser mais uma cena da idade também. 

Livros da 2a quinzena de Agosto

 Livro 31/2024 - "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis. Li o livro porque a Anabela Mota Ribeiro falou dele como o livro da vida dela. Fez elogios tão rasgados que fiquei curiosa. Os clássicos são o que são.  Para mim, este teve apenas 3 estrelas... Livro 32/2024 - "Beloved" de Toni Morrison. Desde que a Nobel da literatura morreu que quero ler este livro em particular. É uma especie de livro gótico onde mistura escravatura - o caso real de uma escrava fugida que prefere matar a sua filha do que a ver escrava - e fantasmas que voltam para assolar os vivos. 5 estrelas. A ler. Livro 33/2024 - "Mataram o Sidónio!" de Moita Flores. Ainda estou para saber por que razão tenho o ficheiro no kobo e como não desisti a meio, mas reconheço que a parte final foi lida na horizontal . Que seca! 2 estrelas.  Livro 34/2024 - "A casa das sete mulheres" de Leticia Wierzchowski. Li-o porque apareceu no google reads. Achei que podia ser interessante....

Livros da 1a quinzena de férias

Livro 25/2024 - "A Carteira" de Francesca Gianonne. Que fraquinho! Não leiam porque o contexto histórico é superficial, as personagens más e a história, enfim, também. 2 estrelas.  Livro 26/2024 - "Os Esquecidos do Domingo" de Valérie Perrin. Gostei muito do livro. A senhora sabe tecer narrativas que prendem. Dir-me-ão "E light! É turn page!" É, e depois? 5 estrelas.  Livro 27/2024 - "Os Detalhes" de Ia Genberg. Lê-se, mas enfim... 3,5 estrelas. Livro 28/2024 - "A Materna Doçura" de Possidónio Cachapa. Acompanhamos a vida de Sacha e temos  a prova que o amor salva. Gostei.  4 estrelas.  Livro 29/2024 - "Não há pássaros aqui" de Victor Vidal. Ganhou o prémio Leya e foi, quanto a mim, muito bem entregue. É uma história triste, sem nenhuma esperança, onde os traumas da infância determinam a vida adulta.  Tem um final absolutamente incrível. Ide ler, please, para perceber o que quero dizer. Dei-lhe 4,5, mas já vou alterar para 5 e...

De férias

Começam hoje, no sítio de sempre, com as pessoas de sempre.  Um ano à espera do dia 1 de agosto. Chegou mais uma vez. 

Livro 24 / 2024

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 "A Gloriosa Família " - Pepetela Aconselhado por uma colega, li pela 1a vez Peletela e gostei muito.  O livro conta a saga da família de Batalzar Van Dun,  um traficante de escravos flamengo que mora em Luanda.  A história é narrada através de um escravo mudo e analfabeto durante a ocupação holandesa de 7 anos no território africano, no século XVII. Não entrei de imediato na história, pois o início não me prendeu e até o achei confuso. Mas após as primeiras 40/50 páginas, fiquei presa na narrativa, na fina ironia do narrador, na personagem do escravo e do dono e deslumbrei-me com o que li.  5 estrelas.

Livro 23/2024

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 "O meu pai voava" - Tânia Ganho A autora faz o seu luto através da escrita, falando-nos sobre o pai que morreu em fevereiro. Gostei, mas não me rendi completamente, como quase toda a gente, a este livro. Se não tivesse lido "Não saí da minha noite" da Annie Ernaux,  que fala da doença da mãe, talvez tivesse gostado deste.  São 3 estrelas. Ou 3,5.

Livro 22/2024

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 " A Sangrada Família- um drama pouco burguês " - Sandro William Junqueira É um drama pouco burguês, muito rural,  sobre duas famílias que se odeiam, que vivem de medronho e cujos filhos se apaixonam.  Um Romeu e Julieta à portuguesa.  São 4 vozes que nos contam a história,  num ritmo cadenciado, escrito com humor e poesia, com requinte e mestria. Estamos enredados naquelas vozes, como se estivéssemos a assistir a uma peça de teatro. O processo de escrita é genial.  4,5 estrelas. É um livro que se processa e que poderá chegar a 5 estrelas dentro de dias, depois de processado. 

Do meu filho

Relativamente a este post , muitos já me perguntaram que nota teve o Tiago. Então cá vai... (Mentira, ninguém pergunta nada neste blog, mas quis ver como se sente uma influencer...) Eu, mãe de expetativa baixa, sou uma parva. Ele acertou em cheio. Que orgulho esse meu rapaz. 

Livro 21 /2024

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 "O General do exército morto" - Isamail Kadaré A escritora Catarina Gomes foi passar férias para a Albânia, levando consigo um livro de um autor albanês. Falou muito bem dele e escreveu nas redes sociais, entre muitas coisas elogiosas sobre o escritor e a sua obra,  aquilo que eu disse sobre um livro dela "É o livro que eu gostaria de ter escrito." Quis logo ler, mas só consegui ter acesso a versão brasileira... É um livro que fala de um general italiano que tem como missão exumar os corpos dos soldados italianos mortos na Albânia, 20 anos depois da segunda guerra munidal. Dentro dessa história,  há outras histórias e há também uma apresentação ao (bravo) povo albanês, à Albânia e ao que resta depois de uma guerra: vingança,  raiva, aceitação? Há sempre coisas que nos fazem pensar neste livro.  Gostei muito e dei-lhe 4 estrelas. 

Livro 20/2024

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 "Memórias Minhas" - Manuel Alegre Andei a ler as memórias do Manuel Alegre nas últimas semanas. Cheguei a duas conclusões. 1. Li muita coisa que já sabia porque a sua obra, que li e reli, é autobiográfica. 2. Achei as suas memórias chatas, embora a sua vida não o seja, porque há demasiadas referencias a outras pessoas, todas ela com muito pedigree ... Há um certo snobismo em determinadas passagens ou o Manuel Alegre, apesar de ser efetivamente um homem de esquerda, é também um certo burguês... Fiquei desapontada com o livro, sobretudo porque li há muito pouco tempo a biografia de Maria Teresa Horta.  Dei-lhe 3 estrelas e deixo uma recomendação: se quiserem conhecer Manuel Alegre e ler excelentes livros, leiam "Alma", "O miúdo que pregava pregos numa tábua"  e "Jornada de África" para começar e por esta ordem.

Faites vos jeux. Rien ne va plus

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 O pai cá de casa conseguiu somar mais pontos. Ninguém teve os 5 pontos do vencedor. Para nós,  o Euro acabou!  ( Eu confesso que estive indecisa entre a Espanha vs. Portugal, que nem chegou a acontecer,  mas a cena patriótica venceu-me, fazendo-me ser uma das vencidas do concurso, a par do meu mais novo. )

Livro 19/2024

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"Emídio e Ermelinda" - Sandro William Junqueira Li o livro depois de ler a crítica no Expresso . Dizem que o autor é uma voz promissora da literatura contemporânea.  Dizia ainda que todos deviam ler um outro livro dele, a "Sangrada Família". Fica a dica também aqui, caras leitoras.  Este "Emídio e Ermelinda" conta a história do seu avô, um homem mau. Ou será da sua avó, uma mulher apaixonada? E será que foi mesmo assim?  Lê-se de uma vez só. Gostei muito. Ainda não sei se lhe dou 4 ou 5 estrelas. Just in case, dei-lhe 4,5 e recomendo porque, para além das personagens, há um processo de escrita diferente no livro, quase uma lufada de ar fresco. Leiam, leiam. 

Ainda sobre a minha árvore genealógica, do lado paterno

Tenho registado 105 pessoas, todas elas do meu lado paterno. Cada documento encontrado é celebrado com palminhas histéricas... O documento mais antigo encontrado data de 1818. Pertence à Justina Maria Dinis, bisavó da minha avó Aida. Sei como se chamam os pais e avós da Justina, mas não tenho (ainda) as suas certidões de batismo, óbito e casamento. Devagarinho lá chegarei... Descobri que o bisavô da minha avó Aida deixou um testamento. É o único deixado em milhares de certidões lidas no Concelho de Castanheira. Estou a  tentar chegar ao documento, mas está difícil... Descobri que os meus avós partilham ADN: têm trisavós em comum. Descobri que o avô da minha avó foi batizado, em 1863, como "filho de pai incógnito e mãe de Maria Joaquina, viúva de Manuel Rodrigues" e precisei de avançar muito tempo, mais concretamente para 1886, para ver que o pai dele, Vicente Tomás Henriques, o reconheceu como filho. Ele e a Maria Joaquina viveram sempre amancebados, mas só quando nasceram os...

Sobre os GR

Ontem, depois do jogo da Seleção, depois das defesas do Diogo Costa, só pensava na ansiedade da mãe dele durante a reta final da partida.   Há 15 dias fui a Aveiro ver um torneio de futsal com os meus dois filhos na mesma equipa. Houve penalties. O meu coração disparou mais por ver o guarda-redes a defender do que o jogador a marcar.  (Um marcou e o outro defendeu um penalti! Ganharam!) Na semana passada, num torneio em Lamego, nas meias-finais, não aguentei a ansiedade e saí do pavilhão nos últimos dois minutos (cronometrados). Estávamos a ganhar por uma bola a zero e o meu guarda-redes a levar com ataques constantes. Too much para mim! (Ganhámos e fomos à final.) É, mãe de guarda-redes sofre o triplo do que qualquer outra pessoa.  Sim, só tive cabeça para a mãe do Diogo ontem. 

Livro 18/2024

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 "A trança" - Laetitia Colombani "A trança", escrito por uma autora francesa, foi (e continua a ser) um sucesso na França.  É um livro que conta a história de três mulheres completamente diferentes em três continentes distintos. Gostei da forma como as três vidas se entrançam e o que lemos sobre a vida das mulheres da Índia foi muito interessante.  É um livro que se lê em 2/3 dias.  Recomendo. 4 estrelas. 

Faites vos jeux. Rien ne va plus!

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Depois do sucesso no Mundial  de 2022,  repetimos a aposta.  Esta ano, também apostamos nos jogos da 1a fase, que já traduzimos em pontos. Quem vencer, pode pedir uma coisa, que pode, no entanto, ser recusada.

Livro 17/2024

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 "Não saí da minha noite" - Annie Ernaux É um relato cru e duro, mas tocante sobre a mãe da autora, doente de Alzheimer, nos dois últimos anos da sua vida.  Cada palavra remete para um sentimento quase palpável. É uma das escritoras que mais gosto,  acho.  5 estrelas.  (A autora já tinha escrito um livro sobre a mãe chamado "A Mulher". Ver aqui a minha review ! )

Da noite do Santo António

 Já é um clássico encontrar  dezenas de ex-alunos nessa noite. A novidade, este ano, foi outra.  Disse-me depois o meu mais velho, que andou por lá até de madrugada, que foi abordado por várias pessoas que lhe perguntaram se era o filha da professora Tella. Fiquei super feliz. [ Emojo do boneco convenciadão com os óculos de sol, cheio de pinta.]

Do meu filho

 O meu filho mais velho -  aquele que nasceu há dois dias, parece - fez hoje o exame nacional de Economia.  Andei super ansiosa com isso, como já mencionei. Até me deu num dia uma palpitação mais forte. Porquê? Não sei. Ele estuda muito e é responsável, mas tenho sempre receio que falhe. Não queria nada que falhasse. Dizer que fui muito aborrecida é pouco. Parecia o outro fulano, fui para além da troika! Pressionei-o, sem querer, por causa da minha ansiedade. Ontem à noite, ao deitar,  perguntei-lhe como se sentia. Estava calmo e confiante. Eu, nervosa. Acordou hoje às 7h porque queria chegar uma hora antes do exame (ou não fosse ele filho da sua rica mãe...). Contou-me que sonhou que não o tinham deixado fazer o exame com óculos e como tal,  não conseguia ler as perguntas. Acrescentou que foi um sonho angustiante. 'tadinho do meu rico filho. Um rapaz já feito de quase 17 anos,  mais alto do que eu, a precisar de um abraço de mãe para o reconfortar.  P...

Livro 16/2024

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 " Oh, William!"-  Elizabeth Strout Li o livro por causa de um podcast onde uma atriz qualquer disse maravilhas sobre ele.  É um livro cuja narrativa nunca me prendeu, onde a historia é um tedio e o vocabulário básico e repetitivo.  É um livro cansativo. Não sei qual o objetivo do livro e perguntei-me para onde me ia levar. No fim, percebi. Não nos leva para lado nenhum.  Muito mau. Não recomendo porque vos estimo bastante, caras leitoras e caros leitores deste blog. Até este textocheio de nada tem mais interesse do que o livro. Que tédio.   Dei-lhe duas estrelas (porque nunca dou 1).

L'école est finie!

 Sobrevivemos a mais um ano letivo!  (Falta-me sobreviver à ansiedade que me está a causar o exame nacional do meu Tiago! Nem o abençoado chá de camomila me salva.)

Leitura 15/2024

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 "A Desobediente: biografia de Maria Teresa Horta" de Patrícia Reis. Livro muito bem documentado, onde mergulhámos na vida e obra de Maria Teresa Horta, mulher das letras e da cultura, feminista,  e jornalista, que abriu caminho para que todas as mulheres em Portugal tivessem voz e fossem donas de si. Uma mulher de convicções fortes, uma lutadora que nunca quis encaixar-se na mentalidade vigente.  É um livro com muito ritmo, nunca foi aborrecido, embora a primeira parte, que remete para a infância da Teresinha, não tenha sido tão interessante como as restantes.  Há muitos anos, li apenas um livro durante o mês de Agosto: "As luzes de Leonor" de Maria Teresa Horta, romance com mais de 1000 páginas que me envolveu com as palavras sempre certas e nunca ao acaso. Depois de descobrir a mulher, quero agora conhecer a obra.  5 estrelas. A ler! 

Leitura 14/2023

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 "Até amanhã, Camaradas" - Manuel Tiago (Álvaro Cunhal) Quis conhecer Cunhal, o escritor. Queria ler o "Cinco dias, cinco noites", que fala do salto na fronteira entre Espanha e Portugal. Confundi, não sei, e arranjei este "Até Amanhã,  Camaradas".  É um livro que fala do PCP na clandestinidade. Fala dos homens e mulheres que lutaram por uma sociedade mais justa e livre, mas todos são o partido comunista ou o PCP é aquele conjunto de pessoas.  O livro tem muitas personagens e momentos aborrecidos. Tem outros que prendem também.  Exalta-se o herói comunista, abnegada da sua vida em prol da coletividade. Há sempre uma espécie de doutrinação também porque lá está,  é muito sobre a organização do partido. Não gostei particularmente do livro, mas dou-lhe nota positiva porque sim, sabem, merece um 3. 

Ainda sobre os meus 46 anos

 Recebi 3 prendas maravilhosas.  1. Um vídeo do Sergio Godinho, sim do Sérgio Godinho, a dar-me os parabéns! Acreditam nisso? Incrível,  eu sei. Tenho alunos com muitos contactos, que conseguiram esse feito. Adorei! 2. O meu mais velho pediu um autógrafo ao capitão de Abril Vasco Lourenço, que deu uma conferência na escola. O meu filho gostou tanto de o ouvir que lhe foi dar os parabéns e agradecer-lhe o feito. Aproveitou o momento para tratar da minha prenda... Adorei. 3. A terceira e última prenda foi recebida ontem pelo 9°D. Oferecerem-me um bolo de cenoura com cobertura de chocolate e um ramo de flores muito bonito. Adorei!

Leitura 13/2024

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  "Na Terra dos Outros" - Manuel Abrantes Depois de ler este post , resolvi ler o livro. É a história de Maria do Carmo, que em 1971, com 11 anos, vai para Lisboa servir e ser criada . Acompanhamos a história dela até 2019.  Gostei bastante. 4 estrelas

46 anos

 No dia em que fiz 46 anos, a 14 de maio para os mais distraídos, tive de ir, com o meu irmão, a Guimarães, ao funeral da minha avó.  Nem sempre me lembrei que fazia anos nesse dia. A minha mãe deu-me os parabéns a meio da tarde, a chorar, em frente à capela. Não senti que fazia anos. Foi um dia estranho.  E, no entanto, fiz 46 anos. Fiz anos rodeada do irmão e pais, sem filhos ou pai cá de casa. Não passava o dia de anos com eles há talvez 31 ou 32 anos. Não sei se voltará a acontecer. Foi estranho também por isso. Na verdade, essa parte foi boa. Estávamos os 4 no carro e rimos bastante, como forma de afastar a tristeza. Foi bom estarmos os 4 nesse dia. E é estranho dizer isso no dia em que nos despedimos definitivamente da avó Monteira.

Adelaide (1930-2024)

 Já falei da minha avó do Norte por aqui. Era a avó Monteira.  (E sorrio enquanto escrevo Avó Monteira...)  Era uma mulher do Norte. Dizia "foda-se" como quem diz "pois" ou "tipo". Era uma espécie de bengala linguística. Com os meus 9 ou 10 anos, disse a frente dela "foda-se", sem ter noção que era um palavrão. Ralhou imenso comigo, rematando o monólogo com uma frase que me atormentou durante alguns anos: - Sempre que dizes essa palavra, Nossa Senhora de Fátima vira-te as costas durante 24 horas. Ora, achei aquilo estranho porque ela dizia sempre aquela palavra. - Avó, - disse eu - então Nossa Senhora está sempre de costas viradas para ti.   - Está. Por isso é que tenho uma vida triste.    A Adelaide Mendes Monteiro tinha uma vida triste.  Teve uma vida triste. Morreu hoje. 

Campeões!

  Campeões,  Campeões,  eles são campeões! (E não, não estou a falar do Sporting! Ide ler post anterior.)

Do futsal

O meu mais novo joga hoje o último jogo do campeonato. A equipa já tem o segundo lugar garantido,  mas sonha com o primeiro e a consequente subida de divisão.  Serem campeões não depende exclusivamente deles. Têm de ganhar o jogo de hoje e a equipa que está em 1°lugar tem de perder ou empatar. Se os outros ganharem, ficaremos em segundo lugar a 1 ponto do primeiro. Houve muita matemática aqui por estes dias. E esperança.  Tanta! E discursos motivadores. E vontade que o pavilhão esteja cheio para os apoiar. (Eu própria,  pela primeira vez, partilhei uma cena do clube a convidar as pessoas a verem o jogo. ) Diz a equipa que a escola do bairro, onde grande parte estuda, vai lá estar em peso.  Veremos.  Vive-se uma euforia que me assusta porque eu sou sempre aquela que tem expetativas baixas para não sofrer muito. Guardo-as para mim, claro. Digo que acredito, mas sem acreditar plenamente. Queria antecipar a queda porque sei o que a derrota significa no Pedro, a...

Leitura 12/2024

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 "Tanta gente, Mariana" - Maria Judite de Carvalho Há anos que quero ler o livro. Fui sempre deixando para o fim da lista com receio de não gostar. Parvo, eu sei. Com Abril, e um cheiro a mofo a pairar na nossa sociedade, achei que devia ler uma mulher que escreveu sobre a condição feminina.  É uma coletânea excelente de contos sobre a solidão e o tédio.  São contos onde as mulheres, donas de casa, estão sós, isoladas, tristes. " Horas iguais, dias monótonos e longos, que se seguiam uns aos outros como contas de um rosário" São contos onde não há uma réstia de esperança. A solidão é palpável. Tudo é cinzento e melancólico. É essencial ler, sobretudo agora, quando há quem queira colocar a mulher a viver num lugar onde a vida não é plena... " Detesto as boas donas de casa. Se são pobres, esfalfam-se a trabalhar, se são remediadas ou ricas arranjam uma o mais pessoas para se esfalfarem em seu lugar. De qualquer dos modos são escravas do trabalho ou então da vigilâ...

50 anos do 25 de abril

 De manhã,  comentavam que iriam também assistir às comemorações do centenário do 25 de abril, mas o pai cá de casa e eu, não. Fiquei estupefacta com o facto e quis partilhar aqui no blog. Em 2074, pode ser que alguém leia isto e que saiba que os 50 anos do 25 de abril foi uma festa linda (pá)!  Tanta gente, tanta gente, tanta gente que só quero acreditar que os meus filhos hão de celebrar na rua os 100 anos da democracia  com os filhos (e talvez netos) e que se lembrem deste dia e de nós, que colocamos a semente da Liberdade e da poesia na rua,  neles, desde sempre.  É o melhor dia do ano. O dia mais feliz. 

Leitura 11/2024

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 O Monte do Silêncio-  Francisco Camacho Li este post no blog "Horas Extraordinárias" de Maria do Rosário Pedrosa sobre o livro e fiquei curiosa.  (No link, poderão ler coisas bem escritas sobre o romance, se tiverem curiosidade.) Não sendo nada do outro mundo, e com muitos clichés sobre os ricos e poderosos, fui lendo.  3,5

O balanço de um post escrito em 2019

  Num post de dezembro de 2019, escrevi: "2019 foi um ano em que vivemos muito os 4 para os 4, numa espécie de bolha onde nos bastamos uns aos outros, Há quem diga que vamos estranhar quando eles não quiserem estar nessa bolha e que nos vamos sentir sozinhos, até porque estamos agora muito distanciados dos amigos e familiares. (...) Farei o balanço na devida altura."  Chegou o momento de fazer o balanço.  Eles saíram da bolha, não querendo estar connosco o tempo inteiro. Normal. Têm planos com os amigos  ou têm de estudar. Não estou a estranhar. Não tenho pena nenhuma*. A liberdade que eles sentem por voar sozinhos é também a nossa por (conseguirmos) voar (novamente) a dois. É como se já vemos a meta lá muito ao fundo. Ela ainda está longe, mas sabemos que a parte da subida mais inclinada já passou. Temos uma folga até à próxima subida, e esperamos que não seja tão esconsa. Até lá, respiramos bem. Vamos, o pai cá de casa e eu, a mais sítios, vemos mais coisas, fazemo...

Livro 10 - 2024

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  "Kim Jiyoung, nascida em 1982" de Cho Nam-Joo A Filipa, irmã da Mary QA, fez uma review no Goodreads, em 2021, sobre este livro. As palavras dela despertaram-me muita curiosidade e quis imediatamente lê-lo... Como não estava ainda traduzido em português, desliguei da ideia até que o encontrei em francês alguns anos depois.  O livro conta a história de uma mulher coreana - a personificação todas as mulheres da Correia do Sul -  e as dificuldades que encontra por ser mulher. É um relato cru das várias tempestades que sofre e das injúrias que tem de afrontar por ser mulher. Ao longo do seu crescimento, vai tomando consciência das situações injustas que todas sofrem, mas é uma mera constatação de factos ( e que inclui dados da OCDE para comprovar o que é dito). Gostei muito. A Filipa dizia que as situações vividas despertam "uma raiva miudinha cá dentro, mais intensa ainda porque não há expetativa de que os homens venham a compreendê-la" . Não teria dito melhor. 4,5...

Leitura 9/2024

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 "Lições de Química " - Bonnie Garmus A primeira pessoa a falar-nos desse livro foi a sua tradutora, Elsa T.S. Vieira. Fomos (as amigas do círculo e eu) ler. Eu só cheguei a ele agora, com muitos meses de atraso.  Conta-nos a história de uma jovem química inteligentíssima que teve de desbravar caminhos para ser ouvida e respeitada no mundo das ciências, na década de 50/60 do século XX.  O minha pofunda admiração por todas as mulheres que abriram caminho, que lutaram por todas nós, que sentiram na pele a discriminação de género, que não foram levadas a sério e que foram relegadas para funções meramente reprodutoras. O livro mostra-nos todos os obstáculos que a personagem teve de ultrapassar por ser mulher e é impossível ficar indiferente. Neste sentido, o livro é bom.  Mas há coisas que não apreciei tanto, como a personagem principal, por exemplo. Não consegui gostar dela, nem da filha. O cão é uma personagem importante a partir de determinado momento, mas não achei l...
 Fomos ver o Sérgio Godinho ao Coliseu.  Foi a melhor noite de 2024. Será a melhor noite de 2024.  (E a certeza, ali, de estar no sítio certo, com a pessoa certa, no lado certo da coisa.)

Leitura 8/2024

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 "Três mulheres na cidade " - Lara Moreno Fui passar uns dias a Madrid e quis ler um livro cuja ação decorresse na capital espanhola. Assim cheguei a este livro.  Fala de 3 mulheres que se cruzam num prédio da cidade, de vidas tristes e quase sufocantes. Houve momentos em que pecisei de respirar fundo para avançar, mas sem conseguir parar de ler. É um livro que mexe connosco, pois fala de exploração e da violência a que estão sujeitas as mulheres. Estava, no entanto, à espera de um outro fim. Queria esperança, mas tive sempre, até a ultima palavra uma realidade nua e crua. Não apreciei e é por isso que lhe dou 4 estrelas. Ou 4,5.  Gostei muito.