2020 revisto num só fôlego
2020 num post é coisa difícil mas vou tentar escrever tudo seguido sem pausas, ao sabor do teclado. Quando vejo as imagens do mundo parado em março e abril, emociono-me porque me lembro do medo que senti. Não senti receio da doença em si mas das consequências que poderiam brotar da doença: desemprego, vandalismo, criminalidade, violência, enfim, tudo cenários apocalípticos... Acho que o tempo foi acalmando o medo, assim como o facto de estarmos sempre os 4 juntos. Houve momentos aborrecidos, em que já não nos podíamos ver à frente, em que me cansei de ser mãe do Pedro e do Tiago e esposa do pai cá de casa (e vice-versa) mas, no global, os laços familiares ficaram fortalecidos. Tivemos sorte com o momento de confinamento e a idade deles: nem muito pequenos nem demasiados adolescentes. Foi o ponto certo. O calor suave da primavera levou-nos a desconfinar fora de Lisboa e das paredes do apartamento. Foi um bálsamo e um luxo. Entre a Serra da Lousã e depois a Fonte da Telha, onde estivemos...