Os Nossos Pequenos Príncipes

 "A Educação de Eleonor" - Gail Honeyman Ando há semanas a pegar e largar livros ao fim de meia dúzia de páginas. Nada me apetece. Nada me prende.  Esta semana, ouvi o podcast da Mariana Alvim - Vale a Pena- com a Bumba na Fofinha. Ela falou tão bem do livro "A Educação de Eleanor" que resolvi ler porque o tinha cá por casa.  Devorei o livro no fim de semana. Comecei na madrugada de sábado por causa da insónia e não parei mais até agora.  É a história de uma mulher de 30 anos, sem filtros sociais, inadaptada e só, com quem ri e chorei. Tive vontade de ser amiga dela e de a abraçar. Tudo é bom, até o nome da psicóloga. Não vou contar nada sobre a história porque vale a pena descobrir a narrativa, sabendo que é uma belíssima personagem, com muitas camadas.  5 estrelas. 

Senti ontem, acho eu, o meu primeiro afrontamento. Os sintomas foram idênticos ao que leio na net. Estávamos na rua, numa fila para ver a grande Capicua. Comecei a sentir a cara e o pescoço a ferverem. Até perguntei ao pai cá de casa se não estava com muito calor. " Não, 'tá-se bem ".  Pedi-lhe depois um beijo na testa para ver se não estava com febre. Ele revirou olhos porque já não tem paciência para os meus dramas de doenças súbitas, que nunca são nada. Disse que estava normal. Não estava. Senti-me mal durante uns 15-20 segundos. O rosto e corpo a ferverem, como quando bebemos um chá quente em julho, mas em pior.  Depois, passou.  Fez-se luz: ooooooh, o meu primeiro afrontamento . Ele revirou olhos outra vez.  Acho que foi. Foi, não foi?  Aos 47 anos já pode ser?  Este blog, que já foi um babyblog e que sobreviveu, poderá tornar-se num blog sobre menopausa? Veremos os próximos capítulos. 

O meu mais novo acabou de jurar "pela minha saúde e pelo Partido".  ... Ya, também não sei o que pensar...Rio ou choro? 

Ele foi colocado na 2a opção dele na 1a fase. Quis candidatar-se à 2a fase, uma vez que teve melhor nota nos exames nacionais da 2a fase.  Entrou finalmente agora na 1a opção. Está de parabéns. Achava que não ia conseguir porque havia poucas vagas, mas conseguiu.  (E mais um ✅️ na checklist da parentalidade.)

 A Aida faria hoje 100 anos.  A minha avó Aida faria hoje 100 anos. Tínhamos uma espécie de combinação, de cumprimento. Perguntava-lhe como estava. Ela respondia "Ah, filha, vou andando, vou andando". Então, eu dizia-lhe " Ó Aida, tu chegas aos 100!" e ela respondia sempre, sempre "E vai ser uma festa!".

 "James " - Percival Everett Li o livro porque ganhou o prémio Pulitzer 2025. Um escravo, Jim, decide fugir quando descobre que vai ser vendido e separado da sua família. Foge com o propósito de arranjar dinheiro para comprar a filha e a esposa. Vai partilhando a sua aventura com a personagem de Huck Finn do Mark Twain, que nunca li. Na verdade, "James" escreve a versão do escravo que partiu com Huck no livro "As aventuras de Huckleberry Fine"  É um livro que altos e baixos, com demasiados diálogos, sobretudo no início, mas que acabou por me prender e que nos toda a monstruosidade da escravatura, mas também a ousadia da coragem e do sentido de liberdade.  Dei-lhe 4 estrelas. 

O meu mais velho tem ido comigo ao ginásio e treinamos juntos. Ele já lá anda há 3 meses,mas só agora temos horário para irmos juntos.  Já lhe perguntei se não perde "aura" por estar a treinar com a mãe,  isto é,  se não se é constrangedor estar com mamã no ginásio. Por mim, ele podia ir fazer as cenas dele e eu as minhas. Diz que não,  que assim até é mais fixe porque conversa.  Meu rico filhote! 

O meu mais novo ainda não começou o campeonato nacional, mas já comecou os treinos desde o dia 18 de agosto e teve um jogo de treino contra uma equipa, também ela, da 1a nacional.  Há,  neste momento, 3 guarda-redes - o 4° está lesionado. O Pedro jogou 18 minutos da 1a parte (de 35 minutos corridos). Sofreu um golo. Estava super nervosa, com receio que sofresse um frango. Acontece, mas não podia acontecer no 1° jogo dele na nova equipa.  Ao intervalo, saiu. Senti um alívio! Jogo feito, ufa! Quando restam 8 minutos para o fim do jogo e o vejo a entrar em campo, nem queria acreditar. Por mim, estava bom assim. Jogar mais tempo para quê? Para me stressar e ouvir o coração a cavalgar cá dentro, só pode. Tornei-me na mãe que não quer que ele entre por receio que corra mal. Sou um caso perdido... Que vergonha.  Nota que me fez confusão: o pai cá de casa estava comigo na bancada a ver o jogo e não no banco a dar indicações. Também para ele deve ter custado. Outra nota: sint...

Já?  Não tarda nada é Natal...

 "Os filhos do mar alto" - Virginia Tangvald. Gosto sempre de saber por que razão tenho determinados livros. Gosto da história que antecede a leitura do livro.  "Foi pela capa"," foi recomendado", "gosto do título ", "ouvi dizer que ", etc. Neste caso, não sei. Não me lembro. Não gosto de não saber.  Este livro, que não é nada de especial, conta a história do pai da autora, navegador norueguês que viveu toda a vida no mar. A mãe da autora fugiu com a filha ainda bebé do barco e ela nunca mais viu o pai, que acabaria por morrer num naufrágio com uma outra filha. No livro, a escritora tenta encontrar o pai nos artigos de jornal, nos diários de bordo, nas cartas trocadas. Descobre que o pai era um homem mau, possivelmente até um assasino, mas em nenhum momento fala do que sente ou sentiu ao descobrir tais verdades. Uma pena.  3 estrelas.