Dia 34
Já não consigo estar em casa, mas remédio, tenho de aguentar. Tenho a ideia, errada de certeza, que anda tudo na rua menos nós.
Não fazemos passeios higiénicos. Cada um sabe de si. Cada um faz o que acha que deve fazer.
Aos fins de semana, não há nada para fazer, nem o livro , nem a TV, nem a sueca, que perdemos invariavelmente, malandros, me despertam atenção. Que vazio. O que faço? Durmo o dia todo.
Sinto-me um urso a querer hibernar e a querer acordar, já numa primavera normal.
Quando se passa o dia a dormir, mesmo que seja depois do trabalho, parece que o tempo passa mais rápido. As horas passaram e não as vimos. Parece que elas foram subtraídas ao tempo de isolamento, faltando assim já pouco tempo para o dia seguinte e para o outro e ainda para o outro, até se chegar ao fim.
[suspiros]
Estou fartinha desta vida suspensa, sem sentido.
Vamos ficar assim quanto tempo?
Já chega, não?
[Há dias assim, onde nem o vinho alegra.]
[Há dias assim, onde nem o vinho alegra.]
Comentários
Fui para casa do meu pai (arrumações) e à vinda dei uma volta de carro pela marginal. Parecia, e era, aquele primeiro sábado de primavera depois de semanas de chuva.
Vamos ver se não vamos pagar esta factura...